Draco Malfoy and The Aeternum Caput | Drarry

35. Ponto de Ruptura

Draco foi para casa, mas ele só teve tempo para um banho rápido e para comer o que pudesse encontrar em menos de meia hora. Ele bebeu um frasco de sua poção para dores de cabeça e finalmente estava se sentindo um pouco melhor, um pouco mais como ele mesmo. Mas a perspectiva de confrontar sua mãe ainda lhe dava enormes ondas de náusea. O pensamento de enfrentá-la, de confrontá-la e ter que ouvir o que ela estava realmente fazendo todo esse tempo era aterrorizante. Draco estava com muito medo do que era a verdade.

Apesar de todo o seu corpo lutar contra a ideia de voltar para seu escritório, ele aparatou para fora de sua casa e para Siddons Lane. Ele colocou a testa em seus amados tijolos amarelos, imaginando quando acabaria com aquele pesadelo da Borboleta Dourada. Draco abriu as proteções e quando ele entrou, ele encontrou Harry andando de um lado para o outro em sua recepção.

— Draco! — Harry quase correu para ele. — Você está bem?

Ver Harry já lá fez o coração de Draco pular e apertar de uma vez. Ele sentiu sua náusea aumentar e seu desespero com o que estava prestes a fazer tornou-se quase insuportável.

— Estou bem. — Draco mentiu, fechando a porta, e sentindo as proteções se fechando ao redor deles novamente. Então ele olhou para seus pés, sem coragem de olhar para Harry. Ele sentiu que estava tão perto de quebrar que qualquer coisa seria suficiente para pressionar demais suas rachaduras e fazê-lo quebrar completamente.

Vou perder minha mãe também? O pensamento estava tocando repetidamente em sua cabeça, desligando todo o resto.

— Você não parece bem... — Harry deu mais um passo para perto dele, e gentilmente levantou o rosto. Draco sentiu uma necessidade tão desesperada de abraçá-lo, de obter algum conforto de seu toque, qualquer coisa serviria. Logo antes de entrar no leilão, Draco havia tocado Harry levemente e ele não se importou. Talvez ele se importasse se Draco fizesse isso de novo.

Harry pareceu ler sua mente de alguma forma porque ele puxou Draco para mais perto, tocando suavemente seu braço esquerdo enquanto segurava seu rosto.

— Qual é o problema? — A voz de Harry era tão suave, tão gentil, que Draco sentiu seu coração apertar ainda mais e ele sabia que sua dor estava aparecendo em seu rosto.

— Harry, eu... — Draco sentiu sua voz tremer e ele agarrou a manga do manto vermelho de Auror de Harry.

— O que aconteceu? — Harry estava ficando desesperado também.

— Desculpa. Não é nada. — Draco deixou sua cabeça cair no ombro de Harry, e mais uma vez ele sentiu Harry se inclinando em seu toque e inspirando profundamente.

— Me conta! — Harry implorou em um sussurro. — Apenas me diga, por favor...

— Minha mãe tá vindo pra cá, Harry. Mas eu... eu não sei se consigo encarar. Não dá. Não dá pra acreditar que ela se envolveria com esse tipo de gente. Não depois de tudo que a gente passou na guerra. Eu sinto como se estivesse à beira de um colapso, como se fosse desmaiar a qualquer momento! — Draco despejou tudo de uma vez, a voz embargada, os olhos marejados. Seu corpo começou a tremer, e ele perdeu totalmente o controle. Era como se estivesse despencando de vez.

Harry deslizou a mão do braço do Draco para as costas e o puxou ainda mais para perto, e em um abraço, um abraço suave e muito real. Isso era tudo que Draco poderia pedir.

— Quer que eu interrogue ela no seu lugar? — Harry ofereceu.

— Ela não vai te contar nada, Harry. Nada. Tem que ser eu. — A voz de Draco vacilou ainda mais enquanto ele falava.

— Então eu vou ficar no escritório com você. Vou usar a capa. Estarei lá o tempo todo! — Harry sugeriu prontamente.

Draco se permitiu sentir a presença de Harry, seu toque, seu cheiro delicioso, seu tudo. Ele simplesmente não se importava mais. Ele não se importava se isso era certo ou errado ou se significava alguma coisa. Draco só precisava do Harry, e Harry estava lá, estava deixando-o ficar perto. Harry estava se oferecendo para ficar perto dele. Isso era tudo o que importava.