Com a procura de apartamento quase não sobrava tempo para Elisa descansar um pouco da faculdade e do trabalho na loja do pai. Então Leopoldo passou no escritório e foi pegar a filha para um almoço e uma conversa franca entre eles, para resolver alguns pontos futuros. O lugar foi surpreendente para ela, normalmente os dois iam comer hambúrguer com batata frita e cerveja, agora estavam num restaurante que uma dose de uísque custava uma grana preta.
— Restaurante chique coroa? — saiu do carro e esperou o pai sair também.
— Já viu como ta vestida ultimamente?
— Como? — pôs a mão no bolso e sorriu tímida.
— Como adulta, merece algo a altura — admitiu orgulhoso.
— A mamãe e a Kaká me ajudaram a reformular meu guarda roupa — suas bochechas ficaram vermelhas.
— A Karolina, bom vamos entrar nesse assunto também, mas além disso quero falar de negócios.
— Negócios? Vai ter que me pagar uma dose de uísque do bom!
Abraçou a cintura da filha que tinha um bonito sorriso sapeca nos lábios e entrou no restaurante, ambos entraram conversando coisas aleatórias, brincadeiras do cotidiano deles. Quando sentaram e fizeram seus pedidos, ambos estavam bebendo para começar a conversa séria.
— Te conheço meu velho, eu sei que o assunto é sério quando me trás pra almoçar sem a mamãe e bebemos álcool invés de refrigerante — mexeu o líquido em seu copo e bebeu um pouco.
— Eu serei bem sincero e darei a minha opinião sobre sua relação com Barcelos.
— Pai não tem relação entre mim e a Kaká — interrompeu ele imediatamente e pousou a mão por cima da mão dele — mas quando tiver eu juro que vai ser o primeiro a saber.
— Eu me preocupo, antes com a Léa, você era a mais velha, agora você é a mais nova da relação, então eu tenho medo que ela te magoe.
— Pai, você é bem mais velho que a mamãe, mas isso não foi um problema, você não desistiu dela.
— Ela não desistiu de mim, me conquistou a pulso firme — falou baixo como se fosse um segredo.
— Você que foi conquistado coroa? — ele confirmou e Elisa sorriu boba com o pai — que fofo paizão!
— Além disso, eu quero te dar o apartamento no centro, o que quer alugar, Barcelos já tem a vida mais que garantida, só que você é independente.
— Pai, eu já decidi, vou trabalhar na empresa da família — segurou a mão dele e sorriu — estou estudando pra isso.
— Sempre foi seu sonho minha menina, eu conversei muito com sua mãe e chegou o momento de que eu deixe o meu machismo e aceite que meu presente lindo tome as rédeas do negócio familiar.