002-preocupação

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⚠️o capítulo a seguir apresenta automutilação, violência e transtornos mentais ⚠️

••VICTOR POVS••

Nós chegamos da praia na noite anterior mo tarde então com certeza que todos nós nos atrasaríamos para aula o bom é que todos nós fazíamos faculdade na mesma unidade, cursos diferentes mas era todos no mesmo ambiente eu tinha aula de psicologia ambiental e não estava com saco algum para essa aula, mas tinha que assistir porque se eu for depender do Caic pra prestar atenção na aula eu tô lascado.

Cheguei na faculdade e estacionei a moto exatamente aonde sempre estaciono e vejo as meninas chegando correndo
.—Atrasadas de novo?.—Pergunto.
—Como sempre.—Vivian diz correndo e eu solto uma risada.
—Bom dia Victor, tchau Victor.—Manoela disse correndo.

Dei risada e desci da moto guardando o capacete nela mesma e arrumando meu cabelo no retrovisor.

Entrei na faculdade e fui direto para sala e quando entrei lá vi o Caic sentado e fui me sentando atrás dele como sempre, nos fazíamos faculdade de psicologia e era uma aula insuportavel, e eu estava preparado para dormi, porém sabia que se eu dormisse não ia dar certo, e eu sou o cara mais focado que eu conheço então eu ia prestar atenção na aula.

Uma hora, uma hora de aula e eu já estava querendo morrer e matar meio mundo de gente eu vejo uma movimentação estranha pela janela da sala e endireito a postura na cadeira colocando a caneta em cima da mesa sentindo meu coração palpitar e ficar acelerado como se tivesse acontecido algo, eu fico olhando pra porta como se esperasse alguém entrar me chamando contando algo, e foi o que aconteceu, a Manoela entrou porta adentro da sala e eu levantei da cadeira e a olhei sério.
—A Melinda tá passando mal Victor, ela tá trancada no banheiro e não quer falar com ninguém.
Quando a Manoela disse isso eu sinto meu coração se partir ao meio, se a Melinda está assim eu sei bem quem é o culpado, e sei exatamente o que aconteceu ela tá tendo crise de ansiedade e a crise dela evolui para uma crise de pânico eu saio correndo da sala e corro até aonde ela estar.

Eu bato na porta e ela não responde, bato novamente ela não responde e começo a ficar nervoso começo a quase perder o controle mas não posso perder o controle, não agora, ela precisa de mim então respiro fundo e lembro que o banheiro tem uma janela, então eu corro pelo lado de fora da faculdade e acho a janela e a abro e pulo para dentro do banheiro.

Eu a procuro com os olhos e vejo ela encolhida no cantinho chorando se tremendo aquilo me partia o coração eu me aproximo me ajoelhando de frente para ela.

—Ei, eu tô aqui tá? Eu sempre vou tá aqui.—Digo e me aproximo devagar dela tocando em seus ombros ela não parava de chorar eu seguro seus braços devagar os virando vendo as marcas de corte de tesoura e aquilo me sobe uma raiva do caralho, eu respiro fundo e levo minha mão até sua nuca tirando o cabelo do seu pescoço vendo um pequeno corte no pescoço e aquilo ali me preocupou, engulo seco me sentando no chão apenas segurando suas mãos o que fez ela olhar para mim seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar aquilo partiu meu coração eu a olhei firme e vi ela se desabar mais ainda em lágrimas eu apenas mudei a posição que estava me colocando sentado ao seu lado e a abracei devagar para não machucá-la.
—Você não precisa me contar nada, mas saiba que eu estou aqui, que sempre vou estar aqui eu vou te proteger.—Digo deixando um beijo em seu cabelo e ela chorava mais.

Caralho como ver ela chorando doía em mim, doía mais que uma facada eu sentia como se tivessem machucando meu coração, ela era a minha menina, eu nossa...como eu queria proteger ela de tudo, queria transferir toda dor que ela sente para mim, eu preferia eu sentir aquela dor do que ela.....ela era a minha garotinha e ela tava sofrendo e eu não tava sabendo o que fazer e nem o que ela queria que eu fizesse.

—linda, fala para mim, o que aconteceu o que você quer que eu faça.—pergunto em sussurro

—Me tira daqui.—ela respondeu em sussurro o que me fez gelar o coração, apenas concordei com a cabeça.

Eu me levantei e abri a porta do banheiro e a peguei no colo junto com a mochila dela....

Eu sabia que ela não queria ir pra casa, então levei ela para minha casa....

Chegando lá entrei com ela e a coloquei na minha cama e a deixei quietinha enquanto ia prepara um cha de camomila para ela, minha mãe uma vez me disse que isso acalmaria então eu resolvi tentar.

Eu fiz o chá coloquei em uma caneca e andei até meu quarto ao chegar na porta vi ela deitadinha abraçada em um travesseiro chorando apertando a mão o mais forte que ela conseguia, me doía tanto ver a minha menina daquele jeito, engoli seco e entrei no quarto. Coloquei a caneca em cima da mesinha de cabeceira e me sentei ao lado dela.

Levei minha mão até a mão dela a fazendo abrir para segurar a minha mão.

—Aperta, pode colocar toda sua força nela, não me importo.—digo em tom baixo e ela me olha.

—Não quero te machucar.—ela dizia chorando segurando minha mão tentando controlar sua dor e raiva.

—Você não vai me machucar, eu vou estar aqui pra te proteger sempre....—digo e ela se levanta sentando na cama soltando minha mão levando as mãos até o rosto secando as lágrimas.

—Eu não sou uma princesinha indefesa.—ela diz e eu nego com a cabeça.

—Eu sei que não é, mas eu vou querer te proteger não por você ser indefesa, mas porque se você se machucar, se você sofrer vai ser eu me machucando, vai ser eu sofrendo.—Digo me aproximando mais dela colando nossas testas.

—Eu não queria ser assim.—ela diz e eu seguro em sua nuca devagar fechando os olhos.

—Ta tudo bem minha garotinha, você vai ficar bem, eu vou tá sempre aqui pra te ajudar.—Digo sentindo ela respirar devagar se acalmando.

—Obrigada...—ela diz em sussurro e eu confirmo com a cabeça. E separo nossas testas e abraçando mais forte.

Deixei um beijo em sua cabeça.....
Eu sempre vou cuidar dela, não importa o que aconteça eu sempre vou cuidar dela.....

NOSSA MÚSICA- LealOnde histórias criam vida. Descubra agora