I L E🥀

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Wile| dias atuais

Já se passaram algumas horas, estava já pronto para dormir quando ouço baterem na porta do meu apartamento, desço os degraus pulando alguns e caio direto na sala. Ao abrir a porta, Emilie estava parada, seus olhos não vieram até mim, foram para a parede atrás de mim. Não digo nada, espero pela suas palavras, palavras mudas.

Suspiro me rendendo.- o que foi?- coloco meu peso todo no meu braço que segurava a porta, a fitava por completo, no entanto, ela não se mexia.

-Emilie.- repreendo-a chamando sua atenção que agora vem para mim.- diga.-rosno.

-eu te odeio -dispara- te odeio na mesma intensidade que quero você... Morto, Wil -ela geme meu nome tão baixo que parece uma súplica.-Wil, o que fez com meu irmão?- finalmente perguntou o que queria.

- Não fiz nada, ele sempre foi assim, você só não via.- abro a porta esperando que entre. Parecia que estava com medo do próprio irmão. Suas roupas estavam diferentes, usava moletons, e seu cabelo estava molhado, então algo a mais aconteceu.

-Ele tirou minha roupa, ele me jogou contra todas as paredes daquele apartamento, me colocou dentro de uma banheira idiota e não satisfeito, enfiou o dedo em mim. Que tipo de lixo você está querendo que ele se torne?! Sei que ele não era santo!- Aceita o convite adentrando, sua postura fica rígida e volta a mim, Emi empurra deu dedo contra meu peito dando continuidade.-Mas meu irmão! Meu irmão nunca iria enfiar o maldito dedo em mim, Wile!

Sei que ele passou do limite, porém, não ligava, queria que ela sentisse esse medo que o irmão dela dava, ele podia ser pior que eu, pois não tinha controle. Abaixo a cabeça fechando a porta com empurrão.- o que mais?- provoco forçando a mandíbula. Meu tesão crescia assim como meu pau, meu corpo queria fazer o que seu irmão fez, e até pior, só de imaginar me dá raiva de não ter ficado pra assistir.

-Porra.-Emi suspira passando a mão pelos cabelos molhados que deixava uma marca no moletom.- aceito uma bebida.- ainda parado coloco a mão nos bolsos e a observo cruzar a sala procurando pela cozinha.

Minha casa era diferente, primeiro andar era só uma sala gigantesca quase sem mobília, no segundo andar, tinha mais uma sala luxuosa e bem no final uma porta levava a cozinha, no próximo andar mais q cima, ficava os quartos, eu quebrei dois deles fazendo um quarto aberto sem portas. O único quarto que tinha porta levava o nome de RedRoom.

Não falamos mais nenhuma palavra, Emi andou pelo primeiro andar perdida, eu apenas a seguia como um guarda costas, tinha medo de que pudesse fazer algo, ou sentia um tesão do caralho em segui-la, adorava caçar. Finalmente a vejo cogitar subir as escadas de vidro, a mesma sobe correndo e para ao topo me olhando de cima. Seus olhos azuis estavam negros, pareciam uma sobra morta, ela estava iguais aos da sua mãe. Sinto meu coração querer sentir pena, dó, só que eu sei que Emilie é capaz de se curar sozinha.

Vou apenas ficar a observando para caso não consiga. Sempre vou estar a esperando cair, não porque estou torcendo pela sua derrota, é mais como um apoio de que se ela desista, vou estar lá.

Estávamos agora explorando a sala com sofás e uma grande lareira que ficava ao lado de uma parede de vidro, se abrisse-a daria para a piscina. Vicent coloca as mãos nos bolso traseiros da calça que parecia caber mais duas dela, seus olhos atentos correm por toda parte até que vêem a porta entre aberta que dava pra cozinha. Andando lentamente chega a porta, a mesma a abre entrando no breu.-achei...-resmunga deixando seu sorriso escapar.

Foda-se ela.

Não me preocupo, volto a sala me jogando no sofá onde meu notebook permanecia intacto aberto em uma conversa sobre matar Damian.-Precisava parar de ser um animal no cio.- Era mais fácil cortar o mal pela raiz do que negociar. Já viu a morte negociar alguma vida?! Puxo o capuz do moletom tampando minha cabeça e volto a conversar com Josh.

"Ele não faz nada, fica apenas dentro de casa, seus capangas fazem tudo, assim como seus estagiários."

Leio a mensagem deixada por último no bate papo de um jogo. Então Damian era do tipo que tem quem faça então não precisa fazer. Gargalho sabendo que posso mata-lo com minhas próprias mãos.

Encosto no sofá cruzando as pernas, levo minha mão a boca enquanto digito com a outra.

"Amanhã às vinte e duas."

Apenas marco o horário para que me traga novas informações.

A silhueta de Emi cruza quase meu ponto cego, viro-me a observando dar giros com uma taça de vinho na mão, ela sorria como se estivesse vendo algo que amava. Fecho o notebook dando minha atenção toda a ela.

Sua presença ainda me dava aquela sensação de conforto, confesso que não sentia isso a muito tempo, sempre estou em alerta, durmo, mas infelizmente me acostumei a acordar toda hora, assim como quando estou acordado, fico sempre atento a tudo e todos. Afinal, qualquer um pode enfiar uma faca no meu pescoço. A morte constrói uma moradia ao seu lado, basta você se desafiar a ir lá encara-la, ou deixa-la o intimidar.

Emilie mudou, mudou para caralho, ela agora me irritava, era fraca, viciada em álcool e os caralho, sentia vontade de pega-la pelo pescoço apontar o dedo na sua cara e dizer o quão fodida ela é. Não me entendia, dentro de mim tinha uma puta bipolaridade, não me decidia em odia-la ou ajuda-la. Nunca amaria a Emilie, não essa.

A raiva subiu pra mim cabeça a medida que seu sorriso nada espontâneo crescia em seu rosto, ela estava feliz, porque estava colocando mais álcool em seu corpo. Esfrego minhas mãos pelo rosto de forma bruta, assim como me levanto. O notebook que ainda estava sob minha calça é arremessado ao chão, não dou a mínima, nem me assusto. Não queria mais fode-la, pois lembrei da inútil que ela se tornou.-porem, gostosa.- Meus passos pesados fazem barulho pela madeira até chegar a porta de vidro onde a arrasto brutalmente.

Tateio o bolso da calça, do moletom, e nada de sentir o maço de cigarro. Debruçando meu corpo no parapeito tombo minha cabeça para o lado vendo a piscina brilhando em azul. No canto dos olhos percebo Emi aproximando, sua mão toca meu ombro junto com um cigarro, me viro a vendo abrir a mão e revelar o isqueiro rosa também.

Sinto tudo doer, uma dor que começa na cabeça e desce até meus punhos, podia sentir que se relaxasse, iria sentir meu corpo tremer. Engulo seco a raiva dando um tapa em sua mão, o cigarro cai no chão juntamente com o isqueiro, Emilie abaixa a cabeça os acompanhando.- Fala do seu irmão, mas que merda você se tornou?- não controlo, agarro seu pescoço com uma mão a vendo ficar na ponto dos pés pra suprir o aperto.

- Somos iguais agora. Sabe por que?- ela da um maldito sorriso, queria poder lhe dar vários socos pra desmanchar ele.- Porque estamos mortos, já morremos por dentro. Infelizmente estou engolindo meu orgulho e dizendo a verdade.- empurro seu corpo observando seus olhos lacrimejando. À medida que me aproximo da piscina, deixo meu aperto mais leve, até que chego a beira e seus olhos ainda estavam fixos aos meus, a empurro.

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Por esse cap ser maior, irei fazer o próximo da Emi.

Espero que estejam gostando🩶🩶

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