Ao chegar estacionou o carro, pegou a bolsa e desceu. Logo os olhares masculinos e femininos do local se voltaram para ela, com isso chamou a atenção do dono do local. Refúgio caminhou ou melhor desfilou para dentro da concessionária. Leopoldo que estava em sua sala viu quando a esposa entrou e logo foi ao seu encontro.
— Oi amor, vim roubar você um pouquinho, pode ser? – ela falou sorridente e colocando as duas mãos no peito dele.
— Oi minha vida, que delícia de surpresa, vem, vamos na minha sala. – ele se coloca atrás dela e olha para os meninos que ali trabalhavam fechando a cara e sabia que eles não deveriam olhar para a esposa do chefe.
— Vi o tio Nelson, lá trás, que bom que ele veio, tem que avisar do almoço de domingo, minha mãe vem também.
— Avisei e pedi pra ele buscar sua mãe na rodoviária – falou esperando a reação da esposa.
— De novo dando uma de cupido, amor? – não gostou da atitude do marido e por isso seu tom foi de reprovação.
— Eles se gostam amor, não posso ficar sem ajudar, além disso o seu pai já não está mais, vamos amor não fica assim. – ele se aproxima mais dela e a beija nos lábios. – E então, me conta do seu almoço.
— Ok, vou pensar nisso, do tio com a minha mãe, só vou pensar. – ela acaricia a coxa dele. – Foi bom, conversamos bastante, Samara ainda é a jornalista do jornal da noite. As meninas todas da turma, foi um almoço e tanto, no final ficou somente Samara e Don Guerrerro estava também... – Leopoldo desfez o sorriso ao ouvir o nome do professor dela, sabia a fama de Don Juan que ele tinha. Leopoldo respirou fundo e viu que Refúgio parou de falar.
— Termina! – ele falou e para não estragar mais o dia e o jantar deles, Refúgio não falou da proposta. Queria o marido mais calmo, e por isso se aproximou dele.
— Seu ciúmes é tão palpável que sinto aqui, mas não quero isso amor, eu te amo, sabe disso, te amo, confio em você, é e sempre será o amor da minha vida.
— Eu não gosto dele, sabe a fama que ele tem, o jeito que ele te olha me deixa incomodado. – ele tenta levantar, mas ela não deixa.
— Deixa ele e todos me olhem, o que adianta eles se o meu olhar é seu, se meu amor é seu, se meu corpo é seu. Faz aquela magia das janelas dessa sala.
Leopoldo sorriu e trancou a porta e fez com que janelas ficassem brancas a ponto de que ninguém visse dentro da sala.
Leopoldo sentou novamente no sofá e Refúgio sentou em seu colo, beijou o pescoço dele, abriu um pouco a camisa e beijou o peito dele.
— Amor é só um carinho, não vamos fazer nada aqui! – disse ela beijando ele.
— Minha Vida, vamos para casa, preciso de ti por inteiro, não quero só um carinho, aqui os meninos vão ouvir. – amar Refúgio era o jeito que ele entendia que ela era seu amor, que ela estava com ele de verdade. E que o ciúmes era passageiro, pois Refúgio era dele por inteiro.
— Vamos, mas quero você. – ela sussurra algo para ele. – Faz?
— Refúgio, olha o que tá me pedindo, lá alguém pode te ver, não!
— Nossa Leopoldo, eu fiz com você quando me pediu, e estávamos no local público também. – ela disse se levantando e arrumando o vestido.
— Na varanda do hotel foi diferente, sabia que não tinha ninguém lá para te ver. No estacionamento, não mesmo, sabe que meu carro não tem proteção nos vidros.
— Ok, eu entendi. – ela respirou fundo e desfez as janelas brancas, assim não teria comentários. – Não quero brigar, vamos jantar ainda?
— Está bem, sem brigas, vamos sim. Me dá 10 minutos que vou finalizar aqui e pedir para o Claudio assumir. Fica aqui. – ela só assentiu.