OSA voltou.

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   Eu virava de um lado pro outro inquieta, eu estava dormindo no dormitório do Tristan, hoje Jacob estaria no dormitório e não queria ir pra lá por vários motivos.
  
Tristan: Algum problema, S/a ? A cama não tá confortável ? - Ele me olha parecendo preocupado.

- Não, não, tá tudo certo, eu só tô pensando ? Sabe, eu não consigo ficar tranquila com o que vem acontecendo nos últimos dias.

Tristan: Sei, tá preocupada com o Mason, eu também tô, não consigo dormir também.

   Ele se senta na cama e eu faço o mesmo olhando pra um canto do quarto.

Tristan: Tô com medo de ser o próximo, ou você ser a próxima, ou o Miguel. Eu tenho pesquisado bastante sobre isso, e só quem se "transferiu" do nada, foi o Brady e o Mason, então nessa linha de raciocínio, alguém do nosso grupo vai ser o próximo.

- Não acho que o Miguel seria uma das pessoas que a OSA pegaria. - Deixo escapar.

Tristan: Por que não ?

  Eu o olho e respiro fundo dando uma risada logo em seguida.

- Olha o tamanho do cara, ele parece um guarda roupas de tão grande, tem que ser muito marombeiro pra enfrentar.

Tristan: O Brady também era rato de academia e isso não impediu de pegarem ele pelo visto, né ?

  Damos uma risada baixa, continuamos conversando por um tempo e logo depois pegamos no sono, quer dizer. Nem eu e nem ele dormimos de fato, só esperamos deitados e de olhos fechados até dar o horário de levantar.

  No dia seguinte eu me levanto, me arrumo e vou direto em direção ao quarto do Miguel, quando eu entrei ele estava terminando de fechar o zíper da calça.

Miguel: Que isso princesa, se tivesse chegado um pouquinho antes ia ter visto mais do que devia.

- Você faz parte, não é?

Miguel: Do que tá falando ? - Ele diz de modo despreocupado enquanto se virava de costas pra mim se olhando no espelho pondo sua corrente prata no pescoço.

- Você faz parte da OSA.

  Ele dá uma risada mas para e se vira pra mim ao ver que eu não estava brincando.

Miguel: Tá falando sério ? O que te faz pensar que eu faço parte da OSA, eu já falei muito bem o que eu penso sobre isso, é coisa de criança e de adolescente que quer chamar atenção.

- E desde de quando sua palavra vale de alguma coisa ?

  Ele me encara por alguns segundos antes de chegar perto de mim me prendendo contra a parede.

Miguel: Nunca mais fala da minha índole, eu nunca menti pra você ou nada do tipo pra você duvidar de mim, duvide o quanto quiser, mas não diz que minha palavra não vale nada, tá me entendendo? - Eu o olho e ele parecia muito bravo, mais do que eu jamais tinha o visto. - Agora fala, porque acha que eu participo da OSA, diz todas as provas que você juntou contra mim, vai princesinha detetive. - Ele me encara e eu fico calada. - Fala, porra!

- Você tava muito tranquilo com o sumiço do Mason, e ficou dizendo que os detetives particulares não serviam pra nada, e você tem acesso a um tempo de reunião especial, você mesmo disse, você apareceu todo machucado e não quis dizer o motivo, talvez uma das vítimas de vocês tenha rebatido, antes da gente se conhecer ninguém mal te conhecia.

  Ele ri e me solta me olhando.

Miguel: Essas são suas provas concretas ? Não passam de deduções, e pasmem, gatinha, nada e nem ninguém gira em torno do que você pensa, você não pode acusar ninguém sem provas verdadeiras, isso tudo que você disse é no máximo uma infeliz coincidência. - Ele cruza os braços em frente ao peitoral sem tirar os olhos do meu. - Você não acha que tá muito grandinha pra brincar de detetive ?

   Balanço a cabeça em negativo encarando ele.

- Se você não fosse culpado, você rebateria minhas acusações com prova, ao invés disso tá só dizendo que o que eu disse não passa de dedução.

   Saio do quarto, nada me fazia acreditar no contrário, eu tinha certeza que ele participava de tudo aquilo, fui até o Tristan e contei toda minha teoria, eu precisava que ele soubesse de tudo, pra ele se proteger, se ele não soubesse ele continuaria perto do Miguel.

Tristan: Até que faz sentido...eu até achei meio suspeito quando você contou daquela vez na biblioteca, mas achei que era coisa da minha cabeça.

- E então, a gente investiga ele agora ? O que a gente faz, tenho certeza que ele participa, mas preciso de uma prova concreta como ele mesmo disse, caso contrário tudo o que eu falo não vai passar de dedução.

  Tristan acena com a cabeça e pelo resto do dia ficamos conversando sobre o que iríamos fazer, um milhão de planos pra desmascarar essa maldita organização, o pior de tudo é que não saíamos onde Brady e Mason estavam, e nem como eles estavam...nem se estavam vivos. Embrulhava o nosso estômago pensar que talvez eles não estejam mais nesse plano espiritual.

Horas mais tarde...

   Eu estou no refeitório pegando algo pra comer, estava meio escuro, mas não o suficiente pra mim ver Miguel passar por um dos corredores, as mãos nos bolsos, os passos apreensivos, a postura meio curvada, parecia preocupado com alguém, talvez estivesse com medo de que eu o desmascarasse, que eu mostrasse quem ele era.

   É meio decepcionante porque eu até que o achava interessante, é realmente uma pena, mas isso até que fazia sentido, o porque tinha se aproximado tanto de mim, e assim do nada, pra se infiltrar e entrar no meu grupo de amigos.

Longe de mim - Miguel MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora