2 - Sabe qual é o meu sonho?

557 79 15
                                    

Pov Carol

Anos atrás -

Natália acariciava minhas costas de leve e eu estava deitada no seu ombro, aproveitando aquele carinho. Meu sorriso era tranquilo, suave. Ela me fazia sentir uma paz que ninguém jamais conseguiria. Nem se tentasse muito.

-Amor, você tem certeza que não quer ir para o Canadá estudar naquela faculdade foda? - Perguntou enquanto encarava o teto. Apenas a coberta branca tapava nossos corpos nus.

-Tenho. - Toquei a sua bochecha fazendo ela me olhar.

-Mas o seu sonho não é ser uma doutora em fisioterapia e dar aula em faculdade? Fazer pesquisas... aquela faculdade vai ser muito boa para o seu currículo. Não quero ser um empecilho para você não ir. - Disse com sinceridade. - A gente pode dar um jeito, talvez eu possa ir com você...

-Sabe qual é o meu sonho? - Ela negou com a cabeça. - Você.

Um sorriso tímido brotou em seus lábios.

-Eu quero ficar aqui com você, eu passei para a melhor faculdade do Rio de Janeiro também. E você precisa ficar perto do sua família. - Toquei seu nariz de um jeito carinhoso.

-Eles estão um porre, não posso fazer nada que ficam em cima de mim. - Suspirou um pouco irritada.

-Relaxa, amor. É que você é a única menina e eles só querem te proteger. - Tentei consola-lá.

-Eu só queria que eles apoiassem o nosso namoro e a gente não precisasse se esconder.

-Eu sei, mas as coisas vão melhorar. - Sorri para ela. Comecei a fazer carinho nos seus cabelos enquanto olhava diretamente em seus olhos. - Meu sonho é casar com você.

-Isso é um pedido? - Perguntou jogando todo o seu charme em mim.

-Talvez.

-Então talvez eu aceite. - Brincou me tirando uma risada. - Eu te amo, Carolina.

-Eu também te amo, Natália.

Aproximei nossos lábios e a beijei com toda a paixão que tinha dentro de mim. Suas mãos foram para a minha cintura dando uma apertadinha e aproveitei para subir nela de novo, colocando cada perna em volta de seu corpo.

E ao som de "Purple Rain" no rádio, nos beijávamos feito loucas. Com vontade. Desejo. Como se o mundo nunca fosse acabar. Ou como se ele acabasse em cinco minutos.

Até que fomos interrompidas pelo seu celular tocando na cabeceira da minha cama. Ela ignorou de inicio e continuou com seus lábios nos meus, o que me tirou um sorriso no meio do beijo.  Até que o toque volta a soar pelo quarto.

Me afastei um pouco dela e falei:

-Atende, amor. Pode ser alguém preocupado com você.

Ela suspirou não gostando muito e pegou o celular. Eu ia sair do seu colo mas sua mão firme que ainda estava na minha cintura me segurou, impedindo que eu fizesse isso.

-Advinha quem é. - Mostrou a tela do celular e o nome "Bruno" apareceu. - Olha eu sei que dividimos a barriga da nossa mãe, mas você tem que sair um pouco do meu pé. - Disse ao atender.

Dei uma risadinha achando graça.

-Pra que você quer saber onde eu estou? Que saco! Você não manda em mim! - Disse um pouco brava. - E daí? E se eu estiver com ela?

Ela nem precisava falar e eu sabia do que se tratava. Suspirei.

-Daqui a pouco estou indo. Tchau. - Desligou o telefone e o jogou com certa ignorância na cama. - Que saco!

Reconquistar - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora