Reconquistar - Narol

13 - Sua felicidade é a minha.

Só queria avisar antes que o começo do capítulo pode dar gatilhos, então peço que pule o flashback se achar um pouco pesado.

Queria explorar mais o passado da Natália para entender um pouco de suas ações no futuro.

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Pov Natália

Flashback on -

-Eu sei de tudo. - Minha mãe diz entrando no meu quarto sem nem avisar, o que me fez levar um susto. Eu estava sentada na minha escrivaninha lendo um livro. - Então comece a falar!

-Do que a senhora está falando? - Pergunto ainda sem entender.

-De você e aquela menina do seu curso de inglês.

Meu coração disparou e senti minhas mãos começarem a soar e era de medo.

-Anda, Natália! - Gritou, me assustando mais uma vez.

-Mãe... - Eu não conseguia falar nada.

-Que vergonha, Natália! A minha amiga do clube veio me falar que viu você beijando outra menina na rua, o que há de errado com você?

Suas palavras duras me atingiram.

-Nada! Não tem nada de errado comigo. - Me levantei de onde estava sentada.

-Você está saindo com mulher agora? É isso? Você se perdeu.

-Não fala assim, mãe...

-Eu não criei filha para ficar agarrando outra mulher por ai, tem noção do quanto isso não é certo? - Se aproximou mais de mim e pegou em meu braço com certa ignorância e começou a me arrastar pelo quarto, até a cama, onde praticamente me jogou eu caí sentada na ponta da cama. - Você é mulher! - Apontou o dedo na minha cara. - Se comporte como uma!

-Mas eu me comporto como mulher! Não é porque eu amo outra mulher que vou deixar de ser mulher. - Falei rapidamente em um ato de coragem, o que me arrependi logo em seguida.

Seus olhos escureceram de raiva e sua mão pesada logo atingiu meu rosto.

Encarei ela surpresa, a gente sempre brigava, mas ela nunca tinha me batido.

-Nunca mais diga que ame outra mulher. - Disse séria. - Você não ama outra mulher! - Gritou.

Pedro apareceu no meu quarto e sua expressão era de confusão.

-Está tudo bem por aqui? - Perguntou.

-Está sabendo que agora a sua irmã deu para ficar beijando meninas? - Disse com desdém. - Eu sempre soube que você não ia dar em nada mesmo, agora isso? Você se supera a cada dia mais.

Eu queria chorar. Queria gritar. Queria sair correndo.

Não era justo estar ouvindo essas palavras da boca da minha mãe. Da boca da mulher que me colocou no mundo.

-Você está proibida de ver essa menina, Natália.

-Mas e a minha felicidade? Isso não conta? - Perguntei em um fio de voz.

-Enquanto a sua felicidade for isso, não vai contar. Você está envergonhado toda a família!

-Mãe, acho melhor a senhora se acalmar. - Pedro se aproximou dela.

-Vê se aprende alguma coisa com seus irmãos, eles sim parecem ser meus filhos.

-Mas eu sou a sua filha!

Ela respirou fundo e me jogou o último insulto antes de sair do quarto.

-Eu não tenho filha que gosta de outra mulher.