The day that the world will blow up

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N/A:O título é o mesmo de uma música linda da Lauren, ficarei muito feliz se puderem escutar.



POV LAUREN


Cheguei ao hospital antes mesmo de o sol ter nascido por completo. Havia tomado um banho rápido e vestido a primeira roupa que encontrei. Trazia a carta e a garrafa no bolso do casaco que vestia e os meus cabelos protegiam as minhas orelhas da manhã gelada, já que a touca havia ficado para trás por conta da pressa.

Não sabia quem eram as mulheres daquela carta; e sabia ainda menos para quem perguntar sobre elas.

Estacionei no espaço parcialmente vazio e enviei uma mensagem ao meu pai, pedindo desculpas por ter saído tão cedo, antes mesmo do café da manhã, já que eu não havia o visto na noite anterior e nem nos últimos dias. Saí do carro para o sábado nublado, quase completamente amanhecido. Caminhei fitando a barra da calça jeans e os all stars pretos até alcançar a porta automática que se abriu a minha frente.

- Eu não acredito que você já está aqui, Lauren. Eu te disse para descansar! - Veronica foi a primeira a me ver entrando. Ela estava apoiada no mármore do balcão, certamente anotando o telefone da nova recepcionista.

Não compartilharia o que havia vivido nestas últimas horas; precisava ver Camila, sentir ainda que diante da situação em que ela se encontrava, que ela estava ali. Esperava que isto me ajudasse a entender tudo.

- Eu descansei, Vero. Quero vê-la, sinto que é o que eu preciso. - Ela fez que sim com a cabeça e veio até mim, me envolvendo num abraço. Ciente da minha necessidade de estar com Camila, sabia que eu não passaria muito tempo longe daqui.

- Tudo bem; esteja com ela. Vou finalizar o plantão e ir pra casa, já são quase sete. Mas estarei com o celular por perto, não se esqueça; me ligue se precisar de qualquer coisa, está bem?

Acenei positivamente para ela e me despedi, indo em direção ao elevador. O sábado não era um dia muito movimentado nas alas do hospital, a não ser na emergência; então as coisas pareciam todas pacatas demais. Como eu não trabalharia, não me preocupei em colocar um jaleco ou um crachá; apenas apertei o botão de número 4 e me recostei na parede de metal, notando no espelho lateral que meus olhos, vazios de tudo, ainda eram verdes em esperança pela volta de Camila para mim.

Vi meu corpo agir mecanicamente ao ter as portas do elevador abertas à minha frente. Dinah tomava água no corredor, veio até mim como quem sabia que eu viria mais cedo do que o esperado.

- Como ela está? - Perguntei. Dinah esboçou um sorriso para mim.

- Acho que ela sente a sua falta. Normani veio algumas vezes durante a noite, e reparou que todas as vezes em que falamos o seu nome, os sinais dela tiveram leves alterações.

Eu sentia a falta dela. Demasiado, como se já fizessem anos desde a última vez que escutei a voz tão doce que saía de sua boca. A respondi:

- Eu notei isso quando Sinu veio até aqui, também. Quero falar com o Dr. Rivera; a sedação dela está bem baixa, mas gostaria de retirar por completo, acredito que ela possa acordar.

- Acha que é o momento? Não vai colocá-la em risco de outra parada? - Dinah parecia preocupada; tentei explicar à ela o meu ponto de vista:

- É uma chance, Dinah. Precisamos tentar. Vou pedir os últimos exames, quero estudar quanto aos últimos números desta infecção nos pulmões. – Dinah concordou, eu continuei: - Vá para casa. Eu vou ficar aqui, hoje eu não trabalharia, de qualquer maneira.

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