Estamos Juntos

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Assim que chegamos em casa, Rindou diminui a velocidade e manobra a moto cuidadosamente para dentro da garagem. Ele estaciona com precisão e, lentamente, desliga o motor. O silêncio que se segue é quase ensurdecedor depois do barulho da estrada, um momento de pausa onde sinto meu coração batendo acelerado no peito.

Desço da moto com um pouco de dificuldade, ainda um pouco atrapalhado por causa da altura, mas Rindou está lá, pronto para me ajudar a me equilibrar. Tiramos os capacetes, e eu fico observando enquanto ele ajeita o cabelo, passando os dedos pelos fios loiros com mechas azuis, tentando domar as mexas bagunçadas pelo capacete e vento.

Ele está tão concentrado nesse gesto simples que eu não consigo desviar o olhar. Sem pensar, como se algo dentro de mim me empurrasse, eu me aproximo. Fico na ponta dos pés para alcançar sua altura, passando meus braços ao redor do pescoço dele. A expressão dele muda por um segundo, um olhar surpreso que logo se transforma em um sorriso suave.

Então, sem hesitar, eu o beijo.

É um beijo cheio de sentimento, uma mistura de todas as emoções que ficaram represadas durante esses dois anos. Sinto os lábios dele se movendo contra os meus, quentes e firmes, e minha respiração se mistura à dele, criando um momento onde só nós dois existimos. Meus dedos se entrelaçam em sua nuca enquanto sinto sua mão segurar minha cintura, me puxando para mais perto.

O gosto dele é exatamente como eu imaginei — é aconchegante, familiar e, ao mesmo tempo, emocionante. Meu coração bate tão rápido que parece querer sair do meu peito, e eu me entrego ao momento, querendo que esse beijo dure para sempre.

Eu continuo o beijo, sentindo o calor do corpo do Rindou se intensificar contra o meu. É uma sensação viciante, e, quanto mais me aproximo, mais quero. Sinto suas mãos firmes segurando minha cintura, e ele não se afasta. Em vez disso, ainda colado a mim, seus lábios nunca se afastam dos meus.

Com um movimento ágil, Rindou pega nossos capacetes, os tira das nossas mãos e os coloca em uma bancada que há ali na garagem. Eu mal tenho tempo de pensar no que ele vai fazer em seguida, mas meu coração acelera ainda mais. Sem quebrar o beijo, ele passa os braços em volta das minhas pernas e, de repente, sinto meu corpo ser erguido.

Rindou me levanta com facilidade, me pegando no colo. Por instinto, eu seguro seus ombros com mais força, meu peito se comprimindo contra o dele. Meus pés perdem o chão, e tudo que eu posso fazer é me apoiar nele, confiando totalmente na força que ele tem para me segurar.

Ele me coloca sentado em cima da moto com um movimento suave e, em seguida, se encaixa entre as minhas pernas, aproximando ainda mais nossos corpos. Meu corpo reage ao dele automaticamente, minhas pernas se fecham ao redor da sua cintura, segurando ali.

O beijo se intensifica. É mais profundo, mais feroz, e eu perco completamente o fôlego. Sinto seu toque na minha cintura, suas mãos quentes me puxando para mais perto. O mundo ao nosso redor se dissolve, tudo o que sinto é ele e a paixão que ele derrama em cada segundo desse beijo.

Minha cabeça gira, como se eu estivesse nas nuvens, e a única coisa que me ancora à realidade é a sensação dos lábios dele contra os meus. Tudo que eu sabia, todos os medos e inseguranças, desaparecem nesse momento. Ele me prende ali, entre seu corpo e a moto, e tudo que eu quero é apenas ele.

— Você é meu, Souya. — ele diz no meio do beijo.

— Eu sou seu, Rin. — falo e acaricio seu rosto com carinho. — E você é meu.

— Sempre serei seu. — ele diz e me beija carinhosamente.

Quando finalmente nos separamos do beijo, meu peito sobe e desce rapidamente, tentando recuperar o fôlego. Nossos rostos ainda estão tão próximos que posso sentir a respiração quente do Rindou contra minha pele. Ele me olha nos olhos com aquela intensidade que me faz sentir um arrepio percorrer minha espinha, e então, suavemente, ele deposita um selinho em meus lábios.

É um toque breve, mas cheio de carinho, como se ele quisesse dizer mais do que palavras poderiam expressar. Meus olhos se fecham por um instante, absorvendo o momento, e sinto uma onda de emoção tomar conta de mim.

Eu levo minha mão até o rosto dele, meus dedos roçando sua pele de leve. Acaricio suas bochechas com o polegar, traçando um caminho suave até seu queixo. Ele inclina o rosto para o meu toque, fechando os olhos por um instante, e eu me sinto em casa, como se finalmente tivesse encontrado meu lugar.

— Eu te amo. — sussurro, minha voz saindo baixa, quase um segredo entre nós dois. Eu sinto meu coração acelerar, como se estivesse vivendo aquele sentimento pela primeira vez, com a intensidade de todas as emoções que guardei por tanto tempo.

Rindou abre os olhos lentamente e, mesmo sem dizer nada, o brilho em seu olhar diz tudo.

— Eu também te amo.

Deixamos a garagem de mãos dadas, o calor da mão de Rindou na minha me dá uma sensação de segurança que eu nunca tinha sentido antes. Meus dedos se entrelaçam aos dele, e quando olhamos um para o outro, um sorriso involuntário aparece em nossos rostos. Parece que cada passo que damos juntos é uma confirmação do que sentimos, como se estivéssemos traçando um caminho só nosso.

Entramos em casa, fechando a porta atrás de nós. A casa está silenciosa, mas consigo ouvir passos leves vindos da sala. Caminhamos até as escadas, e assim que começamos a subir, sinto os olhares sobre nós. Ran e Smiley estão na cozinha, em pé, observando com expressões curiosas.

Eu os encaro por um momento, com o coração batendo um pouco mais rápido. As sobrancelhas do Ran se arqueiam levemente, um sorrisinho discreto se formando em seus lábios. Já o Smiley tem aquele olhar provocativo de sempre, mas consigo notar um brilho diferente, algo que parece ser uma mistura de curiosidade e aprovação.

Rindou aperta minha mão suavemente, me dando um sinal de que está tudo bem. Continuamos subindo as escadas, sem soltar as mãos um do outro. Eu sinto meu rosto esquentar, um pouco envergonhado pelo olhar atento dos dois, mas também não consigo evitar um sorriso ao lado do Rindou.

Quando finalmente chegamos ao topo da escada, dou uma olhada para ele. Ele me encara de volta, um sorriso tranquilo nos lábios. Estamos juntos, e isso é o que importa seja lá onde ele queira me levar.

Paixão Oculta (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora