everything i wanted // Billie Eilish

Capítulo 15

- Billie?

- Oi?

- Tá tudo bem? Parece desnorteada.

- Não poderia estar melhor, Finneas.

Finneas me olhou desconfiado, ele sabia que eu não estava tão bem. Na verdade, eu nem fazia questão de esconder.

Estávamos no estúdio, finalizando algumas coisas para o álbum. Mas eu não conseguia me concentrar em nada, minha cabeça doía demais pra fazer alguma coisa.

Até a música que eu amo tanto, não estava me ajudando no estresse. Por aí eu já percebo que tô na merda, já que eu amo cantar.

- Bom... eu já finalizei algumas partes, as outras não vão demorar tanto pra serem feitas.

- Ok - Falei girando na cadeira.

- Não tô querendo te apressar, mas precisa terminar o resto antes que a produtora reclame.

Suspirei concordando.

Meus olhos estavam fechados, como se eu tentasse de alguma forma aliviar a pressão que sentia em minha cabeça.

- Billie.

Abri os olhos, encarando meu irmão. Que agora tinha uma expressão séria no rosto.

- Eu te conheço, sei que não estar bem. Tem certeza que não quer conversar comigo? - Finneas perguntou.

Eu queria muito conversar, queria colocar tudo que venho sentindo nesses últimos tempos pra fora. Mas de alguma forma eu me sentia envergonhada...

Poxa, era meu irmão! Eu conto absolutamente tudo da minha vida pro Finneas, sempre confiei muito nele. Eu queria contar tudo que estava acontecendo comigo nesses últimos dias, pedir conselhos já que ele é um ótimo aconselhador nem que eu precisasse escutar uma bronca daquelas que só ele sabia dar.

Eu não conseguia, sentia medo dele me julgar.

- Tudo bem. - Finneas falou, assim que percebeu que eu não queria falar nada.

Tenho colocado em minha cabeça muitos pensamentos que não estam me fazendo nada bem, deixando prioridades de lado e focando em coisas insignificantes.

Tudo por causa dela, até em meu sono ela não me deixava em paz. Já perdi as contas de quantas vezes sonhei com ela.

Isso não era normal, eu estava dando muita importância pra ela.

Eu levei presentes pra ela, eu a levei pra sair, eu lembrei de seu aniversário... Eu me sentia péssima.

Me sentia péssima por estar dando tanta prioridade pra uma prostituta.

Mas toda as vezes que eu olho em seu rosto, esses pensamentos de arrependimento e confusão vão embora por um tempo. Ela me fazia sentir isso, me deixava completamente confusa.

Isso estava me matando, eu a queria tanto mas não podia tê-la do jeito que eu pensava em ter.

Eu nem deveria querê-la.

Ela não é minha e nunca seria, ela não é de ninguém porque era apenas uma garota de programa.

Isso era o que mais doía em mim.

De alguma forma, eu a tornei especial em minha vida e estava agora pagando pelo preço. Com todos esses pensamentos intrusivos e noites mal dormidas.

As vezes me pergunto, onde foi que eu me meti?

Eu iria essa noite até Aruna.

Mas diferente das outras vezes, não era para sexo. Eu iria por um fim nisso tudo, eu estaria tirando uma pessoa arriscada da minha vida.