Red cheeks

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POV LUREN


Virei garganta a baixo o terceiro ou quarto copo de água desde que a cirurgia de Katy fora finalizada. O pós-operatório me preocupava e muito. Ela passou por uma cirurgia abdominal muito complexa, com risco de rompimento das suturas internas a qualquer mínimo movimento; e, com três crianças pequenas, se movimentar é meio que obrigatório.

Caminhei até a recepção da emergência e perguntei ao recepcionista:

- Você consegue me informar os leitos nos quais se encontram as crianças do acidente que aconteceu de manhã cedo, por favor?

- Claro, Dra. Jauregui. – Ele disse, sorrindo amarelo para mim. – Brendon e Quinn W. Jones estão no leito 322 da ala infantil, o outro garoto, Tyler, está sendo operado pela doutora Iglesias e pela doutora Brooke neste instante.

Fiz outra pergunta:

- Sabe me dizer se eles estão acompanhados por algum familiar?

- Deixe-me ver – Ele digitou alguns comandos no teclado a sua frente. – A avó, Maisha Jones, está no quarto com as duas crianças, doutora.

- Obrigada.

Agradeci sorrindo e me direcionei para o elevador. Aguardei cerca de 15 ou 20 segundos e as portas de aço se abriram, vazias por dentro; entrei e apertei o número 3, o andar de leitos infantis do hospital, iria aproveitar que o plantão era sempre mais calmo logo após o almoço e ver a quantas andavam as crianças de Katy e Brianna.

O elevador se abriu novamente e eu pisei no terceiro andar do hospital, segui corredor a fora à procura da porta 322 e a encontrei sem precisar caminhar muito, bati antes de entrar e girei a maçaneta, encontrando lá dentro uma senhora de expressão triste e cabelos grisalhos sentada na poltrona disposta no canto direito do cômodo hospitalar, com a neta no colo e acarinhando o neto deitado na cama ao seu lado.

- Boa tarde, senhora Jones. Sou a Dra. Jauregui, gostaria de dizer que sinto muito pela sua perda. - Eu disse ao entrar, com um sorriso triste estampado no rosto ao enxerga-la com os netos, ambos chorando baixinho.

- Boa tarde, doutora. Eu agradeço a preocupação. Tem notícias de Katy e Tyler? - Ela me questionou, com uma lágrima rolando sozinha pelo seu rosto.

- Katy poderá ser visitada daqui algumas poucas horas, eu mesma a operei e posso garantir que ela está estável e fora de perigo. Seu neto Tyler ainda está em cirurgia, senhora; mas não se preocupe, ele está em mãos talentosíssimas, Dra. Iglesias fará o possível para que Tyler esteja movimentando perfeitamente seu pé dentro de no máximo dois meses.

Eu disse, recebi um sorriso de canto e um aceno da senhora como agradecimento e me sentei na cama vazia; a pequena Quinn veio até mim:

- Você operou a minha mãe? - Ela perguntou, com o os olhos vermelhos ainda derramando lágrimas constantemente.

- Eu operei sim, princesa.

- Então foi você quem salvou a minha mãe? igual a Dra. Cabello me salvou?

A frase da pequena atingiu diretamente o meu peito. Errei ao respirar e quase engasguei, eu respondi:

- Suas mães foram muito fortes, princesa. E eu tenho certeza que você e seus irmãos são fortes como elas.

- Eu queria ver a Dra. Cabello. Queria contar a ela que minha mãe Brianna morreu, mas a minha mãe Katy sobreviveu e vai ficar bem.

A pequena me disse, a ouvi fungar ao mencionar o nome da mãe morta; a senhora atrás de nós também não se conteve. Me emocionei com a maturidade carregada pela pequena de 3 anos, e vi meu corpo reagir ao nome da médica latina como nunca antes o presenciei reagindo por nenhum outro alguém.

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