Capítulo 7

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Notas do Autor: Boa leitura!

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Todoroki Shoto sempre foi um garoto de poucas palavras e expressão fria. Quando entrou na escola, ele não tinha intenção de fazer amigos. Seu objetivo era claro: ele queria ser o herói número um, mas sem depender do legado de seu pai. Afastar-se dos outros era uma maneira de manter esse foco, de não se distrair com laços emocionais.

Havia uma raiva profunda dentro de Shoto, uma fúria que ele mantinha cuidadosamente contida. Essa raiva era dirigida principalmente a seu pai, Endeavor, cuja obsessão em superar All Might havia transformado sua infância em um campo de treinamento brutal. Ele jurou que nunca usaria o poder de fogo herdado de seu pai, como um ato de rebeldia e rejeição ao homem que lhe causou tanto sofrimento.

Midoriya Izuku e Jirou Kyoka eram diferentes. Eles não eram como os outros que simplesmente tentavam se aproximar por curiosidade ou por causa de sua fama. Havia uma genuinidade neles que ele não conseguia ignorar.

Tentou manter distância, ser frio e indiferente. Mas a determinação de Izuku e a sinceridade de Kyoka lentamente quebraram suas barreiras. Mesmo sem querer, ele começou a se importar. O sorriso entusiasmado de Izuku e a calma de Kyoka criaram um espaço seguro, um lugar onde ele podia ser apenas Shoto, não o filho do Endeavor.

Cada vez que olhava para seus amigos, sentia uma mistura de alívio e raiva. Alívio por encontrar pessoas que não o julgavam pelo legado de seu pai, e raiva por se permitir baixar a guarda, por se permitir sentir algo além do desejo de vingança e superação.

Contudo, mesmo que esses laços tivessem se formado, sua determinação em seguir seu próprio caminho não mudou. Ele ainda se via como um herói em ascensão, mas um herói que se recusava a usar o poder de fogo herdado de seu pai. Esse poder era um símbolo de tudo o que ele queria deixar para trás, uma marca de um passado que ele não desejava repetir.

Shoto entrou na sala de aula com seu habitual semblante sério e distante. Kyoka já estava em seu lugar, os olhos fixos na tela do celular, com os fones de ouvido conectados. Ela olhou para cima e acenou com a cabeça quando Shoto se aproximou.

— Bom dia — murmurou ele, sentando-se ao lado dela.

— Bom dia — respondeu Kyoka, guardando o celular. — Preparado para o trabalho de hoje?

O projeto deles era sobre "A Influência do Som no Cérebro Humano". Tinha sido uma escolha natural, dada a peculiaridade da individualidade de Kyoka, que girava em torno do som. Eles passaram semanas pesquisando e compilando informações sobre como diferentes tipos de sons podiam influenciar estados emocionais, cognitivos e até fisiológicos nas pessoas. Shoto, embora fosse reservado, se surpreendeu ao se envolver profundamente no projeto, encontrando um escape nos dados científicos que ajudavam a manter sua mente longe de suas próprias turbulências.

O projeto incluía uma apresentação detalhada de estudos de caso, gráficos mostrando a atividade cerebral em resposta a várias frequências e tipos de som, e uma demonstração prática onde Kyoka usaria sua individualidade para ilustrar seus pontos. Shoto e Izuku focaram nas teorias e dados, enquanto Kyoka preparava as demonstrações práticas. Eles estavam confiantes de que o projeto seria bem-sucedido e informativo.

Enquanto eles discutiam os últimos detalhes, Izuku entrou na sala com um sorriso radiante. Sua energia positiva era quase palpável, um contraste marcante com a atmosfera geralmente calma e controlada de Shoto.

— Eu tenho uma individualidade! — foram as primeiras palavras que Izuku disse ao se aproximar.

Shoto ergueu uma sobrancelha, surpreso com a declaração inesperada. Kyoka olhou de relance para Izuku, tirando um dos fones de ouvido.

O Que as Batalhas Fazem Conosco (BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora