Lealdade.

744 67 127
                                    


   Quando eu acordei, minha visão ainda estava meio turva, meus sentidos todos bagunçados, olho em volta tentando identificar o local onde eu estava, infelizmente minha dor de cabeça falava mais alto que minha curiosidade naquele momento.


Xx: Finalmente te pegamos, ratinha. 


 Uma voz masculina grossa e meio rouca sussurra perto do meu ouvido e em seguida só ouço um barulho de porta se fechando, mal conseguia abrir os olhos.


P.O.V Miguel 


A reunião hoje acabou mais tarde do que o esperado, mas finalmente acabou, saí da sala de concentração da OSA e segui o caminho secreto até chegar no campus da universidade novamente, de primeira eu procurei a Maddy, mas quando achei ela, não estava com a Sn, até então tudo bem, ela quase nunca estava com a Maddy mesmo.

Comecei a procurar em todos os lugares e nada da Sn, aos poucos minha preocupação vai aumentando, pego meu celular e ligo pra um dos segunças que eu havia contratado justamente pra ficar de olho na minha mulher, quando eu disse que estaria de olho nela eu não estava brincando, porém não tinha como ficar de olho quando eu estava nas reuniões.


- Onde ela está ? - A essa altura eu já estava ficando claramente fora de controle.


Xx: S-senhor Miguel, nós a perdemos, nos desculpe. - Ele fala do outro lado da tela.


- Seus idiotas, eu contratei vocês por um unico motivo, vocês só tinham um trabalho, começem a procurar por ela, e é bom que achem, ou eu os mato.


  Desligo a chamada e passo as mãos no rosto agoniado, eu sabia que tinha sido a OSA, só não sabia o porque ou quem onde tinham colocado ela, mas eu precisava achar.


P.O.V Sn


  Ao que tudo indica, eu tinha apagado de novo, mas dessa vez quando abri os olhos notei que a tontura tinha passado, olhei em volta e eu não conhecia o lugar, mas era sei lá, úmido e meio escuro, ouvi barulhos de vozes através de uma porta, com passos cuidadosos eu me aproximo da maçaneta e abro a porta que foi uma cena diabólica, mas mesmo assim eu fiquei feliz, Mason estava vivo, bem vivo e com uma encapuzada em seu colo que parecia mais que satisfeita.


Mason: SNNNNN!!! - Ele se levanta arrumando as roupas pra vir me dar um abraço, eu retribuo o mesmo enfiando meu rosto em seu peito, no meio desse momento a garota que estava com Mason saiu que eu nem vi.


- Fiquei com tanto medo de perder você. 


Mason: Nem se você quisesse, bebê. - Ele ri.


- Quem era aquela? - Indago e vejo um sorriso safado se formar nos lábios do Mason.


Mason: O nome dela é Any, ela faz parte da OSA, eu ia morrer, só que ela me escondeu aqui, e também fica me informando se alguém importante pra mim foi pego, e se sim, ela trás pra cá, em troca disso tudo, eu como ela.


- Sinceramente não sei que mel é esse que você tem com as mulheres. - Balanço a cabeça em negativo.


Mason: Sabe sim, e sabe muito bem.


- Enfim, e o Brady ? 


Mason: Infelizmente ele se foi.


- Tá zuando.


Mason: Tô mesmo, ele tá vivo e tá ali atrás, mas tá dormindo, não confia em dormir porque acha que vão fazer algo com a gente a noite, daí esses dias ele tá igual morcego, dorme de dia e fica acordado a noite. - Ele olha pra trás onde eu realmente vejo o Brady dormindo. - Nem vou perguntar como eles te pegaram, correram atrás de você como distração e te doparam né ? 


- Como cê sabe ? 


Mason: Mesmo esquema com a gente.


- Melhor a gente arrumar um plano pra fugir daqui, né ? 


Mason: Com certeza.


- Achei que você não ia querer, ainda mais com transa garantida.


Mason: Primeiramente linda, eu sempre tenho uma transa garantida, e outra, comer a mesma xereca toda vida abusa. - Ele fala com a maior cara de pau, era até inacreditável a coragem dele de falar essas coisas.


P.O.V Narradora


Enquanto isso Miguel estava em casa, espelhos, restos de eletronicos e de uma guitarra jogados pelo chão do quarto, o punho escorria sangue dos demais murros e golpes de raiva descontados em objetos.


Miguel: Que merda, como eu fui deixar isso acontecer, porra. - Ele passa as mãos agitadamente em seus cabelos desgrenhados e meio molhados pelo suor. - Eu preciso achar ela, eu preciso fazer alguma coisa.


Nesta noite Miguel estava sozinho, fora de controle e sem auxio emocional, ele sempre foi calmo, reservado e muito racional, mas como toda pessoa no mundo ele também tinha fraqueza, e a dele era sua possessividade, quando algo que era dele estava fora do seu controle, ele surtava, e era o que estava acontecendo naquele momento.

  No entanto, dessa vez foi diferente, depois de descontar sua raiva em tudo que ele podia, ele ficou um tempo em seu carro até se acalmar e então seguiu viagem até a universidade mais uma vez, decidido de expor OSA de uma vez, ainda sim era uma atitude meio irracional, mas que poderia ajudar.


P.O.V Miguel


Eu estava na biblioteca acessando todos os arquivo, apenas um clique pra mandar tudo pelos ares. Assim que eu encostei no teclado eu senti algo gelido na linha da minha coluna, uma arma.


Tristan: Eu não faria isso, eu sabia que você estava infiltrado, olha só, tem tanto poder nas mãos, poderia ficar bem mais poderoso mas preferiu bancar o detetive bonzinho, afasta a mão do teclado, estamos com sua namoradinha, se você fizer alguma gracinha, matamos ela.


Meu sangue ferveu, me viro bruscamente segurando no cano da arma, empurrei Tristan que caiu no chão, mirei a arma direto no seu rosto, ele apenas sorrio e levantou as mãos, enquanto eu me segurava pra não apertar aquele gatilho ainda.


Tristan: Você até pode me matar, mas se fizer isso nunca vai achar a Sn, e pior, se eu for morto, vai ser um comando direto pra matar ela também.


Miguel: Você é idiota ? Prefere morrer ao me contar aonde ela tá e sair vivo? 


Tristan: É o preço da lealdade.





Oi bebês, como prometido, tá aí o cap, delícias.

Longe de mim - Miguel MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora