Fuga.

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POV S/n

  Eu já tinha tentado sair daquela casa de todas as formas possíveis, sei lá, eu ainda estava desconfiada do Miguel, pode ser só preconceito da minha parte, o cara pode apenas ser introvertido, mas de toda forma...

  Quando me cansei de procurar, eu acabei vendo uma porta aberta e não pensei duas vezes antes de ir até lá, mas assim que eu ia sair, a grande silhueta de Miguel aparece na minha frente.

Miguel: Tentando fugir, amor? Assim você me ofende.

Ele me olha com aquele sorriso de canto.

Miguel: Você é toda marrenta, e é isso que me deixa louco em você. - Ele dizia se aproximando de mim enquanto eu dava passos pra trás até me encostar no balcão da cozinha.

- Eu tô perto de uma faca, vai continuar chegando perto ? Quem te garante que eu não vou fazer nada com você ?

Miguel desvia o olhar de mim deixando uma risada baixa ressoar no cômodo, ele chega um pouco mais perto se pondo entre minhas pernas, ele pega a faca que estava em cima do balcão, a vira segurando o objeto pela lâmina e me entregando com o cabo na minha direção.

Miguel: Faz. - Ele apoia uma mão de cada lado do meu corpo e quando eu segurava a faca.

Eu sequer conseguia pensar no que fazer naquele momento, tudo o que eu conseguia prestar atenção era nele, em como era alto, com aquela pele bronzeada, cabelos longos que estão por cima dos meus ombros, aquele olhar...aquela boca, seu corpo grande e atlético que cobria o meu por inteiro.

Miguel: Eu sei que não vai fazer nada, e você sabe que eu não te trouxe pra cá pra te machucar, então deixa de ser joguinho.

- Mas eu ainda não confio em você, você pode não me querer fazer mal, mas talvez queira fazer mal aos meus amigos.

Miguel: Princesa, o Brady eu nem cheguei a conhecer, e o Mason...deixa eu te falar, eu sou bem possessivo com o que é meu, sabe ? - Ele tira a faca da minha mão a jogando no balcão e põe um braço em volta da minha cintura me puxando pra mais perto. - E normalmente eu não gosto de nenhum garoto que ouse chegar perto de você, por exemplo aqueles garotos que zoaram você na piscina...não reparou que eles sumiram ?

Eu nunca tinha reparado, mas era verdade, eles não apareceram mais na faculdade depois daquilo.

- O que fez com eles?

Miguel: Mandei eles pra bem longe, talvez pra tão longe que eles nem estão mais nesse plano espiritual.

- Você não terminou de concluir a linha de raciocínio, tava falando do Mase.

Miguel: Achei que já tava óbvio, eu dividi você com ele, se eu quisesse fazer algum mal a ele, você acha que eu teria feito isso ?

Dou de ombros e o garoto só chega mais perto deixando selares molhados no meu pescoço enquanto uma de suas mãos apertavam minha coxa com firmeza.

Miguel: Enfim, por mais tentador que que seja te pegar de jeito em cima desse balcão, a gente tem que conversar sobre a OSA, isso se você quiser saber da evolução do caso.

- Claro, eu quero saber. - Me afasto um pouco e regulo minha respiração.

Miguel: Me espera na sala, eu já tô indo, só vou subir e tomar um banho rápido.

- Beleza.

   Fui pra sala e me sentei no sofá o esperando, só de relembrar o quão próximo ele ficava de mim já me faltava o ar, mas mantive a postura, ele desceu as escadas com uma calça moletom, uma regata jogada no ombro e os cabelos soltos e úmidos, porra, assim fica difícil...

Miguel: Então...

  Ele se senta no sofá ao meu lado e olha pra mim.

Miguel: Eu e o Jacob marcamos uma reunião com a OSA, e o Tristan tava lá, o que significa que ele era realmente faz parte da OSA, igual eu falei pra você, eu fiz eles pensarem que estamos brigados e que você fugir por medo de ser a próxima que eles pegariam. E ninguém vai desconfiar que você tá aqui, e mesmo que desconfiassem, ninguém ia mexer com você aqui.

- Só isso ? Eu não quero saber da minha segurança eu quero saber quando vai acabar essa palhaçada e eu vou ver meus amigos de novo

  Miguel me puxa pro seu colo e começa a acariciar o meu cabelo enquanto falava com uma voz calma e serena.

Miguel: Se eu chegar já perguntando deles vai dar muito na cara, mas eu prometo pra você que vou dar um jeito de trazer eles de volta, a menos que estejam mortos, porque aí não tem como.

- Você acha...que eles podem estar mortos ?

  Ele fica calado por um tempo, até agora eu nunca o vi tomando muito cuidado com as palavras, ele simplesmente falava o que pensava, mas dessa vez parecia estar pensando no que falar pra não me magoar.

Miguel: Pra falar a verdade...minha surpresa seria se eles estivessem vivos...mas não é algo confirmado, então você pode ter esperança, só não quero que você crie muita expectativa. - Ele me olha com sinceridade e um pouco de pena.

- Eu não acredito em uma porra dessas, minha vida era normal até umas semana atrás e agora tá parecendo uma série da Netflix. - Passo as mãos no meu cabelo.

Miguel: Com o tempo as coisas vão se resolvendo, é como dizem, tudo passa, nem que seja por cima de você.

- Eu prefiro que nada passe por cima de mim.

Miguel: Nem se for eu ? - Agora seu típico sorriso estava de volta no seu rosto.

- Para de ser idiota vai.

Miguel: Só vou parar porque nossa comida chegou, se não fosse isso, você ia ter que me aguentar do jeitinho que eu sou. - Ele levanta indo até a porta.

- Comida ?

Miguel: Aham, não sei cozinhar, então eu pedi comida, algum problema?

- Nenhum, o que você pediu aí ?

Miguel: Crepe francês, eu não sabia de que sabor você ia gostar mais, então pedi de frango com catupiry, calabresa e bacon, também pedi doce, mas não sabia qual você ia gostar, aí pedi um de Nutella, outro de Romeu e Julieta.

- Vai sobrar comida pra cacete.



  Postando o capítulo por pura e espontânea pressão.🥰

Longe de mim - Miguel MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora