Aonde eu me meti?

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---- CHARLIE ---

- E eu pensando que não haveria mais surpresas... - Pit sorri para mim quando entramos em casa, eu olho para ele e respiro fundo, nós viemos para sua casa que era mais perto da de Kim, passo a mão pelo rosto e levo meu irmão para um dos quartos de hospede.

O ajudo a tomar banho e Pit traz alguma coisa para comer quando tiro ele do chuveiro, ele come e depois dorme, cansado demais por causa da ansiedade.

Eu o embrulho e beijo sua cabeça e chamo Pit para a gente sair de lá.

- Tudo bem? - Ele me observa

- Nunca pensaria em Vegas... eu só to... - Fecho os olhos.

- Você foi mesmo da máfia? - Ele ergue a sobrancelha. - Quantos segredos em? Quando te vi naquele estande de tiro quase não acreditei, sexy para caramba, mas...

- Você não queria pensar que foi superado? - Pergunto irônico, sorrindo.

- Na, eu não me importo com isso, mas você esconde as coisas tão bem.

Antes da saída para ir atrás de Way, a qual eu disse que ia nem que fosse a última coisa que fizesse, Pit se impôs, me disse não, coisa que raramente ele fazia, falou que eu só iria se soubesse atirar.

O levei no estande de tiro e quando meu percentual de acertos foi relativamente mais alto que o dele, além de embasbacado ele ficou com tesão, o que não entendi, e a gente transou ali mesmo.

Nas últimas duas semanas eu passei tentando achar Way, apesar de Pit estar na mansão quase não tivemos contato, e acho que ele não entendia porquê. Uma vez ele perguntou

- Até Vegas e Pete foram para casa, por que não vamos? - Ele parecia chateado.

Eu olho para ele hoje e caminho pelo quarto. – Eu sei que não me entendeu nas últimas semanas, eu sei que... – Me sento na cama e passo a mão pelo cabelo, sinto os olhos dele em mim, acho que já tinha me acostumado com ele me observando atentamente onde quer que eu estivesse, tanto que eu sabia hoje que ele estava perto quando Chay passou mal. – Aquele dia que eu vim para cá e quis jogar, disse que precisava aliviar minha mente. – Eu olho para cima. – Eu me sentia culpado por não ter ajudado Chay.

- Mas, voc... – Ele começa e eu levanto a mão balançando a cabeça.

- Eu estava com ele, eu já vivi isso antes eu deveria ter prestado atenção, eu deveria ter previsto. – Eu suspiro. – Quando ele voltou daquele jeito. – Eu levanto a cabeça e olho para Pit. – Eu vi meu irmão, alguém que por mais que eu tenha tentado eu não consegui ajudar, eu me senti tão incapaz. – Meus lábios começam a tremer e ele caminha até mim, se senta do meu lado e me puxa para seu colo.

Eu abraço sua cintura e deixo minhas lágrimas rolarem sentindo seus braços contra mim. – Eu lutei tanto para tirar o Jef de lá. – Eu tento falar entre soluços. – A família adotiva o vendeu. – Ele me segura e deixa que eu fale - O vendeu como se ele fosse... Como se fosse... – Meu choro ganha intensidade e ele me abraça mais forte. – Quando ele saiu ele estava desolado, ele tinha sido deixado em um hospital.

- E você se envolveu com a Máfia para tentar achá-lo? – Ele me pergunta calmamente.

- Sim... Eu fiz... Tudo que eu podia. – Eu sussurro, e o meu tudo sai bem mais drástico do que eu gostaria, o suficiente para ele entender, Pit respira fundo.

- Você quer falar sobre isso? – Ele acaricia minha cintura.

Eu o analiso por alguns minutos, pensando se quero ou não quero falar sobre isso, decido que estou completamente casado, cansado de me esconder, casado de fingir ser alguém que não sou e cansado de ficar sozinho. Se fosse para ele me deixar... que fosse logo, sabendo de tudo que eu fiz.

Sob Meu Controle (BabeCharlie)Onde histórias criam vida. Descubra agora