26 - Cama vazia.

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Pov Natália

-Não tem pão velho aqui não.

-Oi, Helena. - Eu não tinha forças para responder ao seu comentário sarcástico.

Assim que saí de casa e entrei no carro, comecei a pensar que eu precisava estar com alguém. Não era bom ficar sozinha com a minha cabeça do jeito que ela está agora.

Então pensei em Lara primeiro, ela é uma ótima ouvinte e o seu sorriso deixa tudo mais alegre. Mas me lembrei que ela é casada com o Mário, que é irmão da Taís, e eu não queria que meus irmãos soubessem que eu e Carol tivemos uma briga bem feia.

Descartei Taís logo de cara por motivos óbvios, apesar de querer a presença dela, por ser a minha cunhada e uma das minhas melhores amigas, ela com certeza contaria para o Pedro o que aconteceu e ele, com a sua boca grande, falaria para Bruno. E eu não queria dar esse gostinho a eles.

Adriana passou pela minha cabeça, mas ela é muito colada a Carol e com certeza, mesmo sem ouvir a história, já tem um lado.

Renné seria uma ótima pessoa para me ouvir agora, se não estivesse viajando com a sua família para Cabo frio.

Então teria que ser a Helena.

-Nossa, o que aconteceu com você? - Perguntou me dando passagem para entrar em sua casa.

-Eu e Carol brigamos. - Suspirei pesadamente. - Posso passar a noite aqui? Ou os próximos dias. Aparentemente não tenho mais casa.

-Ah, bobagem sua. Do jeito que você e Carol são coladas, já já vão se resolver.

Não consegui dizer nada, as lágrimas que eu estava segurando vieram á tona. E uma explosão horrível de sentimentos me invadiu. Eu sentia raiva, mágoa, tristeza, medo... e principalmente arrependimento pela forma que falei com Carol.

Nós não fomos justas uma com a outra.

-Natália, você está chorando? - Helena perguntou assustada. - Meu deus, o negócio é sério...

Fui até o sofá e me sentei lá, apoiando minha bolsa ao lado.

-Maninha, prepare um chá para a Natália, por favor.

-Sim, senhora. - Se afastou.

-Mas o que aconteceu, Natália? - Perguntou preocupada se aproximando de mim.

-Oque aconteceu é que eu posso ter acabado com tudo, Helena. - As lágrimas molhavam o meu rosto. - Eu falei uma coisa que sabia que iria magoá-la mas na hora não aguentei, parece que eu estava cega de raiva.

-Mas vocês brigaram por que?

-Porque ela quer fazer uma festa de casamento e eu não. Eu quero comprar uma casa maior e ela não. - Expliquei. - Eu não sei o que fazer.

-Essa situação é complicada mesmo. Não tem um meio termo que vocês conseguem chegar? - Sentou ao meu lado.

-Não sei, a gente só começou a falar coisas para magoar uma a outra. Não conversamos direito. - Sequei minhas lágrimas. - Nem parece que transamos duas vezes de manhã.

-Aí, Natália. Acho que a única solução para vocês é conversar sobre esses assuntos, mas conversar como pessoas civilizadas, sem discussão. Apenas expor o que vocês estão sentindo em relação a essas coisas, se não nunca vai dar certo.

-É, a gente tem que conversar. Mas acho melhor esfriarmos a cabeça primeiro porque se não vamos nos magoar mais e mais.

Fiquei ali um pouco conversando com Helena e tomando um chá. Ela era uma boa amiga, seu humor é um pouco ácido mas nos entendemos muito bem.

Reconquistar - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora