Reconquistar - Narol

8 - Você nunca saiu de mim.

Pov Natália

Não pensei muito, só coloquei a primeira roupa que vi na frente, escovei os dentes e passei as mãos no cabelo já indo em direção a minha bolsa.

Minha família tomava café da manhã na mesa da sala mas eu os ignorei por completo passando por aquele local.

Eu precisava resolver isso urgentemente.

Mesmo que para isso eu me atrasasse para uma reunião importantíssima que teria de manhã.

Escutei até o meu nome ser chamado mas continuei meu percurso até o carro, que logo destranquei e já fui entrando.

As ruas do Rio de Janeiro, como sempre, estavam engarrafadas. Carol morava há vinte minutos da minha casa, mas já tinham se passado meia hora desde que saí um pouco desesperada.

Eu batia meus dedos no volante, tentando aliviar a ansiedade do meu corpo mas nada adiantava. Liguei o rádio, diminuí a temperatura, andei um pouco com o carro e logo em seguida já parando com o transito, mudei a estação de rádio, verifiquei as horas no celular, andei mas um pouco com o carro e aumentei o volume da música que estava tocando.

E fui repetindo esse processo pelos próximos dez minutos até chegar na portaria do prédio da Carol.

Nem precisei falar nada, o porteiro já reconheceu meu carro, o qual ela chegou dirigindo da outra vez, e me deixou entrar.

Ainda bem. Carol não aceitaria a minha entrada se ele ligasse interfonando.

Entrei no elevador e apertei o seu andar. Me olhei no espelho e ajeitei pela vigésima vez o meu cabelo.

Eu estava nervosa.

Pouco me importava que as pessoas tivesse visto aquela noticia falsa, mas com Carol e sua opinião eu me importava. E demais. Até demais.

Apertei a sua campainha e respirei fundo.

E se ela realmente não quiser me ver?

Carol demora exatos um minuto e trinta e quatro segundos para abrir a porta.

Sim, contei na minha mente cada segundo.

Sua expressão foi de surpresa e confusão, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela logo foi fechando a porta.

E em um movimento rápido, impedi isso.

-Carol?! - Falei segurando a porta.

-Não quero ver você. - Tentou fechar de novo mas eu não deixei e fui logo entrando. - Aqui é a minha casa, isso pode ser considerado crime!

-Você invadiu meu carro aquele dia e eu tive que aceitar! - Apontei para ela. - Agora você vai ter que me aceitar na sua casa também.

-Veio fazer o que aqui? Me entregar o convite do seu casamento? Me chamar para ser a madrinha? - Perguntou de braços cruzados se aproximando mais. Seu tom era de deboche, o que me fez ficar com raiva e tesão.

Merda, ela estava linda com seus cabelos desarrumados e de pijama. Seus olhos pareciam mais claros que o normal.

-Você aceitaria ser madrinha do meu casamento? - Perguntei dando um sorrisinho. Eu estava brincando com fogo.

No fundo, eu estava gostando desses ciúmes dela.

-Vai se fuder. - Disse séria se afastando mas fui mais rápida e peguei em sua cintura, colando nossos corpos. - Me solta!

-Você fica tão linda assim com essa carinha de brava. - Deixei um beijinho no canto dos seus lábios.

-Você me confunde, sabia?! - Ela ainda estava na defensiva, mas não estava tentando se afastar agora. - Por que você vai se casar com ele?