— Então? — Seu tio falou, sentando-se no sofá da varanda.
Os dois pavões estavam aos seus pés, e Ma Chérrie repousava a cabeça no colo de Izuku, que estava sentado no sofá de frente para o tio. A casa estava impecavelmente limpa, graças a Mitsuki, que havia contratado uma faxineira no dia anterior, o que facilitou muito o retorno deles.
Izuku amou cada momento passado na casa dos Bakugou. A intimidade e o tempo ao lado de Katsuki foram preciosos, mas estar de volta em casa com seu tio era reconfortante de uma maneira única. Ainda assim, ele estava nervoso, sabendo que havia muitas coisas para colocar em dia.
— Então o quê? — Izuku engoliu em seco, sentindo a tensão no ar.
— Você está mesmo namorando Bakugou Katsuki ou eu estou louco? — Seu tio perguntou diretamente.
Izuku corou imediatamente, abaixando o olhar. — O... o que? Como sabe?
— Todas as vezes que você foi me visitar no hospital chegaram de mãos dadas, e o garoto olha para você como se fosse a própria Hemera.
Izuku ficou ainda mais envergonhado, mexendo-se desconfortavelmente. — Não... não é bem assim...
— Não? Para mim parecia que ele estava prestes a construir um templo com uma estátua sua e fazer sacrifícios.
— Tio! — Izuku exclamou, sabendo que seu tio estava tentando envergonhá-lo de propósito.
Seu tio riu, balançando a cabeça. — Estou brincando, Izuku. Mas é bom ver você feliz. E é bom saber que ele te trata bem. Atualmente.
Izuku respirou fundo, tentando recuperar a compostura. Ele sabia que essa conversa era importante e que não podia esconder nada de seu tio. — Ele... ele já não é mais como antes.
Laurent olhou fixamente para Izuku, avaliando a sinceridade nas palavras do sobrinho. Izuku podia sentir a intensidade daquele olhar, um misto de preocupação e ceticismo. Ele sabia que seu tio ainda guardava ressentimentos por causa do passado turbulento com Katsuki.
— Assim eu espero. Se não vou ter que aconselhar sua psicóloga a procurar outra profissão. — Laurent disse, com um tom levemente provocador.
Izuku sorriu nervosamente, sabendo que seu tio estava tentando aliviar a tensão. — Estou dizendo a verdade. Meus sentimentos por ele são totalmente reais e ele me trata diferente desde antes de qualquer relacionamento. Eu disse para o senhor certa vez que ele estava diferente.
Laurent suspirou, desviando o olhar para o jardim florido. — Sim. — Ele assentiu. — Você contou a ele sobre a síndrome de Estocolmo?
Izuku engoliu em seco, sentindo um nó na garganta. — Eu... aconteceram muitas coisas e eu... — Ele parou, buscando as palavras certas para expressar seus sentimentos.
Laurent o observou atentamente, percebendo a hesitação. — Aconteceram muitas coisas ou você ficou com receio? — Ele perguntou, levantando uma sobrancelha em questionamento.
— É que... eu já sou uma pessoa emocionalmente instável, tio. Não sei o que ele vai pensar de mim depois de saber. E ainda por cima é algo relacionado a ele. Eu tive uma inflamação cerebral crônica... — Ele sussurrou a última parte, sentindo-se vulnerável ao admitir isso.
Laurent ficou em silêncio por um momento, processando as informações. — O homem da... Shouta, Shouta me contou sobre o ocorrido no acampamento. — Ele finalmente disse. — Izuku, você não é emocionalmente frágil, você apenas passou por coisas demais, e ninguém emocionalmente frágil estaria de pé, conversando sobre o novo namorado, depois de tanto. Precisa ser sincero com o Katsuki, se ele realmente gosta de você, não vai simplesmente te deixar por uma razão tão tola. Bem, tola agora que você está parcialmente curado.
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O Que as Batalhas Fazem Conosco (BakuDeku)
FanfictionApós a morte de sua mãe, Midoriya Izuku vai morar com seu tio, Laurent, o herói Chavelier Noir. Aos dez anos, mesmo sentindo a perda, Izuku encontra conforto no novo lar, onde seu tio acredita firmemente no seu potencial para se tornar um grande her...