Estou deitado na cama do hospital, ainda me sentindo meio grogue por tudo o que aconteceu. Meus pensamentos estão confusos, e há uma mistura de sensações turbulentas em meu peito. Olho para o teto branco do quarto, tentando processar tudo.
De repente, a porta se abre e Ran aparece, carregando uma bandeja cheia de comida. Seu rosto está sério, mas há um brilho de ternura em seus olhos ao me ver ali.
— Rindou, você precisa comer algo. — diz ele, colocando a bandeja sobre a mesa ao lado da cama. Ele se senta na beirada da cama, olhando para mim com uma expressão preocupada.
Eu o encaro por um momento, ainda tentando reunir minhas emoções e pensamentos dispersos.
— Obrigado, Ran. — murmuro finalmente, com minha voz rouca após tudo o que passei.
Ele me oferece um sorriso gentil e começa a organizar a comida na bandeja.
— É importante que você se alimente bem, especialmente agora. — explica ele, pegando um garfo e uma colher.
Observo Ran com gratidão enquanto ele cuida de mim. Ele sempre foi assim, protetor e cuidadoso, mesmo nas situações mais difíceis. Sinto uma mistura de emoções ao vê-lo ali, tão determinado a me ajudar a superar isso tudo.
Ele me entrega o garfo com um gesto silencioso, e eu começo a comer devagar, sentindo a comida quente e reconfortante. Cada mordida é como um pequeno lembrete de que estou aqui, vivo, e tenho pessoas ao meu redor que se importam profundamente comigo.
Enquanto como, Ran permanece ao meu lado, às vezes me oferecendo água ou me encorajando a comer mais. Sua presença é um conforto silencioso neste quarto de hospital, e por um momento, consigo sentir uma leve sensação de esperança se infiltrando em meio à escuridão que me envolveu recentemente.
— Está bom? — pergunta ele gentilmente, quando termino a refeição.
Assinto com um pequeno sorriso.
— Sim, está ótimo. Obrigado, Ran. — respondo sinceramente, sabendo que minhas palavras não podem expressar totalmente a gratidão que sinto por ele estar ao meu lado neste momento difícil.
Ele sorri de volta, um sorriso suave e reconfortante.
— Estamos juntos nisso, Rindou. Sempre estaremos.
E com essas palavras simples, sinto um pouco mais de força retornando ao meu corpo cansado. Ran cuida de mim com uma ternura que me toca profundamente. Mas, mesmo assim, há uma sombra de culpa que não consigo afastar. Olho para ele, com seu rosto preocupado enquanto organiza a bandeja de comida que trouxe para mim.
— Ran... — minha voz sai hesitante, quase um sussurro. — Eu sou um fardo para você.
Ele para o que está fazendo e me encara, surpreso e com uma dor refletido em seus olhos.
— Rindou, não diga isso. — ele responde, com sua voz firme, mas gentil. — Você nunca foi um fardo para mim. Nem nunca será.
Balanço a cabeça, lutando contra as lágrimas que ameaçam cair novamente.
— Mas eu... fiz tudo isso. Causei tanta dor de cabeça para você, a vida toda causei. Como posso não ser um fardo?
Ran se aproxima mais, se sentando na beira da cama. Ele pega minha mão e a segura com força, com seu olhar penetrante e cheio de determinação.
— Rindou, nós somos irmãos. O que afeta você, afeta a mim também. Mas isso não significa que você é um fardo. Significa que eu estou aqui para você, não importa o quê.
Sinto um nó na garganta, as palavras do Ran perfuram a névoa de autodepreciação que me envolveu. Ele continua, com a voz suave mas cheia de convicção.
— Eu te amo, Rindou. E vou estar ao seu lado, não importa o que aconteça. Vamos superar isso juntos. Você nunca estará sozinho.
As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, e eu aperto a mão do Ran em resposta.
— Eu... eu também te amo, Ran. Obrigado por nunca desistir de mim.
Ran sorri, aquele sorriso que sempre me deu força.
— Nunca desistirei de você, Rindou. Nós vamos superar isso. Um passo de cada vez.
E, pela primeira vez em muito tempo, sinto uma faísca de esperança.
Ele sempre esteve ao meu lado, em todos os momentos difíceis, em cada batalha que enfrentamos juntos. Desde que éramos crianças, ele sempre foi meu protetor, meu irmão mais velho que nunca me deixou sozinho.
Ran foi o primeiro a perceber que algo estava errado. Ele notou as minhas mudanças de humor, a irritabilidade e a tristeza profunda que parecia não ter fim. Enquanto eu lutava internamente, tentando entender o que estava acontecendo comigo, Ran estava lá, observando e se preocupando em silêncio.
Foi Ran quem insistiu que procurássemos ajuda. Ele me acompanhou a cada consulta, sentou ao meu lado em cada sessão de terapia, e foi ele que batalhou ao meu lado até que finalmente descobrimos que eu tinha transtorno de borderline.
Me lembro do alívio misturado com medo quando recebemos o diagnóstico. Finalmente, tínhamos um nome para o que eu estava enfrentando, mas a jornada de cura ainda estava apenas começando.
— Você sempre esteve do meu lado, Ran. — digo, com minha voz carregada de emoção. — Desde o começo. Quando eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, você estava lá. Você nunca desistiu de mim, mesmo quando eu queria desistir de mim mesmo.
Ran sorri, um sorriso suave e reconfortante que só ele sempre sabe fazer, me deixando mais tranquilo.
— Claro que estive. Sempre estarei. Somos irmãos, Rindou. E nada pode mudar isso.
Eu respiro fundo, sentindo um pouco da pressão aliviar do meu peito.
— Foi você quem descobriu que eu tinha borderline. Você lutou por mim, mesmo quando eu não conseguia lutar por mim mesmo. E por isso, eu sou eternamente grato.
Ran aperta minha mão, com seus olhos brilhando com determinação.
— Vamos passar por isso juntos, Rindou. Um passo de cada vez. E sempre que você precisar de mim, estarei aqui.
Com essas palavras, sinto uma nova onda de força e esperança. Ran é meu porto seguro, minha âncora em meio ao caos. E com ele ao meu lado, talvez, só talvez, eu possa encontrar uma maneira de curar e viver uma vida mais estável e feliz.
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Paixão Oculta (+16)
Fanfic[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Rindou e Angry são opostos que se atraem, mas seus mundos internos são tão complexos quanto o labirinto de uma mente perturbada. Rindou carrega demônios interiores que o aprisionam em sua própria incapacidade de expre...