Dor.

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- Eu disse toda, tipo cima baixo e lado
Pelada dentro do carro
Ele mete tudo em todos os meus buraco
Não tem homem mais sortudo do que o meu namorado
Eu não lavo, eu não cozinho
Mas eu te transformo em macho. - Cantarolo enquanto fazia minha skin care, atrás do espelho vejo o Miguel escorado na porta do banheiro, com os braços cruzados, cabelo solto, um olhar sério e um sorrio de canto na boca, calça de moletom, sem camisa. - Tá me olhando assim porquê ?

Miguel: Porque eu sei português. - Ele fala me deixando de boca aberta, eu tava cantando bem alto...tipo bem alto mesmo.

- Como assim você sabe português ?

Miguel: Aprendi na época que tava de planos de ir pro Brasil, Duolingo todos os dias. - Ele se aproxima alargando o sorriso segurando meu queixo me fazendo olhar direito pra ele. - Uma boquinha tão linda dessas falando tanta putaria. - Ele se aproxima deixando os lábios próximos dos meus, eu chego mais perto dele pra beija-lo mas ele se afasta andando até o outro lado do banheiro pegando a escova dele.

- Idiota. - Falo baixinho.

Miguel: Por que tá brava ? Quando eu deveria estar bravo com você, por ter me acusado injustamente.

- Você clonou meu celular.

Miguel: Na verdade eu paguei alguém pra fazer isso, então teoricamente não foi eu quem clonei. - Ele fala com um sorriso descarado no rosto enquanto colocava a pasta de dente na escova.

  Reviro meus olhos e dou o dedo do meio pra ele.

- Saiba que daqui a pouco eu vou voltar pra faculdade, valeu por me deixar passar a noite aqui.

  Miguel me olha neutro antes de ajeitar a postura.

Miguel: E quem disse que você pode sair ?

- Não preciso da sua permissão pra fazer nada, nem meus pais mandam em mim, quem dirá você.

  Ele ri desviando o olhar pro lado e então avança em mim me pegando no colo e me pondo em cima da pia imensa do banheiro, antes mesmo que eu pudesse reclamar sobre isso, ele agarra minha nuca puxando pra baixo com força fazendo minha cabeça arquear.

Miguel: Vou falar no seu ouvidinho pra ver se assim você escuta. - Ele chega perto do meu ouvido. - Você tá na minha casa e só vai sair comigo e quando eu deixar, eu tô pouco me fodendo se você não obedece seus pais, a mim você vai obedecer, entendeu ? - Ele fala dando um beijo no meu pescoço, mas eu me mantenho em silêncio. - Eu perguntei se você entendeu. - Ele aperta minha coxa com força me arrancando um pequeno gemido dolorido.

- Eu entendi... - Falo baixo, a voz saindo falhado.

Miguel: Ótimo. - Ele me solta e volta a escovar os dentes se afastando de mim.

  Aonde foi que eu me meti...

Miguel: Eu vou pra faculdade mais tarde pra fazer um acordo com o pessoal da OSA, vou entrar pra me infiltrar, você fica aqui onde é seguro.

- Achei que você era um cara legal, meio insuportável, mas gente boa, só que agora você tá me dando medo.

Miguel: Eu só tô protegendo você. - Ele dá de ombros. - Se isso te dá medo, então imagina você nas mãos de alguém da OSA, hm ? Eles não ligam pra quem você é? Você imagina o que eles poderiam fazer ? Tudo o que tô pedindo pra você fazer é que fique aqui, em segurança.

- E precisa me apertar assim faz parte dessa sua segurança? Isso dói, sabia ?

  Vejo ele sorrir mais uma vez, ele sequer deu um passo mais perto, ele apenas semicerrou os olhos em mim.

Miguel: Dói né ? Mas eu sei que você gosta, pode negar o quanto quiser, mas ninguém conhece seu corpo melhor que eu. - Ele se vira pro espelho de novo e eu saio do banheiro.

  O pior é que ele tava certo, sobre tudo.

Um tempo depois...

POV Miguel

- Eu tô saindo, eu só devo voltar à noite, pode ficar a vontade, tem todos os streaming's nas televisões, tem tudo o que você gosta na geladeira, você também pode pedir delivery se precisar.

  Falo pra S/a antes de sairz

- Aliás, nem perde seu tempo tentando fugir, tá tudo cercado.

  Ela me olha indignada e eu só dou uma risada saindo dali, assim que chego na porta de casa eu olho pra um dos seguranças que eu tinha contratado.

- Façam o possível e o impossível pra manter ela segura e dentro de casa, se ela fugir, ou se q machucarem, podem se considerar mortos.

   Entro no carro e vou direto pra universidade, eu já tinha pedido pro Jacob marcar uma reunião com eles, afinal o Jacob também já tinha sido convidado pra praticar da OSA, mas ele também recusou porque pensa a mesma coisa que eu.

Jacob: Até que enfim, você demorou, já estão esperando a gente.

- Foi mal, eu precisei de um tempo a mais pra chegar aqui, o trânsito tava uma porra.

  Falo acompanhando o Jacob rumo as catacumbas da universidade, ninguém excertos membros e convidados da OSA sabiam daquelas passagem, era a melhor forma deles se locomoverem pela universidade inteira sem serem vistos.

Tristan: Por aqui.

  Tristan leva a gente até uma sala específica onde tinha uma mesa grande, deveria ter umas 15 pessoas ali.

Rory: Então, depois de tanto tempo resolveram aceitar o convite?

- Não fode, não foi nem um ano negando esse convite.

Rory: Achei que a OSA era brincadeira de criança pra você, e achei que você não iria querer participar nunca, ainda mais agora que estamos atrás daquela brasileirinha. O que te fez mudar de ideia ?

Tristan: Eles brigaram, ela acusou ele de participar ele da organização.

- É...mas agora acho que ela fugiu, não a vi faz um tempo, desde que descobriu que o Tristan participava da OSA.

Rory: Como ela soube?

- Ele deu brecha. Falou de um momento que ela não tinha contado pra ele, e na hora só tava eu e ela.

Tristan: Droga...

Rory: Mas eu não ligo, ela deve fugido com medo, até que fez bem, assim não vai ter o fim que os amigos dela tiveram.

Longe de mim - Miguel MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora