— Meu Deus o que aconteceu, o que fez Leopoldo?— ela falava tentando não colocar a mão nele, por ver ele naquele estado.
Leopoldo estava todo arranhado com cortes e ferimentos superficiais, o corpo doía muito. Eles foram para a sala, sentados, Refúgio não acreditava no que viu, o que ele fez, ela pensava aprovada. Refúgio chorava sentada ao lado dele, queria entender o que havia acontecido.
— Eu fiquei fora, e quando acordei já tinha batido o carro, não me lembro o que aconteceu, só que chorava com medo de perder nossa família e perder você!
— Como assim ficou fora? Meu Deus Leopoldo, olha seu estado, como assim ficou fora? Perdeu a consciência, desmaiou, o que? Tio o que o médico disse? — ela não sabia o que pensar, queria abraçar e cuidar dele, mas ainda estava brava e magoada com ele.
— Ele está bem abalado Refúgio assim como você, o médico liberou, não teve fraturas nem nada interno, mas como ficou preso no carro, seu corpo vai ficar bem dolorido.
— Leopoldo, meu Deus! — Lupe falou sem acreditar. — Se minha filha estivesse no carro ou uma das crianças. — Leopoldo ao ouvir a sogra começou a chorar em desespero.
— Não, eu não vou machucar eles, não vou, eu saí do hotel por isso, vi Refúgio com medo de mim, eu gritei com ela. Fui pela estrada vazia, acelerei demais, por um momento fiquei fora de mim e quando percebi o carro estava cravado na árvore. — ele se vira olhando Refúgio e se ajoelha na frente dela. — Amor, perdão, não queria aquilo, não queria gritar com você, não... eu não sou assim, sabe disso. Olha para mim e diz que me perdoa? — pedia quase que suplicando para ela.
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Horas depois Leopoldo já estava dormindo quando Lupe e Nelson olhavam para Refúgio que chorava sem saber o que fazer.
— Ele perdeu a consciência? — perguntou Lupe.
— Quando cheguei o acidente tinha acabado de acontecer, ele estava desorientado, acho que sentiu medo de perder a Refúgio e medo dele mesmo.
— Amanhã eu vou conversar com ele, Leopoldo precisa de acompanhamento, não podemos seguir assim. Ele ficou bravo e com ciúmes, quando viu Gerrero se despedindo de mim, ele me abraçou e vi quando Leopoldo veio como um tiro para cima dele, só não aconteceu nada, pois eu me coloquei na frente e meio que disfarcei, e logo a noiva do Guerrero chegou.
Eles se olharam e Lupe levantou a sobrancelha para Nelson e respirou fundo. Uns instantes seguintes Ricardo acordou ouvindo o pai reclamar de dor, foi até o quarto já que a porta estava aberta e viu o pai todo machucado e chamou a mãe. Nelson, Lupe e Refúgio ouvem Ricardo e subiram correndo para o quarto.
— O que foi pai, me fala o que foi, fala o que fez, o que aconteceu? — falava chorando sentado ao lado do pai. — O que aconteceu pai, fala comigo... MÂEEE corre aqui!
— Filho, me perdoa, me perdoa, não me deixa! — ele falava em meio aos gemidos de dor.
— Pai, fica bem, vai ficar tudo bem! — ele olhava o pai e logo viu a mãe entrar. — Mãe, olha o pai assim? O que aconteceu?
— Calma amor, ele sofreu um acidente de carro, está tudo bem agora. Tá feio sim, mas o médico deu alta para ele, vai ficar tudo bem.
— Acidente de carro, como? O pai é o homem mais cuidadoso que conheço, o que aconteceu? — falava chorando com medo de ver o pai machucado daquele jeito.
— Shii, filho, não fica assim, ele vai ficar bem. Está com dor por conta que ficou entre o banco e o airbag do carro. Amanhã vai ficar tudo bem. — ela abraçou o filho e deixaram o quarto.