Capítulo 27 : Assumindo o controle da sala de parto

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Aviso de gatilho: Parto traumático.


Haisa sempre mantinha um ouvido atento para monitorar o que estava acontecendo na Fortaleza Vermelha, caso seus serviços fossem necessários. Tecnicamente, Daemon a pagava apenas para tratar sua família imediata, mas ela era uma curandeira, e desde que se mudou para a Fortaleza Vermelha, ela estava ocupada com os servos e os guardas que precisavam de atenção médica e não queriam lidar com meistres. Em caso de emergência, a família real teria que ter precedência, é claro, mas, fora isso, ela era livre para fazer o que quisesse e gostava de se manter ocupada.

Então Haisa imaginou que ela foi uma das primeiras pessoas a saber quando a Rainha caiu e entrou em trabalho de parto um mês antes do esperado. Ela não foi convidada para assistir ao seu nascimento, é claro. Ela pode ser a curandeira de confiança de Daemon e Rhaenyra, mas ela não era uma meistre real ou uma parteira.

Falando em parteiras...

"O que você quer dizer com ela não ter nenhuma?" Haisa perguntou a uma das empregadas que ela era amiga.

"O meistre cuida de Sua Majestade e espera-se que suas criadas a ajudem" Disse a mulher.

"Mas nenhuma parteira?"Haisa perguntou novamente.

"Não há parteira."

Se você perguntar a Haisa, foi um desastre esperando para acontecer. Por mais experiente que seja o meistre, ninguém sabe mais sobre o processo de dar à luz do que uma parteira. E se a criança chegasse mais cedo do que o esperado e com uma gravidez tão difícil, ter uma parteira pelo menos de plantão era essencial para a sobrevivência da mulher e do seu bebê. Mas o meistre não parecia partilhar da sua opinião sobre esse assunto.

'Eles querem cortá-la!' Bianca exclamou, correndo para o quarto da mãe. Haisa mandou a filha escutar porque, aos três e aos doze anos, ninguém prestava muita atenção nas meninas e elas se revelaram espiãs perfeitas.

Os olhos de Haisa se arregalaram: "Eles o quê?!"

— O... eu ouvi meistres... falando isso... — Disse Bianca, tentando recuperar o fôlego. 'Que se a criança não vier nas próximas horas, eles terão que cortá-la ou ambos morrerão!'

Embora Haisa não soubesse as técnicas exatas que os meistres usavam, algo lhe dizia que a Rainha não sobreviveria. Ela vinha trocando cartas com Dragontemple há meses e sabia que as freiras de lá sabiam como extrair uma criança do útero sem matar a mãe no processo e ela até pediu os materiais para aprender isso sozinha, mas, para seu entendimento, tal técnica não era de conhecimento público. O que significava que os meistres estavam planejando massacrar a Rainha. Como isso não era uma traição?

'Mãe? Aonde você vai?' Bianca perguntou quando Haisa de repente se levantou e foi em direção à saída.

"Preciso ver o Príncipe Daemon e a Princesa Rhaenyra" Ela respondeu antes de sair. Ela não sabia se eles iriam querer tentar ajudar ou intervir de alguma forma (o desentendimento entre a Rainha e a Princesa era de conhecimento público), mas ela sentia que eles pelo menos tinham o direito de saber o que estava acontecendo.

***

"Bem, isso é... lamentável" Foi a primeira coisa que Rhaenyra disse quando Haisa lhes contou sobre as dificuldades da Rainha para dar à luz.

Daemon e Diane, que passaram a noite tentando jogar um jogo de cartas de Essos lembrando apenas de metade das regras (Rhaenyra achou bastante divertido observar tudo se desenrolar), se entreolharam. Eles sempre faziam isso quando algo importante acontecia, e a princesa percebeu que era a maneira deles de se certificarem de que estavam na mesma página. O que seria bom se Rhaenyra pensasse sobre isso. Afinal de contas, se havia necessidade de derramar sangue, era melhor que Daemon e Diane concordassem sobre qual sangue derramar.

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