" Did I cross the line? "
》Isabella's pov.
– Vamos amor, você precisa se levantar um pouco. - diz mamãe, tentando pela décima vez no dia me tirar da cama - Já faz dias que você não se levanta da cama ou sai do seu quarto.
– Mãe, só mais uns minutos. - a respondo baixo.
Tão baixo que saiu como um sussurro.
– Você precisa sair um pouco daqui Bella, precisa respirar um ar fresco. - se senta à beira da cama, ao meu lado, tirando alguns fios de cabelos de meu rosto sonolento - Pelo menos até eu limpar seu quarto.
Não abro meus olhos, faço uma pequena careta em reprovação ao sentir suas mãos geladas em contato com meu rosto que estava quente, fazendo então com que ela parasse o ato.
– Não precisa fazer nada aqui mãe, depois eu organizo um tudo.
Não, eu não vou organizar.
Ultimamente me sinto tão cansada que mal consigo fazer coisas simples, até mesmo atividades cotidianas. A única coisa que eu ainda me animava para fazer era a dança, levantava e me arrumava só para isso, mas agora parece que essa vontade está desaparecendo também e me sinto mais mal ainda por conta disso. Dança é literalmente minha vida e eu não me imagino sem ela.
Me sinto tão perdida em minha própria vida e não sei como resolver isso, e muito menos sei me expressar para as pessoas em minha volta. As crises de ansiedade estão sendo constantes, as paranóias incontáveis e os surtos incomparáveis. A cada dia que se passa, mais vontade eu tenho de dormir e menos de estar viva nesse mundo miserável com pessoas egocêntricas, tentando sobreviver esse lado obscuro da minha vida que está me consumindo aos poucos.
Porém não posso de chamar de egocêntricos meus pais e minha melhor amiga.
Papai está muito preocupado comigo, mas com certeza não tanto quanto a minha mãe. Eu entendo a sua preocupação, mas perguntar a cada segundo como eu me sinto ou se eu quero conversar e não me deixar sozinha por mais de trinta minutos as vezes é estressante, e eu acabo explodindo por isso. Minha paciência está extremamente curta e, as vezes, acabo descontando nos meus pais e até mesmo na coitada da Maddie, que sempre é paciente comigo e entende a minha situação. Sinto pena dela, está me tratando tão bem e as vezes surto com a coitada sem motivo algum.
Entretanto, também sinto remorso por outras coisas que acabei fazendo pelo calor do momento.
– Querida, você está assim desde aquele jantar com a família de Billie. Desde então, custa se levantar para ir ao banheiro, quem dirá arrumar a zona de seu quarto?
Desta vez abro meus olhos, os forçando um pouco para focar minha visão na bagunça que estava o ambiente. Pilhas de roupas espalhadas por todos os lados, sapatos jogados por todo o canto, algumas papeladas de atividades que minha professora particular passou e que não fiz nem a metade bagunçados em minha penteadeira, que por sinal já não era tão organizada assim e entre outras coisas esparramadas pelo chão e em lugares totalmente aleatórios. Dificilmente alguém conseguiria andar por ali, não faço a mínima ideia de como mamãe conseguiu fazer isso mais cedo buscando por algumas coisas que eu não me lembro mais do que se tratavam.
Mais um ponto, adquiri uma memória terrível. Tão ruim que coisas que me falam não duram na minha mente nem por uma hora.
Mas não terrível ao ponto de esquecer ela.
No fundo da minha mente eu a vejo o tempo todo, sinto como se fosse uma febre que me queimasse viva e que não tivesse nenhum remédio para passar essa sensação agonizante. Talvez, isso seja algum sinal.
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𝙎𝘾𝘼𝙉𝘿𝘼𝙇𝙊𝙐𝙎 - 𝐁𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐄𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡 (𝐆!𝐏)
FanfictionIsabella Bianchi, uma garota normal de dezesseis anos de idade que tem a dança como sua paixão e escapatória de seus problemas, mas que talvez ache outra forma de fugir deles em Billie Eilish, a aluna nova de seu colégio. Pelo outro lado da históri...