Just for see her again

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POV LAUREN


Plantão. Camila. Hospital. Camila. Cirurgia. Camila. Descanso. Camila. Emergência. Camila.

Essa era a ordem dos meus pensamentos nas últimas semanas.

Abri a porta de minha casa com o jaleco ainda no corpo, mesmo sabendo que não deveria fazer isto. Estava absolutamente exausta, morta de fome e com uma saudade enorme e inexplicável de olhar para o rosto de Camila Cabello. Já faziam duas semanas desde o meu encontro com ela no hospital e minha mente fazia questão de me mostrar sua imagem nítida e maravilhosa a cada nova fração de segundo.

- Lauren, querida, dia cansativo? - Meu pai perguntou, descendo as escadas com uma pilha de papéis nas mãos.

- Muito, pai. Não vejo a hora de me deitar e dormir. - Respondi, o vendo sorrir triste para mim.

- Já lhe falei que não precisa dar este plantão todos os dias, filha. Eu consigo levar as coisas aqui de casa com o meu trabalho; vá morar sozinha, curtir a sua vida, namorar um pouco, querida.

Ele disse, como dizia sempre. Eu sabia daquilo, sabia que ele conseguiria levar as despesas de casa tranquilamente com o seu emprego; ele evoluiu muito no trabalho nos últimos anos, foi promovido e hoje está bem colocado na construtora. Mas desde que Chris foi estudar na Austrália, ele vinha dia após dias se sentindo muito sozinho, e por conta disso eu não tinha coragem de partir desta casa, mesmo já tendo comprado um bom apartamento perto do hospital, mesmo sabendo que Taylor estaria com ele para tudo; eu gostava de estar por perto, ainda que trabalhando na maior parte do tempo. Vê-lo feliz todos os dias era o que recarregava as minhas energias.

- Eu gosto do hospital, papai. Gosto da correria, das cirurgias, gosto de trabalhar, e de te ajudar aqui em casa. - Respondi-o, ganhando em seguida um beijo na testa.

- Então ande, vá tomar um banho e descansar um pouco. Vou terminar de assinar alguns documentos e te chamo quando o jantar estiver pronto.

Eu adorava a comida que ele fazia; ele havia se aprimorado na cozinha nos nossos tempos difíceis, logo que Clara fora embora (sim, a chamo pelo nome, já que ela deixou de ser minha mãe no momento em que nos abandonou por pura ganância); ele se virou para que comêssemos bem, para que Chris e Taylor fossem bem alimentados e bem vestidos todos os dias para a escola. Mas, afinal, ele merecia um descanso.

- Negativo, Senhor Jauregui. Hoje eu e a preguiçosa da sua filha mais nova faremos o jantar. Pode assinar os seus documentos com calma, tomar um bom banho, e descer. Eu vou lá tirá-la da cama e arrastá-la para cozinha.

Meu pai riu alto, afrouxou a gravata que ainda vestia e se sentou no sofá com os seus papéis; se colocando a ler e assinar um por um. Enquanto isso, eu deixei meu jaleco na lavanderia e subi as escadas, entrando sem pedir no quarto de Taylor. Dei de cara, obviamente, com a mesma dormindo, roncando e babando como sempre. Taylor definitivamente precisava ser aceita numa faculdade, em qualquer faculdade, ou então meu pai vai morar com um urso que come um caminhão de comida por mês e dorme o ano todo, pelo resto da vida.

- TAYLOR! - Gritei, e ela levou um susto tão maravilhoso que a rendeu uma queda épica de sua cama.

- Porra, Lauren, porra! Não se dorme mais nessa casa? - Ela disse, soando como uma senhora de 80 anos.

- Não quando são quase oito da noite e se tem que fazer o jantar. - Eu respondi, jogando para longe o seu edredom.

- Mas eu não tenho que fazer jantar nenhum, papai cozinha muito bem.

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