WILE|-E Emi?- pergunto percebendo que ela não iria poder ir.
Contessa se vira entregando meu prato pela ilha de Marmore, seus olhos negros focam nos meus.- Achei que negaria, Wile.- O coque em seu cabelo estava se desfazendo vagarosamente.
-não aceitei.- tiro uma gominha do meu pulso entregando-a.
Ela confiava em mim, e sabia de tudo que eu fazia, minha fama pela cidade era grande. A mais velha aceita a gominha, um sorriso cruza seus lábios.- quero que leve-a. Quero tira-la das ficções que ler, mas quero que seja de forma segura, Wile.
Senhor vicent passa por nós sentando-se na cadeira à frente da ilha.- Eles são jovens, jovens são inconsequentes.- ele tira do bolso uma caixinha de cigarro a estende a mim.- creio que ainda não parou.- sua fala me faz parar e respirar fundo, ainda era notável o cheiro de cigarro que impregnava no moletom.
Comecei a fumar aos meus treze anos, foi para me achar, queria ser descolado, só que fui aprendendo como um cigarro é feito para ser consumido, e isso virou um abito incontrolável, sinto que posso parar, eu paro, mas sempre há um motivo para que continue. Nego com a cabeça comendo uma colherada do arroz.
Um perfume doce cruza os ares chamando minha atenção as escadas, Emi descia cantarolando uma música do slipknot, me pegava pensando como uma menina tão meiga, ouvia coisas tão diferentes. Seu convívio comigo resultou em algumas manias irreversíveis. O moletom amarrado na cintura fazia sua regata branca parecer menos curta, a calça jeans azul escura deixava seu corpo perfeito.
Troco meu foco a comida, dou mais uma colherada e empurro o prato em direção a Contessa, a mesma fecha o semblante como uma maneira de repreensão silenciosa, seu marido falava com seu filhos sobre escola, e prevenção sexual, mas tudo estava silencioso para mim. De um jeito ou de outro, eu acabava me sentindo sufocado, adorava os Vicent, só não sei pq me sentia tão abafado quando alguém realmente se importava comigo.
Caminho em direção a porta até que sinto uma mão fria tocar meu braço.- nos vamos à festa ?- seus olhos azuis eram tão claros quanto a da cantora Billie, seus traços me faziam achar semelhanças em ambas. Abaixo a cabeça olhando para seu tênis, ela usava os que eu havia dado a dois anos atrás. Sem subir a cabeça, ergo os olhos até sua boca, nariz, e olhos.
-não sei.
-ham?
-eu disse que não sei.
-minha mãe até nos deixou ir.- sua voz fica mais grave, sua irritação estava aparecendo.
-Emilie.- sua mãe a repreende.- se Wile não quer ir, devemos entender.- me viro em direção a mais velha sem fazer um movimento brusco, não queria que o aperto de Emi se desfizesse.
-tem coisa errada.- Heleno fala dando uma tragada em seguida.- Se ele Wile está recusando, é porque tem coisa aí.- a fumaça sai de sua boca.
Fodase tudo ali, queria que Emilie nunca me soltasse. Queria que seu aperto se intensificasse, sua irritação a fizesse me levar lá pra cima para discutir comigo, enquanto ficaria apenas a admirando, olhando seus lábios rosados. Porra, como eu queria. Joga-lá na cama e beija-la como resposta para seus questionamentos enfurecidos.
-Wil...- o sussurro veio da minha direita. Sem olhar, sorrio. Sabia que tudo iria começar.- preciso te mostrar algo.- ela diz entusiasmada. Sua mão desce por meu braço até segurar minha mão.
Sou puxado até o segundo andar, onde podia ouvir uma música soar baixa pelo corredor. A medida que ficava mais próximo do seu quarto, a letra ficava evidente. Nirvana. Fico livre do aperto ao adentrar no quarto escuro, a led vermelha do mine letreiro pregado em sua parede podia iluminar o possível para nos esbarramos nos móveis. Vou até a cama me sentado. Ergo a cabeça esperando sua discussão, ou a tal "coisa" que ela queria me mostrar.
Ela rodeia o quarto, abrindo e revirando tudo, armários, escrivaninha, cadeira, atrás da porta. -merda!- para me olhando. -ajuda, Wil.- sua sobrancelha esquerda ergue quando suas mãos tocam sua cintura.
Como vou ajudar se não sei o que tá procurando, burra.
Me levanto, caminho vagarosamente em sua direção. Sua posição mudou, ela ficou imóvel. Seus passos recuam a medida que o meu aproxima, mais, mais, mais. A parede logo atrás parece mais próxima, porém ela não ver, seu corpo a atinge de forma bruta, Emi não reage ao impacto.- você fede a cigarro, igual meu pai.
-não sou seu pai.- podia sentir meu corpo se movimentando sozinho, não estava pensando direito. Porra, ela fodia minha mente.
-Wi...wile.- sua mão procurava apoio pela parede, ela tateava o vento ao seu lado.
-Emilie, Emilie Vicent.- adorava quando dizia meu nome, e eu adorava mais ainda quando eu dizia o seu, soava como um suspiro. Jesus, ela não fazia ideia do quanto eu a queria, do quanto queria ter ela.
-minha cobra.- ela aponta para a janela que eu sabia que estava do outro lado do quarto. Olho por cima do ombro vendo um borrão cumprido enrolado aos poucos tranca da janela.
Que caralhos ela tinha uma cobra?
Coloco as mãos no bolso sem perceber, odiava quando fazia isso, deixava o cheiro de cigarro nos bolsos. Aproximo do animal no escuro, passo meus dedos pela pele úmida e gélida, podia sentir como se fosse uma escama de peixe, não igual, mas parecida. Desço meu dedo pela extensão, e subo a pegando em mãos. A luz se acende, posso ver sua cor chamativa, ela era branca, os olhos eram como de Emi. Ergo a cobra para cima a vendo enrolar em meu braço.
-ela ainda é filhote.- Emi diz passando a mão por meu braço e subindo até o animal.-e albina.- continua.- Silen, o nome. Ela è cega.
-silen.- digo. Ainda não entendi o porquê da cobra. Ela era grande para uma filhote, tenho certeza que a enganaram. Coloco um dedo perto da boca da cobra, movo devagar, mais puxo fazendo um movimento brusco. Ela recua a postura se preparando para o bote, então repito o movimento, seus dentes enfiam em minha pele. Emi da um sobressalto arfando audivelmente.
-wile. Meu Deus, seu dedo.- sussurrando sua mão pigarreia tentando pegar a cobra de mim, podia perceber seu medo de ser atacada também. Me viro para olhar seus olhos arregalados enquanto pensava o que devia fazer.
Meu dedo ardia de uma forma já esperada, não sei, mas não sentia a dor. Coloco o animal encima da cama, logo o mesma rasteja para entre os travesseiros.- você tá bem?- finalmente a veja respirar.
Sorrio. Adorava as reações de Emilie. As vezes eram quase imprevisíveis. Quando me viu em uma briga pela primeira vez, meu nariz sangrava como um rio, meu dente estava vermelho, minhas mãos cheias de sangue, ela não se afastou de mim quando sorri para ela de uma forma medonha, eu estava fora de mim, mas ela simplesmente paralisou por alguns segundos e sorriu de volta.
Era como se ela estivesse com medo, mas algo a prendia em mim.-Wile... acho que já está tarde.- novamente sua respiração se prende, eu estava a alguns minutos a encarando, ela não estava desconfortável, e nem com vergonha.
Não estava tarde, ela só não queria me ver nesse momento. Meu corpo doía de tensão. Meu membro lutava contra a calça, estava ficando excitado. Eu a queria. Sua boca se abriu levemente, o ar entrava, saia, entrava, saia... que merda do caralho.
Estico meu braço agarrando a blusa em sua cintura, a puxo forte sentindo seu corpo cambalear quando se tromba ao meu. Sem esperar nada, a beijo. O selinho que se foda, quando abriu a boca para respirar, me aprofundo mais sendo devolvido na mesma intensidade. Seu corpo me puxava contra si tentando nos deixar mais próximos, era como ímã, como se quiséssemos entrar um dentro do outro. -Will...- ela geme de forma tão satisfatória.
Giro nossos corpos enquanto eu ando para trás, em direção a porta, ela vinha sem esforços. Dou um chute para trás ouvindo a porta se fechar, nesse momento passo minha mão por suas pernas a fazendo dá um pulinho para ficar em meu colo. Estava tudo tão quente, meu pau lutava por baixo do pano quando descia corpo até tocar nele a fodendo a seco.- Jesus, Emi.- sussurro separando o beijo. Ela estava ofegante, seu cabelo cobria metade do seu rosto, seus olhos estava estreitos e tão ameaçadores.
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O solidão
Storie d'amoreUma historia onde ambos se amam, e precisam um do outro mesmo quando a realidade é cruel. Wile e Emillie são amigos desde a infância, a vida sempre teve planos para ambos, cada um com sua própria solitude, mas algo os atraem. Prisioneiros do dinheir...