Acordei atrasada pra caralho, Mason simplesmente não me acordou, isso porque ele também tava atrasado, a gente tem algumas aulas separadas, eu faço direito e ele faz relações internacionais.
De toda forma, como eu já tava atrasada, eu fui lá e me arrumei com calma, coloquei uma blusa preta de banda de rock, uma meia arrastão e uma calça que tinha rasgos nas coxas e nos joelhos.Fui pra minha sala. Era como uma arquibancada menor, o professor ficava no campo e os alunos nas cadeiras.
As cadeiras da parte mais superior estavam vazias e foi ali que eu me sentei colocando minhas pernas apoiadas no acento debaixo que também estava livre. Por alguns minutos eu assisti a aula bem despreocupada, até a hora que algo me chamou atenção, Miguel entra na sala e vai até o acento do meu lado esquerdo e se senta puxando minhas pernas pro seu colo, ele pega uma canetinha e marca um X em um dos buraquinhos da minha meia calça.
Peguei a caneta da sua mão e fiz um zero de um dos lados onde ele tinha feito o X.
Começamos a jogar o jogo da velha na minha meia calça até que ele marca o X final fazendo uma carreira e ganhando o jogo.Miguel: Parece que eu ganhei né ? - Ele põe a mão no local aonde tínhamos feito o jogo e aperta com força que me fez arfar e olhar pra ele indignada. - Aliás, como tá a sua cintura ? - Ele levanta suavemente minha blusa revelando minha cintura, ainda meio avermelhada. - Eu sabia que ficaria assim, foi mal, não sei medir minha força. - Ele dá um sorriso convencido.
- Isso não é muito educado, sabia ? - Semicerro meus olhos nele que apenas deixa os olhos na minha coxa acariciando aonde havia apertado. - Faz isso com todo mundo que tá conhecendo ?
Miguel: Hum...não, só com as fracas que eu sei que não aguentam.
- Como é que é ? Você é um idiota.
Miguel: O que foi ? Não gosta de ouvir verdades ? Mamãe não te ensinou a ouvir o que tem ser dito pra você ? - Ele dá uma risada desviando os olhos pros meus.
Eu não me considero uma pessoa desequilibrada e muito menos irritada, mas se tem uma coisa que faz meu sangue ferver é falar da minha família e principalmente da minha mãe. Falar da mãe é pecado no Brasil.
- Aí, não fala da minha mãe, você não me conhece, não sabe de porra nenhuma, jaé? Então fica na sua. - Eu o empurro de leve tirando minhas pernas de cima das suas.
Vi ele da uma risada baixa antes de praticamente me comer com os olhos.
Miguel: Te achei corajosa, sabia ?
Antes que eu pudesse responder algo, uma de suas mãos segura meu pescoço me mantendo paralisada, a outra mão em minha cintura apertando com tanta força que me fazia grunhir.
Miguel: Eu sou o dobro do seu tamanho, tenho bem mais força que você, tem sorte que eu não te machucaria, porque se eu quisesse, eu poderia bem facinho. - Ele fala olhando pros meus olhos.
- Tá me machucando nesse exato momento.
Novamente vejo aquele sorriso se formar no seu rosto, ele aproxima a boca do meu ouvido até encostar.
Miguel: Tô é ? Mas desse jeito eu acho que você gosta. - Ele sussurra.
- E quem é você pra dizer o que eu gosto ou não?
Miguel: Miguel Cazarez Mora, deixa bem guardado na sua memória. - Ele sussurra mais uma vez.
- Ah, foi mal, mas o meu cérebro só guarda o nome de pessoas relevantes.
Miguel: Porra, então eu vou ter que fazer algo que faça você se lembrar de mim, né ?
Reviro meus olhos e sinto sua mão em meu pescoço se firmando em um aperto, apenas nas laterais do meu pescoço, fazendo com que minha passagem de ar não fosse bloqueada.
A mão que estava em minha cintura desliza até pousar em minha coxa onde ele deixa um aperto que faz com que eu me contorça por completo sob seu toque. Sua boca mal me tocava, mas eu conseguia sentir sua respiração quente próxima ao meu ouvido e pescoço me fazendo ter arrepios.- Para. - Ordeno tentando me soltar e empurrar Miguel pra longe que só aumenta o aperto sob mim.
Miguel: Que parte de "eu sou mais forte" você não entendeu ?
- Nada cavalheiro você, em. - Falo com um sorriso convencido.
Miguel: Eu sou um cavalheiro sim, mas de um jeito diferente. - Ele diz com um sorriso subindo a mão que estava em meu pescoço pro meu queixo e logo em seguida me soltando.
- Não chega mais perto de mim, e nunca mais trisca em mim. Jaé ? Você pode ser mais forte, mas não é a prova de arma de choque.
Miguel: Isso foi uma ameaça?
- Isso foi uma ameaças, pode ter certeza, Mora.
Me levanto pegando minha bolsa e indo pra longe dali, mas mesmo assim eu consegui ouvir a risada do Cazarez atrás de mim.
Saio da sala e vou direto pros corredores, eu ia voltar pro meu dormitório, Deus me livre passar todas as aulas com aquele maluco, enquanto eu andava perdida nos meus pensamentos alguém agarra meu braço e já de cara eu o empurro.Tristan: Uai fia, que foi isso ? - Ele ri sem entender o motivo de ter sido empurrado de graça.
- Nada não, achei que fosse outra pessoa, sabe onda tá o Mason ?
Tristan: Sei, vim te buscar pra gente matar aula juntos, ele tá atrás do refeitório e o Brady foi pegar comida pra gente.
Acompanhei Tristan, e assim que chegamos atrás do refeitório, tinha uma morena deitada na grama e Mason por cima dela quase engolindo a garota, mas assim que ele viu que não estavam mais sozinhos e se senta ao lado dela e limpa a boca borrada de batom rosado.
A garota se levanta fazendo sinal que era pro Mason ligar pra ela, ele sem a mínima vergonha na cara olha pra gente.Mason: E aí galera. - Ele sorri.
- Você não vai ligar.
Mason: Claro que não, mas deixa ela achar que sim.
Tristan: Foi só meia hora que eu sumi e quando eu volto você já tá quase garantindo a sua linhagem.
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Longe de mim - Miguel Mora
FanfictionQuando S/n Castellini e seu melhor amigo ingressam na universidade, eles estão prontos para novas experiências e desafios. No entanto, conforme o semestre avança, estranhos desaparecimentos começam a assombrar o campus, incluindo o sumiço de um dos...