I wanna love you in acts

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POV LAUREN



Suspirei pausadamente. Não queria acordá-la. Todo o descanso do mundo merecia aquela figura dormida ao meu lado; mesmo com a semana passando como um foguete por nós duas, não poderíamos esquecer que há alguns poucos dias atrás ela estava entre a vida e a morte em um leito de hospital.

Era bonita com todo o significado acumulado que esta palavra possuía, tão fortemente única que nem mesmo uma estrela sendo vista de tão perto marcaria tanto a minha retina.

Tinha o ombro servindo como travesseiro para ela. Doía levemente, pois já fazia algum tempo, mas eu jamais reclamaria; era como ter o próprio sol ao meu lado, aguardando a hora certa de despertar para então, amanhecer ali, só para mim.

Camila tinha os mais belos traços que já havia visto em toda a minha vida. Os lábios eram como o centro da galáxia que era o seu rosto, tamanho o brilho que dele emanava. A calma que dela vinha era palpável, tão densa que me fez sentir viva pela milésima vez naquela única manhã. Do seu queixo à sua testa cabiam um milhão de estrelas, e de uma orelha à outra, outras centenas de planetas a serem descobertos.

Sentia falta do amor que fazíamos; doce, lento, inebriante como a coisa mais pura a ser provada; que, com a paciência que foi nos dada como dom, voltaria na hora certa. Usaria facilmente cada um dos dias que me restavam viva para lembrá-la que não existia em nenhum lugar mulher tão divina quanto ela; a tinha como o mais lindo dos seres, dona de toda a minha luz e de cada um dos meus pecados.

Sua boca se abriu antes dos seus olhos. Ela disse, se aconchegando mais em meu peito, inalando o cheiro que vinha de mim:

- Eu te amo.

Sorri e procurei a sua testa para beijar, antes que os meus lábios pudessem dar espaço para que a minha fala deles saísse.

- Assim, antes do bom dia?

- Assim, antes de qualquer outra coisa em minha vida. – Ela disse, agora com os olhos abertos e fixos nos meus.

- Eu te amo. Mais a cada nova manhã. – Disse. Era a mais pura verdade, afinal.

Nos beijamos daquele jeito preguiçoso, onde tudo o que se via era a verdade ali contida, sem tempo para o resto do mundo, e definitivamente, sem pressa alguma uma para outra.

O sol brilhava fraco lá fora, coisa esta que mesmo as cortinas pretas não conseguiam esconder. Estávamos na casa de Camila, assim como estivemos em todas as deliciosas manhãs desta semana. Os pais dela trabalhavam e Sofia, ia à escola. Sabia que precisávamos de uma casa só para nós com certa urgência; mas era boa essa sensação de ali estar, como adolescentes, ainda que não fossemos mais há algum tempo.

- Seus olhos estão verdes daquele jeito. – Ela colocou a língua entre os dentes, trazendo o edredom para nos cobrir melhor. – Sabe que também sinto falta, não é?

Eu sabia que sim. E também sabia que não era um incomodo para nós termos adiado um pouco o sexo; ela estava se recuperando, por mais que insistisse que não havia lhe sobrado lembrança alguma das moléstias que a acometeram. Camila sentia a exata vibração que vinha de meu corpo, e eu, a mesma que dela provinha.

- Não é como se essa meia luz que ilumina o seu rosto não me fizesse ir ao limite, Camila. Você é a coisa mais bonita na qual consigo pensar.

Meu ombro direito não doía mais, e eu já não usava mais a tipoia. A camiseta velha do Orlando Magic não era o suficiente para bloquear a sensação dos mamilos entumecidos de Camila contra os meus próprios; conseguia, na verdade, enxergar a exata circunferência dos mesmos através da blusa branca de seu pijama.

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