O solidão

Emilie 🩰

EMILIE VICENT | dias atuais

Excitada, era o que resumia meu estado, sei que todos podiam ver como eu estava nervosa, não por ter gigantescas chances de morrer, por isso tudo ser excitante para caralho.

Atravesso o outro corredor, esse era mais iluminado e mais largo, o outro dava certa agonia. Meu irmão escora na parede mais a frente encarando o salão a baixo.-São lindos juntos, mas não sabem que sou eu que vou me casar com ela.-Desabafa com um sorriso presunçoso em seus lábios. Rafaello estava mais atraente nos trajes. E não por ciúmes, mas a real, é que Mckenzie combinava mais com ele.

Passo minha mão pela fita que apertava minha perna, estava me apertando muito, iria ficar uma marca roxa.- O que vamos fazer?- pergunto curiosa, não me disseram o que iria fazer, não quero ser um peso morto, e nem morta.

Todos se estreitavam entre outras pessoas para transitar pela salão, podia ver Wile olhando para alguns homens no mesmo andar que nós, acredito que deviam ser amigos nossos pois reparei que todos deram uma tocada no nariz a medida que Rafaello os olhavam também. Meu irmão coloca as mãos no bolso tirando uma faca, seu braço se rodeia em minha cintura enfiando a faca dentro da abertura nas cortas do meu vestido, a lamina fria gera arrepios por meu corpo.

Seguimos até uma porta transparente. Dois homens saem segurando uma pasta em mãos enquanto referência alguém que não vejo lá dentro, esses mesmos homens não se afastam da porta, eles se posicionam um a cada lado e de suas pastas tiram uma arma. Rafa gargalha passando pela porta adentrando, o mesmo vira o pescoço para o lado estralando assim como Wile fez mais cedo. O sigo entrando na sala toda em branco, uma decoração moderna cercava um homem lindo. Meu Deus, seus olhos eram verdes e tão penetrantes, senti meu corpo ficar tenso só com uma olhada a mim.- Não demorou para que nós víssemos. Sabia que fiquei curioso para saber como era o cara morto que minha esposa trepou.- a voz debochada de Rafaello sai quebrando o silêncio.

-há algo de errado nessa frase.- O homem atrás da mesa retribui a ironia.

-Tem razão. Você ainda está vivo.- Sou empurrada contra a mesa em direção ao homem. Rafaello age rapidamente não me dando tempo pra pensar.- Já viu uma bomba tão linda? Então olhe, ela vai ser a última mulher que você vai ver hoje.

Arfo pesado absorvendo o impacto sem reclamar, passo minha mão por minha perna pegando a arma e a subo esfregando por meu corpo lentamente passando pela mesa, e subir até a garganta do homem. Sorrio, estávamos no poder, e essa situação podia sair do controle a qualquer momento.- Oi...- falo dócil.

O olhar do homem estava escuro, sua irritação sai por seu corpo, podia ver como não conseguia pensar direito, o suor escorria por seu rosto revelando sua tensão. Rafaello se aproxima pegando a faca em minhas costas. Noto suas mãos usando uma luva quando cravou a faca no pescoço do homem a frente.- afasta.- manda.

Me afasto obedecendo. O mesmo puxa a lâmina do pescoço da vítima fazendo o sangue jorrar desgovernado por toda a sala. Me sentia paralisada, nunca vi algo tão brutal, era nojento, meu peito doía e se arrepiava na mesma intensidade, presenciar isso foi tão pesado, horrível, porque me senti bem?!

Engulo seco observando meu irmão tirar seu blaser e o trocar por outro que um homem o oferece, não vi o mesmo chegar, e nem ouvia o que diziam. Com um pano molhado o mais velho tira o sangue que espirrou em seu corpo enquanto sai da sala, o sigo.

A uma distância boa, alguns alarmes soam baixos e um barulho de água vem em seguida.- Água fode com qualquer prova.- o sorriso surge a medida que descemos a escada em direção ao salão. Tudo foi tão rápido, Wile ainda conversava com o mesmo homem de antes, e uma conversa não pode ter durado tanto, eu só estava tendo a impressão que foram mais de vinte minutos que levamos para matar o homem.

Meu irmão se intromete na conversa, e os olhos se voltam a nós. Wil me olha de cima, sua sobrancelha se ergue mas logo volta a prestar atenção na conversa. Procuro pelo salão alguma bebida, não via garçons, mas vi alguns homens estranhos chegando muito rápido, não podia ser nossos, eles seguravam algo nas mãos. Recuo indo até Wile que fica atento ao redor, sua mão toca minha perna mas seu foco continua no homem loiro.

Eu estava flutuando em tudo, não ouvi bem o que diziam, meu foco estava ao redor, ao toque de Wile, a minhas pernas bambas, ao calor que subia por elas. Sou puxada bruscamente na direção oposta, olho por cima do ombro observando o homem que caia morto no chão, todos ali assistiam menos Wil que não se atreveu olhar para a chuva de sangue que fez.

Mckenzie sorria para Rafa que retribuía, ambos correram passando por nós e desapareceram por outro lugar. Muita gente corria desesperada, outras apenas ficaram. Passamos por um caminho diferente saindo a frente do carro. Josh fumava quando seu sorriso subiu por minhas pernas até meus seios.