7 - Começar do um.

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Pov Natália

Uma dor de cabeça irritante me faz despertar de um sono profundo.
Fazia um bom tempo que eu não dormia tão bem como dormi essa noite com Carol me abraçando.

Não tive pesadelos e nem insônia. O que já era muito comum de acontecer.

Depois da conversa que tivemos essa madrugada, senti que alguma coisa entre a gente mudou. E talvez para melhor.

Como se tivéssemos confirmado algo em silêncio.

A verdade é que Carol sabia dos meus sentimentos em relação a ela e eu também sabia que ela me amava de volta. Mas eu só queria entender do porque. Por que tudo aquilo aconteceu na época. Por que ela teve que ir embora de um jeito tão doloroso.

E eu arrancaria dela, estava determinada a fazer isso.

Eu não entendia. Se ela quisesse ir estudar fora, tudo bem para mim. A gente poderia ter arranjado um jeito de se relacionar e eu até poderia ter ido com ela para o Canadá, eu já havia pesquisado e lá tinha vários cursos de fotografia muito bons para eu fazer.

Só sei que foram anos de teparia para eu conseguir aceitar de fato que Carol tinha ido embora e seguir a minha vida. Não parar no tempo por causa dela.

A terapia foi um passo muito importante na minha vida para eu descobrir mais sobre mim, os meus limites e as minhas vontades. Devo muito a Doutora Lígia por isso.

Mesmo que ainda faço algumas coisas contrárias do que ela aconcelha, eu tento me empenhar bastante para melhorar cada dia a mais e ser melhor para mim mesma.

Tateei a cama procurando por Carol e quando abri os olhos percebi que estava sozinha. Respirei fundo. Queria acordar com ela ao meu lado.

Levantei devagar e cocei os olhos para conseguir me acostumar com a claridade. O relógio que tinha ao lado da sua cama marcava 10:04 da manhã, me assustei um pouco. Acabei dormindo mais do que deveria.

Fui em direção ao banheiro para fazer minha higiene, lavar o rosto e colocar meu vestido de antes.

Eu precisava ir embora trabalhar, já estava atrasada e ainda tinha que passar em casa para trocar de roupa e me arrumar melhor.

Assim que saí do quarto, encontro Carolina na cozinha virada para o fogão e cantarolando baixinho alguma música que não entendi bem.

Ela ainda estava de pijama mas seus cabelos agora estavam presos e ela não estava de óculos.

Ela estava linda. A mulher mais linda que existe.

Só queria estar com a minha câmera agora para conseguir eternizar esse momento, mas sei que mesmo não estando, minha mente nunca esquecerá dela assim.

Um desejo de vê-la assim todas às manhãs consumiu meu ser.

Eu ainda estava um pouco confusa com tudo mas eu sabia o que eu queria. Só que ainda não estava pronta para realizar. Ainda.

-Bom dia.

Eu deveria ir até ela para beija-lá? Ou cumprimenta-la só de longe? Ou beijar só a sua bochecha? - Enquanto pensava nisso tudo, ela se virou para mim sorrindo e veio na minha direção.

-Bom dia, dorminhoca. - Selou nossos lábios em um beijo rápido. Meu coração acelerou.

A sensação que eu tive foi a mesma que estar na praia, fechar os olhos e o barulho das ondas alcançarem o seu ouvido enquanto o vento mexe com os seus cabelos. Ou seja, uma calmaria dentro de mim.

Não soube muito bem como reagir mas não me afastei e devolvi o beijo na mesma intensidade.

Eu queria sorrir mas me contive.

Reconquistar - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora