Emilie 🩰

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Demorei um pouco para trazer o final desse capítulo. Peço desculpas.

Emilie | dois anos atrás


Voltava da festa sozinha, por conta do álcool extremo em nossos corpos, eu e Zoe brigamos, o motivo foi algo tão merda, odiava quando me culpavam por algo que não fiz, não imaginaria que ela iria confiar em um estranho qualquer do que em mim.

A rua estava fria e tão solitária, parecia com o vazio que eu há dentro de mim. Meus passos estavam tão incertos, minha cabeça girava, minha visão desfocava, e minha mente não sabia associar o que real ou não. Estava consciente o suficiente para saber que eu estava errada em estar nesse estado, sabia que tinha que ficar sóbria, tudo isso era tão fácil ser notado, só que impossível de se controlar. Sinto minha cabeça pesar para trás, meu corpo recuar alguns passos, e pelo reflexo a esquerda, em uma vitrine, observo uma mulher patética bêbada. Sorrio para meu reflexo enquanto uma lágrima escorre, assim como um único fio de serenidade que sobrou de mim.

Não sei onde queria chegar, só sentia meus pés doerem e minhas pernas gritarem por descanso; o sol queria nascer, o céu aos poucos se iluminava, assim como aos poucos meus passos ficavam mais fixos ao chão. Pude sentir a umidade da grama esverdeada, o solo gélido, o ar leve, o vento frio que meu copo já tinha se acostumado soprar meu cabelo para longe do coque improvisado. Me encontrava enfrente a casa dos Kiltter, tudo estava tão vazio, solitário, silencioso como minhas emoções que de repente...sumiram.

Encaro a porta de vidro que dava acesso a sala de jantar, a mesa permanecia intacta, o chão sem pegadas, sem o gigantesco lustre aceso, muito menos alguns dos empregados limpando os vasos caros que a Sr. kiltter colecionava em sua sala. Deixo um suspiro pesado sair do fundo da minha alma, o conforto após me deixa mais leve. Me viro deixando tudo para trás, caminho no caminho de pedras até tocar meus pés na grama me dando sinal que logo chegaria ao asfalto da rua.

Ergo meu olhar me dando conta que um carro estranho estava parado na calçada da casa vazia ao lado da casa de Wile, a casa sempre foi abandonada, ninguém nunca se mudou. Um dia começaram a reforma-la, colocaram uma lona branca ao entorno da sacada que cercava a arquitetura, e algumas estruturas de apoio, porém, nunca mais tiraram.
Mudo meu caminho em direção a casa, pulo a cerca já danificada pelo tempo, e caminho pelo cimento até a grande porta coberta pela estrutura. Subo meus olhos olhando tudo a cima de mim, assim como ao lado, e atrás para ver se tinha alguém. Me arrisco passando pela lona e entrando através de uma parede quebrada, mas paro imediatamente quando ouço uma voz grossa ecoar.

Prendo a respiração e fico imóvel ouvindo apenas meu coração bater.- Não vou demorar. Só estou resolvendo algumas coisas, o velório será mais tarde, fica calma. Tentarei chegar mais cedo, mãe.- a voz estava grossa, porém tão familiar, poderia arriscar dizer que parecia com a de Wile, só que seria estranho admitir que ele estaria dizendo mais de duas palavras de forma natural. Não só isso...

ele está longe, deve até já estar casado.

Passo pela parede quebrada refazendo o mesmo caminho, agora, de volta pra rua novamente. Não penso duas vezes em apenas sair dali, minha casa estaria logo à frente, e precisava chegar antes que todos acordassem, o sol já estava começando a ficar quente, não sei as horas, só chuto que deve ser umas seis horas.

Hennie é empurrado com a porta quando a abro, o cachorro se levanta deixando a passagem livre e me segue até meu quarto, me jogo na cama ao lado de silen que se enrolava em si mesmo no travesseiro ao lado.

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⏰ Última atualização: Aug 29 ⏰

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