Longe de mim - Miguel Mora

Aposta.

Miguel: Posso me sentar junto com vocês ?

   Ele pergunta já se sentando na mesa ao meu lado enquanto os meninos só deram espaço na mesa.

- Já se sentou, né ? - Reviro os olhos balançando a cabeça em negativo, Mason se divertindo com tal presença enquanto Brady e Tristan apenas ignoravam a situação e continuavam conversando normalmente.

Miguel: Que ódio todo é esse ?

Mason: É que ela acabou de acordar sabe ? Ai ontem sacanearam ela, e ela acordou mal humorada. - Olho pro Mason com um olhar mortal.

Miguel: Sacanearam foi ? O que aconteceu. - Ele pergunta de modo sínico.

- Não quero falar sobre.

Miguel: O importante é que parece que alguém te ajudou já que não tem nenhum boato rodando a escola. - Ele põe a mão na minha coxa por baixo da mesa dando um aperto suave.

Brady: Enfim, como eu ia dizendo, o que vocês acham dessa história?

Mason: Pra mim é só lenda, é igual o Tristan disse, se realmente existisse e nós alunos estivéssemos sabendo, com certeza isso ia chegar no ouvido do corpo docente em algum momento.

Miguel: E se o corpo docente fizesse parte? Ou algumas pessoas do corpo docente ? - Ele sugere deixando todo mundo na mesa meio pensativo.

Mason: Por esse lado eu não tinha pensado nisso aí. - Ele olha pro Miguel. - O cara é bonito e ainda é inteligente.

Miguel: Que isso cara, você também é lindo e muito inteligente.

Brady: Isso é muito gay.

- Tipo, gay pra caralho.

Tristan: Põe gay nisso. - Ele ri.

  Miguel me olha e chega perto do meu ouvido disfarçadamente.

Miguel: Ciúmes ?

- Não de você. - Dou um sorriso sarcástico e sinto sua mão deslizar pro interior das minhas coxas fazendo meu sorriso sumir.

   Desvio meu olhar de volta pro centro da mesa e cruzo minhas pernas mesmo com a mão do Miguel ali, a intenção era provocar mesmo, se ele tava achando que eu ficar recuando essas provocações dele o tempo inteiro, ele tava errado, eu não ia dar o gostinho a ele de me irritar.

Miguel: Tá ficando ousada em.

- Tive com quem aprender. - Ele sorri e eu aponto pro Mason, ele olha na direção em que eu aponto, dá um sorriso frustrado e volta a olhar pra frente.

Mason: É galera, aulas né ? Podiam ter deixado hoje de folga já que foi a maior festa ontem a noite.

  Concordo com a cabeça me levantando.

- Real, mas infelizmente nem tudo é como deveria ser, vejo vocês mais tarde na arquibancada?

Mason: Talvez eu demore um pouco, vou terminar aquilo que foi interrompido por sua causa ontem a noite.

- Pipokinha 2.0 ?

Mason: Bota bota, bota o cílios na minha piroca, bota bota. - Ele cantarola fazendo a gente rir.

Brady: Que porra foi essa ?

Tristan: Que espécie de paródia foi essa?

Mason: Não pego mulher de bigode, mas já peguei um monte com aqueles negócio de extensão de cílios.

  Eu apenas ri mais uma vez e fui até a minha sala, acompanhada do Miguel já que ele cursava o mesmo curso que eu.

Miguel: Vamos fazer um jogo ?

- E como seria esse jogo.

Miguel: Você se incomoda com minha presença ainda ? Porque tá sempre tentando fugir.

- Me incomodo e muito.

Miguel: Vou te provocar a aula inteira, se você aguentar sem soltar nenhum barulho, nenhum grunhido, nenhuma arfada, nenhum gemido, eu deixo você em paz, mas se eu perder, você vai ter que parar de fugir de mim.

   Olho pra você e balanço minha cabeça em positivo estendendo minha mão pra ele apertar.

- Fechado. - Ele sorri e aperta minha mão.

  Nós vamos pra sala, os primeiros minutos foi tranquilo, estávamos nas cadeiras mais distantes como era de costume, eu estava bem concentrada na aula quando senti alguns beijos em meu ombro, eu já ia brigar até lembrar que eu tinha feito um acordo. Fico quieta ainda tentando me concentrar na aula.

Miguel: Sem barulhos, lembra ? - Senti sua mão descer por dentro da minha calça, os dedos gelados ainda mais por conta dos anéis me fazendo arrepiar, a mão parando de descer e ficando parada na minha coxa.

- Eu não tô fazendo nenhum barulho... - Tento manter minha respiração regulada.

Miguel: Ainda não. - Ele diz com um sorriso presunçoso subindo a mão até alcançar minha cintura.

   Ele agarra minha nuca com uma das mãos puxando minha cabeça pra trás de um jeito que não machucou, com todo o espaço que ele tinha do meu pescoço ele começou a dar beijos que me obrigaram a fechar os olhos, minha respiração já estava bem descompassada, mas quando os beijos se tornaram chupões eu acabei arfando, senti sua boca se aproximar do meu ouvido em um sussurro baixo.

Miguel: Você perdeu, de novo. - Ele sorri e eu abro meus olhos o encarando.

- Pescoço é sacanagem.

Miguel: Você não disse que não valia.

  Dou o dedo do meio pra ele que ri e apoia a cabeça no meu ombro. Eu simplesmente deixei nem sei o porquê.

  Uma de suas mãos geladas brincava com minha cintura, e aos poucos foram subindo por cima da blusa e passou a brincar com meu busto.
   Dou um pequeno tapa em sua mão.

- Tira a mão daí, garoto.

Miguel: Tu sabe amo seus peitos, neles mostro meu talento, aí eu me concentro em duas coisas ao mesmo tempo.

  Confesso que ri, eu nem sei como ele conhecia essa música.

Miguel: Essa música do Kenye ficou melhor na versão brasileira do que na versão normal.

- Pela primeira vez eu concordo com você.

*Dia seguinte*

   O dia ontem foi bem meme, teve as aulas chatas nas quais eu assisti com o Miguel, quando acabou fomos cada um pros nossos dormitório e dormimos todo o resto do tempo que sobrava.
   Vejo Tristan entrando no refeitório e cutuco o Mason.

- Ué, cadê o Brady ?

Mason: Vai ver pegou uma doença e morreu, seria do caralho.

- Ei, isso não é legal, não brinca com isso.

Mason: E quem tá brincando?

  Tristan se senta na mesa e parecia bem nervoso.

- Cadê o Brady, Tristan?

Tristan: Eu não sei, ele sumiu, desde ontem a tarde que eu não vejo ele. - Ele diz em um tom preocupado.

    Ficamos calados pensando em uma possibilidade de onde poderia estar o Brady, mas era tudo muito estranho, ele só vivia com a gente e sempre avisava aonde ia.
   Mason resolveu ir na secretaria pra relatar o sumiço do Hepner, o que foi estranho por que disseram que ele tinha pedido transferência urgente, só que isso não batia, porque ele teria avisado a gente, e as coisas dele ainda estavam no dormitório de acordo com o Tristan.

- O que vocês acham que aconteceu ?