I wouldn't mind

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POV LAUREN


- Dra. Jauregui, paciente pronto aguardando na sala de cirurgia número 2.

Uma das enfermeiras da emergência me comunicou, enquanto eu revisava alguns prontuários e bebericava meu café na sala dos médicos. Dez horas da manhã de segunda feira, trauma em membro inferior causado por queda de um telhado.

- Já estou a caminho, obrigada por avisar.

Sorri em agradecimento a ela, que fechou a porta atrás de si e me deixou sozinha novamente. Antes de me dirigir ao andar cirúrgico, peguei meu celular para enviar uma mensagem à Camila.

"Bom dia, Camz. Você ainda deve estar dormindo, mas quando despertar, gostaria que soubesse que pra todo lugar que eu olho, só vejo você. Tenho uma cirurgia agora, trauma no fêmur, queria que estivesse aqui."

Depois do beijo de ontem, eu estava totalmente imersa num mundo novo, e descaradamente apaixonada pela dona dos lábios mais gostosos de toda a Flórida.

Guardei meu celular em meu armário e me dirigi para o centro cirúrgico. Até as paredes metálicas do elevador me levavam de volta para o dia de ontem, naquela praia, vendo aquele pôr do sol; o mais encantador de toda a minha vida, devo ressaltar; e o mais importante, aquela mulher maravilhosa que eu tive a honra de encontrar.

O elevador teve as suas portas abertas e eu pude sair, caminhando para a esquerda, em busca da sala de cirurgia de número 2.

- Tira esse sorriso idiota do rosto ou todos vão pensar que você é uma psicopata. - Veronica disse assim que entrei para me paramentar, ela já estava lavando suas mãos. Eu ri.

- Mas que porra você está fazendo aqui, Vero?

Eu disse, tirando o meu jaleco e o pendurando no suporte disponível perto da porta.

- Eu sou a chefe da ortopedia desse hospital, caso você não saiba. E essa é uma cirurgia ortopédica.

Às vezes eu me esquecia de que em quase todos os casos, eu e Vero operávamos juntas.

- Tão grossa que eu até hoje não entendo como conseguiu uma licença para exercer a medicina.

Vero bufou e eu sorri, alcançando em um dos compartimentos do armário a minha frente a minha touca; fiz um coque em meu cabelo e a vesti.

- Vocês transaram? - Vero me questionou, agora soando animada. Quis lhe dar um tapa.

- É claro que não, Vero! Eu já te disse que tudo tem seu tempo.

- Não no meu caso. – Ela respondeu e deu de ombros.

Cobri meus pés calçados com os protetores e me dirigi ao lavatório para higienizar as minhas mãos.

- Fala sério que é esse idiota que vai nos auxiliar de novo?

Falei para Vero, me referindo a Daniel, que já se encontrava dentro da sala de cirurgia.

- Já pedi três ou quatro vezes ao Jim para não coloca-lo mais aos meus serviços, mas ele sempre diz que "Daniel se identifica com a ortopedia", eu quero que o Daniel vá para o inferno. - Ela fez aspas com os dedos e imitou a voz de Jim, eu ri e concordei, Daniel Freev era o residente mais desagradável do hospital, era invasivo até demais e me fazia quase perder a razão com certas atitudes.

Entrei seguida de Vero na sala de cirurgia após estarmos vestidas com as máscaras e aventais, com as mãos levantadas para receber as luvas, feito isso, tomei frente diante do paciente. Eu disse:

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