Biscoitos cervejados

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Draco Pov

Estávamos finalmente em Hogsmeade! Eu havia esperado tanto por esse dia. Pelo encontro.

- É incrível como é diferente toda vez que eu venho aqui. - falou Harry enquanto andávamos pela cidade.

- Você vem aqui com frequência? - perguntei.

Ele assentiu.

- O túmulo dos meus pais fica aqui, então eu e meus padrinhos costumamos vir aqui sempre que dá. - contou - Eu conheço esse lugar como a palma da minha mão.

O túmulo dos pais dele fica aqui.

Eu nunca parei para realmente pensar na vida que ele teve que levar. Seus pais morreram, ele tem uma família, mas não é biológica. Eu nunca perguntei como ele se sentia sobre tudo isso.

Tudo foi tão... recente.

Em um dia meus pais riam e comemoravam a "vitória" de Voldemort, e no outro eles estavam sendo levados até o ministério. Eu era pequeno na época, e pensar que nós dois tínhamos a mesma idade quando tudo aconteceu!

Ele perdeu os pais, morou com pessoas abusivas durante 13 anos, lutou com a vida contra o Lorde e seus comensais, e agora, somente agora, ele tem um pouco de paz. Harry era uma criança, não um guerreiro.

- Eu nunca perguntei do seus pais, não é? - perguntei.

Ele pensou por alguns segundos.

- Acho que não. - respondeu - Mas não é como se eu soubesse muita coisa. Sirius fala muito sobre meu pai e Remus fala muito sobre minha mãe, mas tudo que eu sei sobre eles é o que as outras pessoas viam. Ou seja, eu nunca vou realmente saber quem eles eram.

- Nossa...

- Não! Não pense que isso me incomoda. Eu não quero saber como eles realmente são, eles morreram, Dray. Não posso mudar isso, e me lamentar só piora a situação. - explicou o moreno - Se eu pensasse o tempo todo nisso, eu jamais conseguiria seguir em frente.

Ele parecia meio ansioso enquanto falava, o que me fez perceber que aquilo o afetava sim, mesmo que ele fingise que não. No fim éramos dois idiotas que fingem estar bem quando obviamente não estão.

O ar estava frio e a neve caia sobre o chão da cidade. Nossas mãos se esquentavam uma na outra, o que rendia olhares das pessoas, mas nenhum de nós nos importamos com isso. Afinal, não temos mais o que temer.

- Então, o que seus padrinhos falam sobre eles? - perguntei enquanto tentava me lembrar o caminho para a Dedos-de-Mel.

- Meu pai era bagunceiro e insistente, sempre chorando pelos cantos quando era recusado pela minha mãe. - ele disse com um sorriso no rosto - Já a minha mãe era... ela era tudo. Era alguém compreensível, engraçada e determinada, era o tipo de pessoa com um bom coração.

Ele falava de seus pais com uma felicidade visível. Ele realmente os amava, e sentir esse calor vindo do coração do moreno também me aqueceu.

- Sua mãe recusava o seu pai? - perguntei com um certo interesse.

- Sim, eles demoraram um tempão para se assumir! Por algum motivo minha mãe vivia estressada com ele. Pads diz que é porque ele se metia em muita encrenca. - contou.

- Então só pode ser de família! Essa demora toda para entender que eu sou o seu futuro marido. - brinquei.

As bochechas de Harry agora estavam em um tom vermelho. O que o deixava extremamente fofo.

- O que foi? - perguntei irônico.

- Você acabou de dizer que vai ser meu marido, Draco! - disse o moreno indignado, mas não conseguindo disfarçar o rubor do seu rosto.

Me apaixonei pelas estrelas | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora