Os três Fernández se olhavam com curiosidade e amor, eram três gerações naquela sala e nenhum deles sabia o que fazer, até Nelson andar até os filhos e também se ajoelhar abraçando os dois com toda força que tinha, as lágrimas já desciam sem perceber.
— Meus filhos, não pensei que sentiria a mesma emoção anos depois, mas ter o Nandinho aqui perto me faz lembrar da sensação de te ter em meus braços Leopoldo.
— O Nandinho veio em um momento crucial em sua vida, do mesmo jeitinho que cheguei.
— Sim meu filho, vocês são o meu presente — tocou o rosto dos dois e sorriu docemente.
— Ei papai não chora, agola tô aqui — tocou sua bochecha curioso e tocou seu bigode dando um risinho tímido.
— É meu, vocês são meu tudo, não tenho o que reclamar, sou feliz.
— Somos felizes de ter você como pai, né mesmo Nandinho? — abraçou o irmão.
— Sim irmãozão — seu sorriso foi instantâneo e puro.
Os três Fernández compartilharam algumas horas de histórias e lembranças, Fernando como toda criança contou tudo que passou com inocência e Nelson sentiu o peso no peito ao ver que o filho sofreu por uma vida toda em tão pouco tempo, mas Leopoldo deu todo suporte e apoiou os dois num grande abraço seguro.
.
.
.
Nelson recebeu todas as informações do advogado, assim Fernando, era dele nada nem ninguém iria tirar o menino dele. Em casa com Lupe, Fernando corria para todos os lados, a senhora só estava sorrisos.
— Amor, seu almoço está pronto! — ela fez arroz, bife, salada e batata fritas.
— Uau, é minha comida favorita, o papai vem almoçar em casa?
— Hoje não, só nós dois hoje, ele está na oficina e depois vai com seu irmão a um médico.
— Ele está bem, porque vai ao médico?
— Nelson está bem, só vai falar com um amigo do seu irmão.
— Hum, entendi. Mas se vai se casar com meu pai, vai ser minha mãe?
— Nandinho e suas perguntas! — Refúgio entrou na cozinha. — Oi mãe, vim almoçar aqui, Rick tem treino e vai almoçar com a Regina e Elisa não vem hoje para casa.
— Oi filha, senta aqui amor. E Nandinho, se quiser posso ser sim sua mãe, meu coração cabe um menino lindo — ela piscou para ele.
— Mas a tia é namorado do meu irmão, e vai ser minha irmã também, como pode?
— Complicado né meu gatinho, mas tudo bem somos família e isso que importa, mãe quero batata frita com queijo, tem? — Lupe afirmou e foi pegar o queijo para eles.
.
.
.
Durante o almoço tudo correu bem, já na concessionária. Nelson e Leopoldo estavam tendo uma conversa um pouco tensa.
— Não tio, não quero ir lá, não depois do que passei!
— Leopoldo, mas tem que ir, tem que fazer algo, estamos pagando impostos e taxas do local, então vende!
Leopoldo se levanta e caminha de um lado para o outro ficou agitado e nervoso. Nelson se assustou um pouco com a atitude dele.
— Ok, certo. eu vou lá, vejo como está, as coisas que ainda estão lá o que quer fazer? Preciso de ti para algumas coisas, sei que não tem boas lembranças de lá, mas precisamos resolver esse assunto.