Não, ele é todo seu.

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--- CHARLIE ---

- Oi gatinho. – Pit está na minha frente sorrindo, e eu olho para ele, completamente surpreso, indignado e puto ao mesmo tempo. – Vai mesmo continuar com essa faca ai? – Balanço minha cabeça tentando firmar meu pensamento, e vejo um filete de sangue descendo de seu pescoço.

- O que você pensa que está fazendo? – Ele continua sorrindo e o solto me afastando, guardo a faca.

- Não estava com saudades? Você anda sempre com uma faca e atava as pessoas assim? Surpreendente. – Eu respiro fundo ainda incrédulo, mordo meu lábio levemente pensando no que fazer, a primeira coisa é impedir que me vejam com ele.

- Vamos, precisamos sair daqui. – Agarro seu braço e o arrasto até o meu carro.

- Qual é, nem um beijinho? – Reviro os olhos e continuo puxando ele, quando chego no carro, que era dele, o empurro para dentro, dou a volta e dirijo em direção a casa e Pit parece sentir o meu humor, não fala mais nada.

Quando finalmente estamos em casa eu saio do carro e espero estar lá em cima. – Fiquei feliz que ficou aqui, foi mais fácil te achar. – Eu olho para ele enquanto Pit anda pela sala observando tudo.

- Foi você? O café da manhã, o carro, os papéis, a louça na pia? – Ele dá de ombros.

- Sim, não pode falar que invadi, a casa é minha. – Seus ombros se levantam e se abaixam repetidamente como se não fosse nada demais, a raiva vai subindo pelo meu corpo.

- Pelo amor de Deus, você ainda está cheio de bandagens, machucado, e anda me seguindo? Eu te mandei embora, pedi pra Kenta te proteger e impedir de vir até aqui. – Grito quase chateado. – Já não basta eu quase ter te matado?

- Você não quase me matou, gatinho, a culpa não foi sua. – Ele fala baixo, seus olhos passam por mim e me sinto dentro de um aquário.

- Não importa. Não tem um pingo de amor próprio? – Quase grito chateado, sinto que minha voz está falhando, mas o que eu posso fazer.

- Não, ele é todo seu. – Eu paraliso diante de Pit porque não consigo lidar com ele fazendo declarações, ainda mais sorrindo e tentando me puxar para perto.

- Quando acordou? Porque estou sendo seguido há uma semana, não pode ter aberto mão de sua saúde assim, não é possível. – Eu me aproximo dele, percebendo que sua cabeça ainda está com bandagens, quando Pit tenta me tocar eu bato em sua mão.

- Era Kim. – Olho estranho para ele, e Pit revira os olhos. – Não esse Kim, o marido de Kenta, ele também corre, me entende melhor, já tinha visto você na corrida e pedi pra que ficasse na sua cola. – Respiro fundo mais uma vez porque tudo nessa conversa me deixa muito muito nervoso, e tento entender o que ele está dizendo.

- Você está trazendo mais gente pro meio disso? Eu tento te afastar e você traz mais? – Lambo os lábios e cruzo meus olhos com os de Pit, é a primeira vez que seu sorriso morre e ele me olha estranho, quase que tentando entender o que estou falando.

- Eu só fiquei preocupado com você Charlie, assim que acordei. – Eu balanço a cabeça.

- Você precisa entender que tem mais gente que quero proteger Pit... – Ele move a cabeça ligeiramente prestando atenção em mim e solta o ar pela boca.

- Tem alguém mais que eu não conheço, é importante para você e está com medo de ser atingido? – Eu paraliso por um minuto, sem saber como reagir, sem saber o que falar. – É por isso que Luigi está atrás de você? Por causa dessa pessoa? Por isso ficou tão possesso comigo, logo hoje que estava indo a um lugar que não queria ser seguido. – Fecho meus olhos e respiro fundo.

Sob Meu Controle (BabeCharlie)Onde histórias criam vida. Descubra agora