Em casa Refúgio arrumou um lanche para ela e o marido, estranhou que a mãe e o filho não estavam em casa.
— Léo, a minha mãe falou algo que não viriam para casa depois que pegasse no Ricky?
— Não amor, e olha que estranho Claudio me disse que o tio não foi à tarde para a concessionária e nem na oficina, será que foram namorar?
— Deixa de ser tonto, Leopoldo, se Ricardo está com eles. — ela pega o celular e liga para a mãe, o mesmo tocou várias vezes e Lupe não atendeu. — Ué, será que ela deixou o celular em casa, não me atendeu.
— Vou ligar para o tio, vai que... — eles riram e Elisa entrou pela cozinha chorando.
— Filha, o que foi? — perguntou Refúgio.
— Ela não me ama, ela foi almoçar com outro, está saindo com o assistente do professor dela. — Elisa abraçou a mãe, Leopoldo fez um sinal que sairia da cozinha e Refúgio concordou.
— Elisa, o que aconteceu?
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Leopoldo estava na sala quando Léa entrou correndo.
— Ei, ei calma ai mocinha.
— Padrinho, ela entendeu tudo errado, onde tá a Eli, preciso explicar para ela.
— Calma, ela está na cozinha com a mãe, vem aqui e se acalma. — disse ele tentando ajudar.
— Não quero te ver mais, sai daqui, fica longe de mim e da minha família. — gritou Elisa entrando na sala e vendo o pai abraçando Leandra.
— Não, eu não fiz nada, estava com a turma toda, mas não viu isso, só viu o que te convinha, eu não fui almoçar com ele só, estávamos todos.
— Estava abraçada com ele. — gritou Elisa.
— Ele estava me dando os parabéns por eu ter sido aprovada e que fui eleita para fazer o estágio. Padrinho diz pra ela que me inscrevi para fazer o estágio na sua loja, aprender administrar com o senhor.
Refúgio vendo que aquilo é demais, gritou tão alto que assustou a todos. Leopoldo olhou para a mulher e não a reconheceu, assim como Elisa e Léa.
— Parem todos vocês, essa família está sendo destruída por ciúmes, por não existir o ato de conversar, dialogar, as coisas precisam ser esclarecidas antes. Elisa precisa aprender que o que vemos não é o que pensamos. Para e pensa menina, o ciúmes é traiçoeiro. Escute o que a Léa está falando, olhe o que criou na sua mente.
— Mãe, ela estava abraçada com o assistente do professor!
— Elisa está se ouvindo, acha que só por que ela estava abraçada ou que recebeu o abraço de parabéns de alguém ela vai te deixar ou que não te ama, escuta o absurdo que fala.
— Pai? - o chamou chorosa.
— Sua mãe está certa filha, olha pra mim, olha o que fiz comigo por gritar com ela, por achar que o novo trabalho dela poderia nos separar, e por ver ela sendo parabenizada e abraçada com alguém. Não vou falar nada, só me olha e vai saber.
— Você senta ai e ouça sua namorada, e você fale, mas eu quero que sejam sinceras uma com a outra, e se for para seguir assim Elisa e você se separam. Elisa vai estudar em outra cidade se for o caso, não quero isso, não quero mesmo!
Refúgio deixou a sala chorando, Leopoldo sabia que ele fosse atrás dela, ela iria descontar a frustração nele, então ele foi para o escritório. Ele ligou para o tio, que deu uma desculpa esfarrapada sobre onde estavam. Mas ele nem deu atenção, pois estava preocupado com Refúgio.