Eu devo ter feito algo muito ruim, por que o que eu não sofri em 18 anos, eu tô sofrendo nessas últimas semanas da minha vida.
- Por acaso você tá obcecado por mim ou algo assim ? Você tá sempre nos mesmos lugares que eu, toda vez que eu te olho você já tá me olhando de volta.
Miguel: Eu não diria que seja obsessão, pra mim é mais como curiosidade.
- Curiosidade?
Miguel: Parece que você entrou em uma emboscada aí. - Ele aponta pra mim com um sorriso no canto.
- Já aviso que não preciso da sua ajuda.
Miguel: Não ? - Ele se aproxima da beira da piscina brincando com seus anéis em sua mão. - Você tá encharcada e sem blusa, eu acho que você precisa da minha ajuda pra sair daqui sem chamar a atenção.
- E por que você me ajudaria?
Miguel: Por que eu não ajudaria ?
- Nunca te falaram que não se responde uma pergunta fazendo outra pergunta ?
POV Miguel
- A questão não é essa, eu quero te ajudar, então ? Vai deixar ou não?
S/n: Não, valeu pela sua gentileza mas eu me recuso a aceitar qualquer ajuda de alguém que eu nem conheço e muito menos confio.
Reviro os olhos começando a ficar levemente irritado com a situação.
- Tem como você esquecer esse seu maldito orgulho por um segundo que seja e só me deixar te ajudar, porra ? Se recusar minha ajuda vai ter que sair por aí e pessoas vão ver você nesse estado. - Aponto pra sua região coberta apenas pelos seus braços.
Pessoas vão ver e eu vou ter que cegar cada maldito que olhar pra algo que é meu.
Vi a mesma desviar o olhar pro lado por alguns segundos e depois voltar a me olhar.
S/n: Tá.
- Ótimo, sai daí. - Tiro minha camisa e a ajudo a sair de dentro da piscina, pego minha camisa e entrego a ela. - Veste.
Ela veste e eu deixo meus olhos fixos em seu rosto o tempo todo.
- Tira a calça e o tênis.
S/n: O que, por que ?
- Por que estão molhados, a gente vai até o seu dormitório e você pode pegar uma roupa seca.
Ela só revira os olhos mas faz o que eu mando, eu dou um sorriso e a prendo contra uma coluna que tinha ali perto.
- Não revire os olhos pra mim.
S/n: Se manca, você não manda em mim. - Ela revira os olhos novamente com um sorriso convencido no rosto.
Seguro sua cintura com ambas as mãos mas sem por força alguma.
- Não mando, você tá certa, mas eu posso te fazer obedecer.
S/n: Não, não pode, então para de dar uma de "fabricante de lágrimas".
- Você me comparou com um protagonista de filme adolescente idiota ? - Dou uma risada baixa e coloco uma mão em seu joelho e fui subindo a mesma pela sua coxa.
S/n: Comparei, você anda lendo muitos livrinhos desse tipo, né ? Um cara brutal e misterioso que pega a menininha frágil, fode, mata alguém por olhar pra ela, fode, mata alguém por que participa de uma máfia, fode e tudo se repete. - Isso me arranca uma risada sincera.
- É, então eu definitivamente não sou o que você pensa, eu não sou misterioso, só sou introvertido, você não é uma menininha frágil, eu ainda não te fodi, e muito menos matei alguém, e também não sou de uma máfia, isso é coisa de adolescente revoltado com a vida. - Subo minha mão pela lateral do seu corpo por dentro da camiseta e acaricio suas costas com as pontas dos dedos. - Eu poderia te conquistar do jeito "certo" mas você não gosta disso, se gostasse desse tipo de pessoa já estaria namorando com tantas pessoas no seu pé.
Encosto minha boca eu seu ouvido, eu conseguia sentir sua respiração mudando e ficando mais ofegante a medida que eu arrastava meus dedos por sua pele.- Você não quer e nem precisa de uma pessoa que te conquiste, você precisa de uma pessoa que te pegue, de alguém que de emoção na sua vida, você já tem tudo, e o que não tem pode conseguir, isso é monótono né ?
Beijo o canto da sua boca e roço meu nariz pelo seu pescoço devagar, tiro a mão que estava em suas costas colocando ela em sua nuca.
- Diz pra mim que as semanas mais interessantes da sua vida não foram depois de me conhecer.
S/n: Isso já deu certo pra você antes ? Não chega achando que sabe tudo sobre mim ou como eu sou, você não sabe, a única coisa que você tá fazendo aqui é sendo invasivo com meu espaço pessoal. - Ela coloca uma mão em meu peito tentando me empurrar o que até funciona, eu só me afasto um pouco.
- Você recua tanto, fica sempre na defensiva assim ?
Ela semicerra os olhos em mim sem saber o que dizer. Agarro sua cintura e a puxo pra perto de mim colando seu corpo ao meu, vi seus olhos deslizarem pelo meu abdômen.
- O que foi ? Sentir meu abdômen te pressionando te irrita também ? Ou você gosta ?
S/n: Dá pra você me largar ?
- Por que tá tão ofegante, princesa ?
S/n: Por que tem um babaca me segurando aqui, e eu tô desconfortável.
- Desconfortável é ? - Deixo uma risada rouca escapar e ela me olha sem entender.
POV S/n
Eu fico sem entender o motivo daquela risada.
Miguel: Sabe que o seu corpo tem algumas reações que podem "contar" coisas, né ?
- Do que tá falando projeto de Tarzan?
Miguel: As vezes você deveria usar sutiã, sabia ? Ia evitar que você tivesse nessa situação agora, e ia evitar que que eu soubesse o que você tá sentindo e que claramente não é desconforto.
- Eu ainda não saquei o que você tava falando.
Ele aponta seus olhos um pouco mais pra baixo e eu olho na direção em que ele aponta...ah merda.
- Foi por contra do atrito.
Miguel: Que atrito ?
- Ai, cala a boca.
Eu o empurro e saio do local indo em direção ao meu dormitório, o mesmo vem atrás de mim rindo.
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Longe de mim - Miguel Mora
FanfictionQuando S/n Castellini e seu melhor amigo ingressam na universidade, eles estão prontos para novas experiências e desafios. No entanto, conforme o semestre avança, estranhos desaparecimentos começam a assombrar o campus, incluindo o sumiço de um dos...