My Emergency

𝐿𝑖𝑙𝑖𝑒𝑠 𝑎𝑛𝑑 𝑣𝑖𝑜𝑙𝑒𝑡𝑠

N/A: Olá pessoal! Acho que nunca apareci aqui para falar com vocês. Espero que estejam gostando da história, migrei para cá do spirit tem pouco tempo e espero mesmo estar agradando vocês. A história está chegando ao final, mas eu adoraria saber um pouco sobre o que acham dela. 

Enjoy ;) 

Três anos depois...

POV CAMILA

Abri os meus olhos para o quarto levemente iluminado. A sutil claridade que escapava das cortinas e acendia o piso era a coadjuvante perfeita, já que a estrela principal era o mar; uma vez que no silêncio das manhãs, era possível escutar as ondas mais fortes de dentro do nosso quarto. Cocei a nuca antes de um bocejo exagerado; aos sábados nós costumávamos nos permitir um tanto a mais de sono, uma vez que a semana nos tomava muito dele com o trabalho. Já fazia algum tempo que eu havia abandonado os plantões noturnos, a vida parecia boa demais ao lado de Lauren para deixar de passar cada noite ao seu lado.

Beijei os cabelos bagunçados da linda mulher dormida ao meu lado antes de me levantar completamente da cama; senti o chão gelado que me aguardava longe das cobertas e me encaminhei ao banheiro para escovar os dentes e lavar o meu rosto. Envolvi o meu corpo rapidamente em um dos roupões que estavam pendurados na porta do banheiro, calçando meus chinelos logo em seguida. Ri sozinha ao me lembrar do quanto Lauren fora relutante em aceitar usar os roupões engraçados que Dinah havia nos dado de presente, mas hoje não saia do quarto sem vestir um deles.

Certifiquei-me de que Lauren estava bem coberta, para que ela pudesse se manter confortável e descansar um pouco mais; direcionei-me à porta, girando silenciosamente a maçaneta para não despertá-la. Levei as minhas mãos aos meus cabelos para prendê-los em um coque; era inevitável caminhar por nossa casa e não ser atingida no peito pelas deliciosas lembranças que colecionamos nestes anos maravilhosos; cada passo pelo corredor dos quartos era regado por fotos dos melhores momentos de toda a minha vida.

Sorri boba, como eu sempre fazia instintivamente para as fotos de nosso casamento alinhadas na parede; não precisava nem ao menos fechar os meus olhos para que as lembranças deste dia me viessem tão vívidas que tiravam, sem esforço algum, os meus pés do chão.

Recordava-me tão perfeitamente de nossos pés descalços na areia fofa da mesma praia na qual nos beijamos pela primeira vez; eu caminhava na direção dela enquanto o sol baixava preguiçoso e as ondas mansas nos lançavam a mais fina das brisas de primavera. Nossos cabelos estavam soltos e adornados pelas flores roxas, brancas e azuis que eu mesma havia cultivado para aquele dia; lírios e violetas que até hoje viviam fortes em nosso jardim. Tínhamos as barras dos vestidos brancos molhadas de mar, porque nem em sonho deixaríamos de salgar os nossos pés antes de nos tornarmos tão espiritualmente unidas, após tanta história e tanto passado que culminaram a apenas isto e mais nada.

"- Tuya con todo lo que soy, para ser tu sol." – Disse, enquanto deslizava o fino anel dourado no dedo de minha esposa."

"- Tuya por toda la eternidad, como tu luna." – Ela disse, enquanto ornamentava o meu dedo da mesma maneira.

- "Eu te amo como as tempestades em alto mar; fortes e persistentes, mas também como as garoas finas de inverno, mansas e cuidadosas." – Ela me dizia, com os olhos esmeralda marejados, reluzindo na tarde alaranjada que ia embora enquanto eu me perdia nela. – "Eu nasci para você, Camila, e nesta terra, nunca haverá verdade maior que esta." - Recebi o beijo que veio após esta fala como se fosse o primeiro, sabendo, sem dúvidas e com prazer, que seriam mesmo os únicos lábios que eu beijaria, até o fim.