───── 𝗕𝗹𝗲𝘀𝘀𝗶𝗻𝗴 𝗮𝗻𝗱 𝗗𝗶𝘀𝗴𝗿𝗮𝗰𝗲

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Wiltshire, Inglaterra
Agosto de 1933 a Setembro de 1954
Entre Quarenta e Sete a Vinte e seis anos
antes da carta
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BENÇÃO E DESGRAÇA

     Ele era maravilhoso

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     Ele era maravilhoso. Desde o dia que se conheceram ao dia do casamento – quando Isabella já tinha dezoito anos e havia se formado em Beauxbatons – Abraxas Malfoy foi maravilhoso, e nunca existiu nada mais mágico do que a forma como aquele casamento arranjado se tornou um casamento do mais mágico e doce amor já visto, pois a forma como eles se apaixonaram loucamente parecia mentira.

   O Casamento havia sido um evento grandioso, do tipo que não podia deixar de ser assistido e noticiado para a comunidade bruxa em peso. Dois sobrenomes de poder, enfim unidos pelos laços sagrados do matrimônio.

    Isabella, agora com o sobrenome Malfoy, não teve dificuldade alguma de se adaptar na Inglaterra, embora tenha abandonado sonhos na França, assim como o dragão a qual tanto adorava. De qualquer forma, Isabella adorou o novo país, com uma cultura não tão diferente da sua, adorou a Mansão Malfoy, e tudo que fazia parte da rotina de Abraxas. Ele era um anjo enquanto a apresentava à sociedade, aos amigos, em bailes glamourosos que iam parar frequentemente nas revistas bruxas mais famosas da Grã-Bretanha.

   Tudo era perfeito. Isabella não trabalhava, mas se distraía em passar seu dia lendo, tocando piano ou cuidando do jardim da Mansão, ao qual desenvolveu um forte apreço, Isabella também amava escrever, tanto cartas para a família que ficou na França como coisas mais pessoais, constantemente ela podia ser vista com uma pena na mão em momentos avulsos durante o dia.

   Abraxas lhe perguntara diversas vezes o que tanto ela escrevia. A esposa sorria e dava de ombros.

— Pensamentos. — Era o que sempre respondia

   Ele nunca insistiu, nunca lhe forçou a ler pra ele aquele caderno pequeno, com aparência de ter sido feito à mão, nunca a pressionou, nunca tentou pegar escondido e descobrir o que tinha ali. Ele a amava, ele confiava nela, acreditava que uma mulher tinha direito de ter sua própria privacidade, se assim desejasse, e se Isabella um dia quisesse lhe mostrar o que tinha ali, ele ficaria muito feliz, mas, se não, isso não importava, ele a amava, e era tudo o que valia ali.

   E, por um tempo, tudo pareceu bem. Mas os anos foram passando, devagar, mas ao mesmo tempo rápido, tudo ia esvaindo aos poucos, mas a dúvida frequente vinha... e o herdeiro?

    Isabella já tomara conhecimento de como, há anos sem conta, a geração Malfoy havia contado apenas com homens, filhos únicos, evidentemente nenhuma esposa tentaria de novo se já concedera ao marido a honra de ter um filho homem. Era o que se esperava de Isabella, que fosse capaz de dar um herdeiro homem à seu marido, era seu dever como esposa, porém, um simples ato, estava se tornando mais difícil do que ela esperava. Primeiro aconteceu uma vez, então duas, três... os abortos espontâneos aconteceram sem previsão ao longo dos anos, a cada vez arrancando um pedaço da alma de Isabella junto com ele, então um dia, quinze anos depois do casamento, ela descobriu.

𝐌𝐒: 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄 𝐄 𝐓𝐈𝐍𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora