Esse fim de semana você é todo meu

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--- CHARLIE ---

- Charlie você precisa se acalmar - Pit coloca a mão na minha perna após pará-lo bruscamente no acostamento e só então percebo que estou batendo a perna freneticamente no chão do carro.

- Quero chegar logo a Jef, por favor. - Eu peço e Pit me analisa por um momento e suspira.

- Seu irmão já lida com certos fatores, chegar agoniado desse jeito lá... - Ele se vira para mim pegando minha mão. - Não o assuste assim. - Eu assinto e fecho o olho com força. - A culpa não é sua, Charlie.

- Não é como me sinto, podemos ir? - Falo depois de respirar fundo e tentar soar mais calmo.

- Qual o seu plano pra protegê-lo em primeiro lugar? Falou no hospital sobre deixá-lo com um amigo, quem? - Ele vira a cabeça.

- Alan. Ninguém poderia protegê-lo melhor. - Solto o ar com força sabendo que Jef odiaria isso, ele não suportava Alan, não sabia por quê.

- Tem certeza disso? - Pit me observa.

- Ele é uma das pessoas mais perigosas que eu conheço, mas nos protegeu depois do hospital, nos ofereceu apoio até que eu me reergui, apesar de Jef não poder ficar no mesmo ambiente que ele. Quando consegui o levei embora. – Eu coço a cabeça agoniado. – Ninguém chega a Jef se ele estiver com Alan.

- Ele não me pareceu tão... – Pit franze o cenho.

- Ele foi bom para a gente... Ele é um homem justo, bom, na maior parte do tempo. – Olho para frente.

- E por que Jef não o suporta? – Sinto desconfiança em seu tom.

- Eu não sei, ele não me conta. – Me viro novamente para ele. – Ele não suportava nenhum homem além de mim na época, eu achei que fosse só isso, depois voltei a perguntar, mas ele disse que nunca se conheceram... O que era claramente mentira, porque ele se contradizia muito, já que eles brigavam sobre algo sempre – Fecho os meus olhos. – Eu confio em Alan, eu preciso confiar em alguém agora Pit. – Olho-o e ele assente voltando a tomar o volante.

Ele dirige em silêncio enquanto eu ligo para Alan, ele ergue a sobrancelha volta e meia me ouvindo falar com ele, e nós subimos para a casa de Jef, ele nos recebe ainda de pijama e extremamente confuso. – Não avisou que vinha... – Ele me olha de lado, sonolento.

- Eu preciso que arrume suas coisas, preciso te tirar de vista por um tempo. – Sou direto porque sei que não teria coragem se começasse de outro jeito, sei que vou ver o olhar de decepção em seu rosto, porque mais uma vez o envolvi em uma...

- No que você se meteu? – Seus olhos se arregalam e eu dou um passo para trás.

- É complicado... – Eu suspiro e ele continua a me olhar de forma inquisidora. – Ajudei a ir atrás do cara que era obcecado por Chay, ele o sequestrou uma vez e... – Eu paro e o olho. – Lhe deixou marcado, nada muito grave, sequestrou um outro garoto chamado Mitt e o torturou durante um mês, matou a mãe de Chay, esfaqueou Pete, baleou o Macau, enfim... Ele quer se vingar porque ajudei. – Eu listo tudo para que ele entenda a gravidade, olho para Jef e espero que ele entenda.

- Por que uma vez na vida não pode deixar para lá? Entender que não é problema seu? Você não precisa ser o herói. – Ele dá passos até mim. – Até quando vai querer se redimir?

- Eu não estou me redimindo. – Olho pra ele piscando.

- Não? Acha que só porque não me salvou precisa salvar todo mundo, acha que só porque aquele garoto morreu, a culpa foi sua. – Ele aponta o dedo no meu rosto e eu engulo em seco. – Surpresa Charlie, você não é a porra de um herói, a culpa não é sua, para de tentar salvar o barco que está afundando ou morrerá afogado. – Ele passa a mão pela cabeça agitado.

Sob Meu Controle (BabeCharlie)Onde histórias criam vida. Descubra agora