Capítulo 32

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Daichi olhava o soro sendo produzido pela máquina, a substância fluindo lentamente em um frasco de vidro, com um brilho quase etéreo. Cada gota representava horas de trabalho meticuloso, esperanças e medos combinados em uma solução que poderia ser a chave para trazer Chavelier Noir de volta. Ele não conseguia desviar o olhar, sentindo a responsabilidade pesada sobre seus ombros.

Enquanto observava, seus pensamentos vagaram para a conversa recente que teve com Midoriya. Lembrava-se claramente da expressão preocupada no rosto de Midoriya quando falou sobre a estátua de Chavelier Noir. As ao ver aquela expressão devastada, sentiu um impulso para fornecer algum tipo de esperança, mesmo que não pudesse revelar todos os detalhes.

Ele havia escolhido cuidadosamente suas palavras, moldando a verdade de uma forma que oferecesse conforto sem comprometer a missão. Midoriya, sendo perspicaz, parecia entender isso, aceitando a falta de completa transparência sem questionar demais.

Os pensamentos de Daichi foram interrompidos pelo som de passos se aproximando atrás dele. Ele reconhecia aquele andar preguiçoso de longe. Era Aizawa.

— Como está indo? — Aizawa perguntou, a voz calma e contida como sempre.

— Tudo como planejado. — Daichi respondeu, tentando manter o tom profissional, embora seu coração estivesse batendo rápido com antecipação e nervosismo.

Aizawa fez uma pausa antes de falar novamente, e Daichi pôde sentir que algo importante estava por vir.

— O orfanato respondeu ao e-mail. — Aizawa falou, a voz sem emoção dando poucas pistas sobre o conteúdo da mensagem.

Daichi virou os olhos para ele, ansioso, quase segurando a respiração.

Aizawa negou com a cabeça, a expressão séria. — Eles disseram que você já está habituado a Shiketsu e que, a essa altura do campeonato, não há por que mudar de escola.

O coração de Daichi afundou. Ele sabia que era uma grande chance o orfanato recusar, mas a confirmação trouxe uma onda de decepção e frustração.

— Eu entendo. — Daichi murmurou, a voz soando mais baixa do que pretendia.

Aizawa olhou para ele, a expressão suavizando um pouco. — Ainda não é o fim da linha, Daichi. Concentre-se na missão aqui. Estamos fazendo progresso, e isso é o mais importante.

Daichi assentiu, tentando absorver as palavras de Aizawa. A chance de fazer algo significativo com o soro deveria ser o suficiente para manter sua determinação acesa.

Daichi voltou a olhar para a máquina, observando o frasco quase cheio com o soro. Cada segundo que passava o aproximava mais de uma possível solução para libertar Chavelier Noir. E com isso, talvez, ele pudesse provar a todos, incluindo a si mesmo, que suas habilidades e sua dedicação poderiam realmente fazer a diferença.

Finalmente, o frasco ficou cheio. Daichi cuidadosamente o retirou da máquina e o segurou por um momento, sentindo o peso da esperança que ele representava. Ele olhou para os outros cientistas no laboratório, que estavam prontos para o próximo passo.

— Vamos testar, — Daichi disse, sua voz firme apesar da ansiedade que sentia.

Eles caminharam juntos até a sala onde a estátua de Chavelier Noir estava guardada. A sala era ampla, com equipamentos de alta tecnologia espalhados por todos os lados. A estátua, imponente e misteriosa, estava no centro, cercada por dispositivos preparados para o experimento.

Daichi e os outros cientistas começaram a trabalhar, colocando vários dispositivos que emitiam radiação ao redor da estátua. Cada um desses dispositivos estava calibrado para emitir uma frequência específica, destinada a interagir com o soro preparado. A ideia era transformar o soro, que continha o DNA de Aizawa e de Daichi, em uma forma de radiação que pudesse atingir a estátua e penetrar em sua estrutura.

O Que as Batalhas Fazem Conosco (BakuDeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora