Wile 🥀

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| 1 ano e meio depois. |


Ajeitava o terno enquanto encarava meu reflexo no espelho, meus olhos brilhavam por conta da pouca luz, o cabelo estava jogado para trás com o gel, no meu dedo brilhava um anel de prata maciço onde várias caveiras cercavam seu entorno. Nossa formatura seria hoje, e após um ano aqui, aprendi a fazer novos amigos superficiais, entrei de novo para o time de natação onde eu era o astro, e nessa roupa elegante eu iria ser o astro de hoje também. Rafaello sai do escuro com um sorriso presunçoso nos lábios, seus olhos negros correm por meu corpo enquanto a fumaça saia do cigarro em seus dedos. O encontrei na porta da minha casa na mesma manhã que voltei para fazer minhas malas, com uma promessa forjada de se sustentar sozinho aqui, ele acabou provando que era real, o mesmo roubou alguns zeros da conta de seu pai, e com isso, comprou um apartamento, e um carro de luxo que ostentava por Malibu. Rafaello era o único que sabia dos meus planos e com ele eu poderia ter o apoio precioso para coragem, se unir com o ódio e a necessidade do poder.

— Vamos foder tudo hoje. Amanhã não vamos estar aqui mesmo. — Gargalha se aproximando da luz. Agora tenho visão do terno preto que usava sem blusa por baixo, uma corrente igual ao meu anel brilhava em seu peito.

Vou até o closet onde pego o outro anel da família Ashby e da minha família, ambos os anéis são nada discretos. Ashby era fino e com diamantes, eu o colocava no mindinho esquerdo, Dos Killter era um anel mais grosso com o símbolo de uma cruz ao centro, ele ficava no mindinho direito. Eu não tinha a posse da família Ashby ainda, mas o velho morreu, o funeral foi digno de risadas, ninguém foi, apenas a viúva chorava no caixão vazia, porque o corpo estava desaparecido por aí. Porém, meu nome já era dito juntamente com os Ashby, um genro promissor que pode tirar a falsa miséria que a família Ashby ganhava.

...

Saio da BMW tendo visão do quão grande era a academia mais importante de Malibu, as portas em ouro abertas te davam a visão do gigantesco salão principal onde as pessoas tiravam fotos e conversavam. Um crachá foi entregue a mim com meu nome e um número, não sei para que servia. - Para que é isso? - pergunto a Rafaello que se aproximava com o seu também.

— Identificação para a área VIP, consegui com seu nome. Sabia que não ia ligar. -reviro os olhos, o ignorando, mas não poderia ignorar as pessoas curiosas que nos secavam.

Subo para o segundo andar, me sentando na mesa que indicava o número do crachá. Hoje, tudo que tinha que dar certo, eu planejei isso por um ano inteiro. Íamos sair do estado, íamos para Las Vegas, cidade das apostas e onde nossa família mais tinha contatos.

Era tudo fácil, nada impossível. Pertences iam ser deixados aqui, nada de coisas materiais, como se tivéssemos enjoado de tudo aquilo. Meu pai sempre fez isso, não será difícil continuar a tradição. No caminho, infelizmente, o chefe da família Killter ia ter um ataque psicótico, onde tentou levar seu filho e sua esposa para a morte. Simplificando, vamos drogar ele e o deixar se matar sozinho, com algumas ajudinhas, não iremos examiná-lo para ter certeza, caso encerrado.

Não tinha com o que preocupar, minha mãe concordou com tudo e até entrou em contato para que daqui a dois dias eu renuncie como chefe de tudo. A vida de adulto começou, e com ela a responsabilidade.

— Você às vezes é medonho. Parece que já está olhando há quase uma hora aquela pilastra? - A expressão que Rafa faz é igual à de Emi, me causou arroios. Convier com ele era assim, precisava me contentar com sua presença.

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Fiz esses dois caps mais curtos resumindo. 🦋

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