She's like the moon

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POV CAMILA



- Eu não vou, mãe. Está frio lá fora e eu estou deprimida.

Era sábado e minha mãe havia se aliado a Dinah para me fazer sair de casa.

- Está deprimida por que, filha? - Minha mãe questionou, se sentando ao meu lado do sofá.

- Achei que veria Lauren hoje, mas nem sinal dela até agora.

Bufei, abraçando uma almofada, minha mãe riu e acariciou os meus cabelos.

- Um sábado à noite pode nos surpreender, filha.

Olhei com os olhos serrados para ela, suspeitando de alguma armação junto de Dinah.

- Eu estou de olho na senhora. Agora deu para se aliar à Dinah, é? - Ela fez cara de ofendida.

- Eu só quero ver a minha Kaki feliz, não posso?

Dei de ombros. Eu estava cansada, o plantão havia terminado a pouco e eu estava além de morta, faminta.

- A senhora já serviu o almoço, mama? - Lhe perguntei, com um bico no rosto.

- Sofia ainda está no quarto, e seu pai deve estar chegando. Busque-a para mim enquanto eu coloco a mesa.

Concordei com a cabeça e me levantei, me livrando da parte de cima de minha farda e a deixando solta sobre a minha cintura, subi as escadas vagarosamente, parando na porta do quarto de Sofia após alguns segundos. Abri a porta para encontrar a mesma beijando o vizinho. Opa. Espera ai, Sofia estava beijando o vizinho?

- Que palhaçada é essa, Sofia?

Gritei, batendo a porta atrás de mim. Eles se separaram e ele pulou da cama dela, ficando em pé do lado da mesma.

- Mila, o Nathan só estava... - Cortei-a antes que ela pudesse se justificar:

- Depois você se explica, Sofia. Agora eu quero que você – apontei para o garoto envergonhado – caia fora daqui pelo mesmo lugar que entrou antes que meu pai chegue em casa e tente te estrangular.

O garoto concordou, tão vermelho que parecia prestes a explodir. Sofia sorriu triste para ele e ele retribuiu meio desajeitado, enquanto, sob o meu olhar, ele escalava a janela e alcançava o telhado em alguns segundos. Observei-o até que o mesmo alcançasse o chão, para garantir que ele não espalharia por ai que eu o empurrei da janela.

- Kaki, eu sei que estou errada, me desculpe. Eu só queria vê-lo. Você faria o mesmo se fosse Lauren.

Eu estava com raiva. Muita raiva, mesmo.

- A diferença é que eu sou maior de idade e, se eu quisesse ver Lauren, eu não estaria fazendo isso escondido de ninguém. – Ela abaixou a cabeça. – Conversaremos sobre isso mais tarde. Agora faça sua melhor atuação e finja que nada aconteceu. Papai ficaria uma fera com isso. Vamos almoçar.

- Tudo bem.

Saímos do quarto e descemos as escadas como se nada tivesse acontecido. Meu pai viraria um dragão se descobrisse que o vizinho estava beijando a garotinha dele. Eu confio muito em Sofia, a raiva é tamanha porque não confio no garoto, e porque Sofia tinha apenas 12 anos, e eu, com 12 anos, não sabia ao menos falar inglês corretamente.

Meu pai e minha mãe estavam sentados à mesa, Sofia se sentou ao meu lado, com o semblante triste. E eu, infelizmente, não poderia poupá-la do sermão que viria mais tarde.

My EmergencyOnde histórias criam vida. Descubra agora