Prólogo

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Notas do Autor: Olá a todos e bem-vindos!

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— Você realmente não pretende fazer nada? — Laurent encarou seu irmão mais velho com um olhar que já fizera vilões se contorcerem. Hisashi se mexeu quase imperceptivelmente na cadeira, seus olhos desviando-se para a garrafa de café sobre a mesa.

— Yoshiko pode cuidar dele. — argumentou Hisashi, os dedos batucando nervosamente na xícara.

"Até mesmo a maneira dele falar me tira do sério."

— Não. Estou mantendo contato com ela desde que Inko ficou doente. — Laurent levou sua própria xícara de café à boca enquanto estudava silenciosamente seu irmão. — Ela está avançada de idade, não entregaram a guarda para ela.

— Eu vou tomar providência para que Izuku seja colocado no melhor orfanato de Musutafu.

— Ele é seu filho. — Laurent colocou a xícara de café calmamente no pires, franzindo a testa. Uma dor de cabeça começou a se infiltrar devido à iluminação exagerada da casa de seu irmão.

— Você sabe bem o que penso do meu antigo casamento. — Hisashi falou sem remorso algum.

— Foi uma escolha sua. Ninguém da família queria que você se casasse, mas agiu como um adolescente emocionado e, no fim, não arcou com a responsabilidade de se casar e ter um filho. Se eu fosse nossos pais, jamais teria te aceitado de volta. Mas o que esperar... — Laurent precisava acabar com aquela conversa de uma vez. A casa de seu irmão era muito branca e iluminada, o que fazia sua individualidade se contorcer querendo lutar.

— Por que se importa tanto com um garoto em outro continente? — Hisashi perguntou antes de tomar mais um gole de café.

— Eu fui ao Japão a trabalho no mês passado. Eu os visitei. — Laurent se recostou um pouco mais relaxado na cadeira enquanto observava os olhos de seu irmão. — Ele não é mais um bebê, sabe. Izuku já tem dez anos.

— E daí? Você se afeiçoou pelo garoto? — Hisashi arqueou uma sobrancelha.

— Vou dizer o que vai acontecer. — Laurent se levantou, seu joelho manco latejando devido à última perseguição a um vilão. — Eu vou voltar para Tóquio. Quando Inko não puder mais cuidar de Izuku, vou adotá-lo. E quando você receber um e-mail sobre isso, vai responder dizendo que não tem nenhum interesse em manter contato com ele. O que é a verdade.

Hisashi ficou em silêncio por um momento, seu olhar fixo no irmão. Ele sabia que Laurent não recuaria. — Faça o que quiser, então. Mas não espere que eu mude de ideia.

— Nunca esperei. — Laurent respondeu friamente, virando-se para sair. A iluminação intensa da casa de seu irmão tornava sua dor de cabeça insuportável, mas ele se sentia mais determinado do que nunca. Ele cuidaria de Izuku, independentemente da indiferença de Hisashi.

Laurent encarou a noite fria parisiense fora da casa do irmão, seus passos lentos e vagarosos contrastando com a pressa habitual da cidade. Cada movimento parecia aliviar o aperto de sua individualidade, como se a escuridão da noite trouxesse um manto de serenidade que ele não conseguia encontrar sob a luz do dia. O ar gélido cortava seu rosto, mas ele encontrou consolo nas sombras que se estendiam ao seu redor, uma espécie de abraço silencioso e reconfortante.

Ele caminhou por ruas familiares, cada esquina trazendo lembranças de um tempo mais simples, antes das responsabilidades e dos conflitos familiares. Seus passos o levaram inevitavelmente à ponte d'Iéna, um lugar que sempre considerou um refúgio. Parando no centro da ponte, ele olhou para a Torre Eiffel, que se erguia majestosa contra o céu noturno.

O Que as Batalhas Fazem Conosco (BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora