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Emilie | 4 anos atrás

Pisco não só uma, como várias vezes fitando a penumbra que meu quarto se encontrava. Silen rastejava por minha barriga, sentia sua pele gélida contra a minha, a cobra rasteja por cima da minha roupa vindo até meu pescoço onde se rodeia bem encima da minha garganta. Prendo o ar, ela podia me matar a qualquer momento, não sei se é venenosa, só que uma mordida no lugar certo do meu pescoço, eu poderia jorrar sangue.

Me recordava de Wil, ele não tinha medo de Silen, até mesmo o provocou. Esse pensamento acaba repuxando outro, o do seus lábios nos meus, pela segunda vez estávamos no entregando ao nossos desejos, mas isso estava errado. Não poderia acontecer novamente.

Rafaello grita algo fazendo sua voz subir pelo eco até meu quarto. Pela porta entre aberta, vejo sua sombra se aproximando. -Emi... Emilie.- me chama reforçando sua voz. A luz se acende em meus olhos me dando uma dor repentina na cabeça, não estava acostumada com a luz ainda. Fecho os olhos com minhas mãos, Silen se remexia em mim saindo para fora do meu corpo.

-oi? Não precisa ligar a luz na minha cara.- sento na cama pegando a cobra em mãos.

Meu irmão fecha a porta e se senta escorado na porta, suas mãos passam por seus cabelos negros diferentes do meu. Não éramos iguais, em nada. Sua personalidade era idêntica ao do nosso pai, porém, só tinha isso de comum. Os olhos castanhos escuros tinham uma linha mais escura os rodeando da mesma cor que sua íris. Ele é alto, tem um corpo atlético, o olhando como mulher, não entendendo porque não namorava. Sei que suas decisões não são as melhores, nem seu humor, Rafaello andava com o filho mais novo dos Kiltter, Wil. Posso dizer que Wil é uma boa pessoa, comigo e com nossa família, só que fora daqui já o vi sendo o próprio lúcifer. Me dava medo.

Levanto da cama colocando Silen no viveiro que agora o deixo sempre aberto, solto o animal que logo já reconhece sua casinha rastejando para dentro de uma pilha de folhas.- estou aqui.- olho para Rafa que ainda permanecia imóvel. Me aproximo agachando a sua frente, seu rosto se levanta e agora posso ver seu semblante neutro.

- Você sempre está.- Suas mãos empurram meu ombro me fazendo cair sentada no chão, não doi, no entanto, não pude evitar me assustar. Nossa relação é assim, nunca entendi, éramos irmãos tínhamos coisas de irmãos, porém, não agimos como irmãos. Sempre me encontrava perdida em alguma situação de privacidade nossa, suas atitudes eram imprevisíveis. Como agora, Rafaello está vindo para cima de mim, colocando suas pernas ao lado do meu corpo, suas mãos passavam por minha cintura, a sensação não era a mesma que sentia quando era Wil. Fecho os olhos sentindo sua movimentação se aproximar, sua cabeça se deita em meu peito e seu corpo relaxa sobre o meu.

-o que aconteceria se não fossemos irmãos?-sua pergunta me surpreende, podia sentir a vibração da sua voz por conta da posição.

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