Capítulo 3 - Brigas

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— Leopoldo, quero te contar algo, mas quero que me escute até o final antes de tirar conclusões precipitadas, ok? – ele ficou estranho, seu olhar mudou e ele se colocou na defensiva. – Recebi uma proposta de trabalho, amanhã tenho que ir para saber os detalhes, me chamaram para ser editora jornalística de um programa de tv.

— Trabalho!? — senta na cama com os punhos cerrados e com a cara feia — E pelo jeito já aceitou, verdade?

— Não. Por isso estou tendo uma conversa com meu marido que deveria me apoiar em todos os momentos — sua voz foi de decepção total. – Guerrero foi o produtor executivo de um programa e me chamou para o editorial.

— E ver você indo trabalhar com aquele velho Don Juan jamais!

Ele levantou e foi colocando o pijama que estava dobrado na poltrona do jeito que ele gostava. Refúgio também levantou, mas pegou a camisa do marido e vestiu ficando sem peça íntima nenhuma por baixo.

— Acho incrível que eu te apoie há mais de vinte três anos em todos os assuntos ligados ao seu trabalho, mas você barra meus sonhos sempre que seu ciúme ataca. — viu ele tentando se aproximar e foi em direção a porta.

— Não barrei quando depois que Elisa nasceu e quis voltar para faculdade, Não falei nada, fez se formou, e maldita hora que foi fazer uma segunda especialização de sei lá o que, e conheceu esse homem. Ciumento eu? – foi atrás dela.

— Sim. Você sempre foi assim comigo, Leopoldo, mas de um tempo pra cá vem piorando. Você sente ciúmes de todos, naquele dia que fui pegar Ricky no treino e chegou vendo o treinador falando comigo. Homem, pensei que iria partir para cima do treinador quando ele me tocou meu braço dando tchau.

— Ter ciúme é normal, saudável em uma relação.

— Seu ciúme é patológico Leopoldo. Isso que você sente não é normal.

— Você e essas palavras difíceis. — foi atrás dela.

— Essa desordem emocional que existe em você não me deixa viver a minha vida, só falei que queria trabalhar fora e olha como ficou, somente na menção de que eu tenha contado com outro homem. — sua voz ficou mais elevada, enquanto andava balançava os braços numa certa altura.

Ver a esposa fazer aquilo ativou alguns gatilhos adormecidos nele. Por isso quando Refúgio chegou na sala, ainda muito brava com aquela reação de Leopoldo sobre o convite de Guerrero, sentiu que seu esposo estava sendo totalmente egoísta e ciumento. Saiu do quarto, mas não esperou o marido que foi atrás dela como um cão raivoso.

— Minha resposta é não, não vai trabalhar para ele e pior com ele. – falou chegando atrás dela.

—Leopoldo, para estarmos casados há quase 24 anos, nunca te dei motivos para sentir ciúmes, sempre fui e serei verdadeira contigo. Eu quero trabalhar sim, nesses anos todos nunca fui trabalhar por achar que você e nossos filhos necessitavam de mim, mas agora eu preciso disso. Algo meu.

— Vai sair para trabalhar, ok pode fazer isso na concessionária, te dou um cargo, seja dona, sabe que metade do que temos é seu, a herança que seu pai deixou é rentável, não precisa trabalhar. Ainda mais com o maior Don Juan da televisão deste país.

— Eu não acredito no que estou ouvindo, Leopoldo para com isso, seu ciúmes me quer presa dentro de casa, me quer sob seu domínio.

— Não é isso Refúgio, só não quero que trabalhe com ele.

— Vou trabalhar para ele e para a emissora, nem terei contato com ele, Guerrero é o chefe, não fica na edição. Leopoldo, por favor, me escute. Eu quero isso, se não der certo, ok aceito. Mas eu quero tentar, quero trabalhar.

Con amor si puedesOnde histórias criam vida. Descubra agora