ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬

𝟎𝟕 • 𝐅𝐮𝐫𝐚𝐜ã𝐨 𝐁𝐞𝐚𝐭𝐫𝐢𝐳

𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱

Três dias depois...

Athena estava no quarto se arrumando para o trabalho enquanto eu terminava de secar e guardar a louça do café da manhã. Hoje eu retorno para o meu turno, consegui um atestado de dois dias, pois a minha mão ainda estava cicatrizando e não daria para atender perfeitamente às chamadas. Por um acaso, calhou de ontem ser o meu dia de folga — eu trabalho dia sim e dia não, normalmente tiro de um a dois turnos de 24h a cada quinze dias e quando isso acontece eu ganho dois dias de folga, o que é muito bom —, então acabei ficando três dias em casa.

Terminei os afazeres e fui verificar a escala da semana no celular sentado na bancada quando escutei a campainha de casa soar.

— AMOR ATENDE PRA MIM! — Athena gritou do quarto.

— JÁ ESTOU INDO! — levantei-me e fui até a porta.

Que tipo de visita chega na casa das pessoas às 8:00 da manhã? — bufei subindo às escadas pisando duro.

Abri a porta e me deparei com uma agradável surpresa, para não dizer ao contrário.

— Senhora Beatriz, senhor Sammuel! — Estampei um sorriso forçado no rosto.

— Oi, meu filho, bom dia! — Cumprimentei-o com um aperto de mão.

Sammuel educado como sempre, me tratando com todo o carinho diferente da esposa.

— Bom dia, senhora Beatriz — estendi minha mão para cumprimentá-la, o que ela claramente ignorou, me respondendo apenas com um "bom dia" seco. — Entrem, fiquem à vontade!

— Vim ver a minha filha, ela está aí? — Entrou reparando tudo ao redor.

Claro que veio, né? Me ver que não foi!

— Desculpe a sua sogra, ela não tem limites — murmurou baixinho.

— Não tem problema! Já estou acostumado.

— Que tal se sentarem enquanto chamo Athena, pode ser?

Deixei eles cochichando na sala, provavelmente Sammuel estava chamando a atenção dela por me tratar com tanta indiferença.

— Quem era?

— Não escutou a tempestade chegando? — ironizei fechando a porta do quarto.

— Como assim?

— O furacão Beatriz acabou de entrar no radar — revirei os olhos me sentando na cama.

— Ah! Não brinca! Ela sabe que eu não gosto que chegue assim sem avisar!

— Pois é, avisa isso pra ela porque com certeza eu já perdi o primeiro round sem nem ter subido no ringue.

— O que ela já aprontou? — bufou.

— Verbalmente nada, mas a cara dela me encarando de cima a baixo e com certeza me xingando por atender a porta da minha própria casa só de bermuda e sem camisa, ela não fez a menor questão de esconder.

— Mas se ela não falou como você sabe?

— É só olhar pra cara dela que já dá pra entender!... Aí, amor, sinceramente, eu te amo, respeito muito os seus pais, mas a sua mãe... ela me odeia completamente!

— Não fala assim — tentou conter uma gargalhada, porém falhou miseravelmente.

— Aí, cara, até você sabe disso.

— Não fica assim! — veio até mim parando na minha frente. Contornei seu quadril com os braços apoiando o meu rosto entre os seus seios. Minhas mãos suspenderam brevemente sua blusa acariciando lentamente as suas costas. Athena entrelaçou seus dedos no meu cabelo me fazendo suspirar relaxando por alguns instantes. — Vamos lá ver qual vai ser o tamanho do estrago que esse furacão vai fazer!