Giovanna é apenas uma estudante de Relações Públicas aprendendo a viver a vida adulta longe da asas dos pais superprotetores, querendo aproveitar tudo de melhor que a noite carioca tem a lhe oferecer. Inconsequente, explosiva, um espetáculo à parte...
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Giovanna
Ter aceitado uma proposta de trabalho que me levou até o outro lado do mundo, talvez não tenha sido a minha escolha mais inteligente.
Mesmo que eu vá crescer como mulher, como profissional e até mesmo como pessoa, não sei se valerá a pena no fim das contas.
Além de ter que me adaptar em um país novo, com pessoas que possuem costumes totalmente diferentes dos meus. Ainda tenho que lidar com a distância das pessoas que sempre foram o motivo da minha felicidade, da minha alegria.
Para além da minha família, os quais eu chegava a chorar de tanta saudade, já que não conseguiam me visitar com tanta frequência. Ainda tinha Alexandre, com quem eu tinha me acostumado a dividir toda a minha rotina e os meus dias.
Nós já morávamos juntos no Rio quando decidi vir para a Espanha, para trabalhar em uma das maiores empresas do país. Minha carreira deu uma alavancada gigantesca, mas o meu pessoal tinha entrado em uma zona de perigo.
Minha relação com meu irmão mudou drasticamente, já que não conseguimos conversar com tanta frequência. Com meus pais a situação é ainda pior, por conta do fuso horário que deixa tudo mais difícil.
As meninas me ligam para batermos papo e jogar conversa fora sempre que nossos horários batem, normalmente aos finais de semana. Mas nada parecer suprir a falta que todos eles fazem no meu dia.
Em especial Alexandre, que tem sido a causa do meu maior arrependimento até aqui.
Era difícil demais ter que lidar com a distância quando o nosso relacionamento sempre foi muito do toque, do carnal, de querer estar perto. Nós dois éramos grudados, ao ponto de quase não fazermos nada sem o outro.
Ter essa quebra de rotina afetou diretamente o nosso relacionamento, nos afastando um pouco. Bem mais do que eu esperava que fosse afastar.
— Como estão as coisas aí?
Era terça-feira no meu horário de almoço do trabalho, ao tempo em que ele acordava para trabalhar lá do Brasil. Cada minuto de conversa era muito importante para que nós dois conseguíssemos aproveitar a presença do outro, mesmo a quilômetros de distância e sem previsão de visitas.
Eu não conseguiria visitá-lo pelos próximos seis meses, já que tinha gasto parte das minhas férias da última vez que fui ao Brasil. E ele me disse que estão em um momento bem complexo no Centro, impedindo que ele utilize os seus dias de folga para vir me ver.
"Tá um caos esse lugar amor, tô super enrolado com alguns relatórios que eles me pediram. Não sei se vou dar conta de entregar tudo." sua voz demonstrava todo o cansaço que eu conseguia sentir nele.
