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WILE|

Escorrego minhas mãos por entre minhas pernas e subo sentindo um calafrio cobrir meu corpo, ergo o corpo da cama de forma brusca quando a porta se abre de supetão. -O que você fez dessa vez?- os olhos obscuros do meu pai estavam vidrados em mim.

o que eu fiz? Porra, fiz tantas.

-Não sei. Mas tenho certeza que não fodi sua putinha.- bocejo levantando da cama.

O mesmo usava um terno preto, os cabelos colados com gel todo para trás, a cicatriz em sua garganta agora evidente.

Um sorriso cruza seus lábios quando chuta a porta atrás de si, as mãos no bolso entregam sua calma forçada.- Você quase matou alguém.- diz pausadamente. Seguro o riso quando o motivo me atinge.

Noite retrasada|

O barulho ecoava por todo o quarteirão, e a medida que aproximava ficava mais evidente a música. Troco meu cigarro de mão pegando meu celular no outro bolso, esses filhos da puta continuavam mandando mensagem. Estico o aparelho a minha frente desbloqueando a tela.

Na primeira mensagem enviada a uma hora havia escrito:
"Estamos reunidos no porão. Achamos o filho da puta."

Depois de mais uma hora ele mandou outra:
"Kiltter, merda. Vamos matar vocês se não vierem logo."

Três horas depois enviou a foto da casa da Emi seguida da mensagem.
"Acho que você vai gostar dessa surpresa."

Corro em direção ao carro deixado no quarteirão à frente. Michael gritava alguma coisa que a raiva não me deixava ouvir, não sabia que eles seriam tão filhos da puta para se rebaixar assim.

Essa porra é David Silver, um Zé ninguém, que merece morrer. Eu já fiz parte do club de natação a alguns anos atrás, mas esse cara sempre teve algo comigo, suas provocações começaram na nossa primeira competição, na época Rafaello havia fraturado o ombro, agiram em completa covardia, na época, não pensei, só agi, nunca havia brigado assim. Michael ficou internado, e eu quebrei meu braço e nariz, já David, quebrou a perna e perdeu alguns dentes. E eu faço questão de assumir que quem quebrou, foi eu. Ninguém mandou tocarem no que é meu.

Seu pai é outro Zé ninguém, filho de deputado que vive se escondendo atrás de pessoas com mais influências, o mesmo foi ausentado de todos os lugares e eventos importantes por conta da fama de seu filhinho. Depois disso, eles apenas perderam tudo, pois eu tirei, fiz questão de arruinar a vida desses inúteis.

Solto um sorriso quando vejo um carro velho estacionado enfrente a casa de Emi. Desço colocando meu capuz e vou em direção a traseira de SUV, de lá tiro uma bastão de basebol, e sem medo de ser notado, bato a porta. Caminho lentamente em direção ao carro a frente enquanto saia cinco homens também armados.

Meu peito estava frenético, podia sentir a adrenalina pulsar por todo meu corpo, o frio iria fazer a dor ficar mais intensa, então não vou apanhar.

Seguro firme o bastão e corro, corro o mais rápido que consigo, o primeiro a minha frente é atingido no pescoço, a estaca de madeira que o mesmo carregava atinge meu estômago levando-nós ao chão. Tento erguer o mais rápido, e por sorte o próximo golpe pega ao meu lado. Cambaleio indo pra cima de outro, seus socos eram precisos mas não me atingiam, desvio, só que recebo uma paulada nas costas.

Caio sobre os joelhos enquanto arfo, outro golpe vem em direção da minha cabeça, o chute atinge ferozmente me deitando completamente no chão. Sentia meu nariz sangrar e minha boca encher de sangue, viro a cabeça cuspindo o líquido.

Uma luz forte nos cega, tento usar isso como escapatória para levantar, porém, meu corpo não reage. Escuto vozes grossas gritarem, foco minha atenção a casa de Emi que por sorte parece apagada, não devia haver ninguém. Suspiro vendo Michael, Rafello, e Jony avançar socando todos que passavam por eles.

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A briga havia acabado, todos estavam hiperventilando, cansados. Rafa estava diferente, ele estava espancando David já desacordado, o corpo mole balançava a cada chute, observo atento, queria ver até onde ele iria. No entanto, Michael puxa Rafaello e desfere um soco em seu rosto.- Ele já teve tá morto, caralho. Chega.- o loiro gargalha olhando pro corpo no chão, seu sorriso acompanha Rafello que vem até mim, ambos agora riam.

-vocês são loucos.- repreendo balançando a cabeça.

-você. Você é louco.-Rafello se joga no capo do carro enquanto cessa a risada.

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